quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Sub-dor.

Da mesa do bar para você. Um brinde a ilusão. Quanto mais as pessoas me agradam, mas elas se tornam insuportáveis e poucas são as coisas que realmente me tentam. Algumas ainda me forçam sorrisos falsificados, e tudo que eu poderia querer é dizer adeus.

Você já notou que eu posso de falar de morte a qualquer hora do dia?

Desenho descontroladamente: mulheres e seus cordões umbilicais, todo o sangue da menstruação que escorre pelos lábios, sedentos e molhados. E não deixo nada passar.

Quero explodir. Explodir em rebeldia. Quero álcool, juventude e o fim.

Da mesa do bar para você. Um brinde a ilusão. “Tá ruim pra caralho!”, já dizia o bilhete, então vamos lá: pegue sinceridade, colha os frutos, salve miseráveis ignorantes, sinta-se bem, faça uma auto-lobotomia. Apenas morra, feliz!

E se ela fechar a porta é para sempre?
Alguém falou em rock and roll?
Infeliz pra sempre...

sábado, 26 de dezembro de 2009

Um pouco de tudo, vá devagar.

Onde começa o céu e termina a terra?

Vozes imaginárias chegam e estrelas desaparecem. Fez-se o dia. E talvez eu já não esteja aqui quando você voltar. Isso. É apenas uma idéia que se fortalece na minha cabeça. Esqueça. Esqueça-me.

Acho que tudo bem derrubar uma árvore, podemos plantar outra.
Tudo bem viver com essa dor, ela é tão boa, pra sentir de-novo.

Morte, parte da vida. Vida, existe? Enfim,só.
Rejeitar, rejeitar. Enfim, só.

Apodrecendo no sofá, é pior do que você imagina.
A vontade de gritar, é maior do que você imagina.
A maça envenenada, é tão saborosa e mortal.
Estou envergonhado, drogado e negativo.

Televisão que fala sozinha. Uma fileira de garrafas de birra. Cinzeiro de cigarros esquecidos. Cinza e preto. Amarelo, verde e vermelho. Dor. Arte. Rock jovem. Chacoalhar os cabelos.

- May Day,May Day.

Sou egoísta. Explosivamente. Delinqüente e sem noção.
Aqui e agora.

Enfim, só. Tão bem, só. Ouvindo músicas que explodem na cabeça, explodem a cabeça. Então, tiro o tênis, fechos os olhos e conto histórias recheadas de enredos fantásticos, para mim. Não tenho fome, não tenho sede. Só quero transar com uma guitarra e ter orgasmos amplificados e sem pudores, até os olhos rodopiarem e a alma pedir bis, num incrível som seqüencial que ajeita os fluídos, repondo a minha testosterona. Embriaguez, gira!

A escolha foi minha. Enfim, só. Isso. Maior que eu e que nós todos, juntos. A dificuldade de respiração começa a se intensificar, ainda posso ser qualquer coisa, apenas, me fantasio de algo sublime, chego até a ser infantil. Peço, desculpas.
Me basto. Agora é com você. Enfim,sós.

- SOS.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Eruditamente escroto.

Vou dormir infinitamente. Silêncio, aqui estou. Ouvindo grilos malditos, raios por toda cabeça e nada mais. Distanciando-me do normal com cigarro e copo em mãos, só gostaria de desejar tudo de bom para quem eu amo e para quem odeio. Por incrível que pareça, tenho sabor de boa intenção e milhares de versos na minha cabeça recheada de cabelos. Por favor, um cafuné.

E se eu ficar olhando as estrelas, elas podem me levar?

Boa noite.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Um pouquinho de Oswaldo.

É engraçado ver palavras formando galáxias dentro de mim. A poesia é minha hospedeira, ela deságua nos meus mais escuros-claros momentos, ela é o acento dos pensamentos.

Ouuuuuu ouuuuuuu ouuuuuuuuuuu ouwwwwwwwwwwwwwww!
Não sei o porquê, hoje quero apenas cantar e dançar essa música, nessa chuva de verão.

Não me importo com a ressaca, com o bauru que desce massacrado até o turbilhão do estômago. Não ligo de estar envelhecendo e nem pra essa coceira que me persegue.

Hoje vou pra casa. Mãe, amo você. Pai, obrigado por todo o ensinamento.Tia Marília, jamais esqueço da minha “mãe caipira”.Nathan, o que seria sem as intermináveis noites de sofá? Léa, nós somos mesmo as ovelhas negras da família e por isso sempre te entendi. Sophia e Helena, sempre comigo. Pedro e João, vocês são a minha continuação, não parem nunca. Vóvó você é mais do que eu possa querer, vô Archimedes as duras sempre valeram a pena. Vózinha o seu carinho cobre meu mundo, vôvado você é quem dá forças ai de cima pro seu “gringuinho” continuar em pé.
Hoje eu vou pra casa e esse momento é meu, e de todos vocês!

Por que eu sou esse tolo emocionado? Não sei. As lágrimas brancas correm desenvergonhadamente meu rosto e eu não posso evitar. Não posso. Preciso de beijos e abraços, não tenho vergonha de assumir, eu quero, eu quero, eu quero! Hoje eu mereço ser a criança mais mimada do mundo. Juro que é só hoje. Já pedi pro beija-flor que carrega o pólen da alegria, dá janela ele me disse “ que tal recuperar a sua divindade?”....

É engraçado, é emocionante, é um vôo rasante com direito a frio na barriga. É prazeroso, me sinto amado. E o amor não tem preço, nem o carinho que teço por cada um de vocês.

Ajoelho e elevo as mãos pro céu. Deus está aqui.

Seattle 89'.

Eu nunca fui o que você quis

Eu nunca fui a sua razão

Eu nunca fui, eu nunca sou

Eu nunca tive meus pés no chão.



Válvula de escape, solidão.

Medo do medo, imensidão.



Pessoas travestidas de urubus

Poesia é platéia, impulso

Combinação genética.



Eu nunca fui o que você quis

Eu nunca fui a sua razão

Eu nunca fui, eu nunca sou

Eu nunca tive meus pés no chão.



Existe outra razão para sentirmos culpa?



Seattle 89’.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

A Sociedade do Vazio.

Fedelho lunático, narcisista esquelético, bebum de carterinha, todos moralistas,
caipira comedor de ovelhas, carrasco de si mesmo, bastardo apocalíptico,
dançarino perneta, roqueiro da morte, lambedor de carpete, bicha enrustida,
amador infeliz, megera ferida, maconheiro descriminado sóbrio e chato,
preguiçoso incinerado, mimadinho de uma figa, homem machista, homem em si,
polícia covarde, cidadão boçal, bonitinha e ordinária, vaquinha trepadeira sem amor,
maioria esmagadora, fanático sem noção, separatista alienado, pseudo intelectual,troglodita tarado, vizinha intrometida, a puta xereta, a visita inconveniente, o despertador, versos que não são tão sinceros assim, amigos que vem e vão, os caras do zona azul,dores ocasionais e estomacais, vícios sem virtudes, queimada de sentimentos ao relento,depressão bombástica e sentida, horrores da guerra, tudo sobre prisão, a tortura enrustida,ingratidão malcriada, vermes e verrugas, beijos e abraços sem intenção....

- Tenho facilidade em odiar.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Fotografia de um pensamento.

Era um documentário do Discovery, era um inseto psicodélico, era um tempo antigo, eram briguentos em um bar do velho oeste, era o fim, era o começo do re-começo, era o mesmo pra você e também pra mim.

Mutação genética, elefante cor de rosa
viagem genérica, elefante cor de rosa.
Uma metáfora de revolução. Um exercito. Um ma-mão.

-Boa tarde, o Sr, seria o campeão da tristeza?
- Sim, qual a profundidade da ferida?

As minhas linhas são tortas, na curva dos cabelos que furam os olhos, e iluminam mistérios e palavras de efeito moral. Foda-se. Liberto-me sim, quero vagar esse infinito, mesmo que por hoje, e, o nada mais. Mais além, fervo por dentro. Sei a medida e olhar do texto, arquiteto minimalista e sonoplasta das só-palavras. Escarro com rebeldia nas suas lentes!

Você conheces as luzes, as cruzes, e os murmúrios de tais liras? Soletradas e escorridas em parafinas, tais palavras capazes de atravessar o cordão umbilical da mãe terra. Elas poderiam até chupar a teta dela e ainda sorrir ao mesmo tempo. Posso entender, quer dizer, começo a entender. Dezenas de milhares de informações, por milímetros de segundos, é, é, complicado.

-Posso deitar, aqui?
- Sair da rotina...da...poeisa?
- É como, se eu não pensasse em nada, nada.

Escuro, sim, apenas sinto a música escorrer. Oh, exclamação, extensos pensamentos.
Negativos, chatos e dopados.

- HAHAHAHAHA.
- Domingo o que tem de bom na TV?

Era um lesão sólida, era sémen no chuveiro.

Pequeno resgate.

Acordei com a garota dos sonhos na conchinha,
ouvi Alanis “thank-u”, sorrio com todos os sentidos,
isso é domingo, é manhã, é viver
nem liguei pra TV, desenho coisas na cabeça, penso em arte
redescubro caminhos no meus jardins, canto um yeah yeah yeah,
danço com o ar, até com a vassoura e depois o rodo,
lavo a louça, por incrível que pareça não reclamo,
bebi Soda, meti minha calça Levis detonada, num respiro Vintage,
inspiro o ar da Lagoa da Conceição, me torno um pouco mais místico,
me debruço nas lembranças, mais as boas e por poucos segundos,
cabeça avante, olhos grades curiosos:jabuticabas,
me deixo invadir por mais um pouco de sonhos, pela garota bonita sempre,
dançocoladinho, beijo fininho, eu sou ela e vice-versa,eu, ela(:amor,
acordo de novo, e não menos feliz, preparo um café no mínimo pitoresco,
miojo com parmesão, molho inglês e manteiga Aviação, hmmmmmm,
me jogo no sofá, toco a minha barba adolescente e decido não me desfazer dela,
do meu sofá toco o “céu”, tenho mãos leves, braços finos, idéias fixas a tempos,
trejeitos esquisitos, momentos instantâneos de instintos, frutífero de poesia,
sinto o vento que anúncia a tarde chegar , fui viver.

Presente, passado ou futuro?
Conjugue-me.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Escrita marginal.

Olhar vesgo para o sinal vermelho. Pensamento em voz alta, pensamento alheio.
Viajei?

Música. A música quebra todas as barreiras, é ela que viaja através do tempo.
Do outro lado, libero minhas endorfinas. Fique comigo, eu posso contagiar você.
Neurotransmissor de emoções carregadas e digeridas. Era criança, cresce tão rápido.

No restaurante, “como anda a resistência?”
Na sala de estar, “se serviam com o sangue dos artistas!”
Na casa da sogra, “sim, eu gostaria de gritar!”
Na reunião com os poetas, “obrigado, existo.”
No inferninho, “rock me baby.”

Opiniões, tenha muitas, algumas esquisitas, outras delirantes, algumas especiais, outras mais ainda, tem umas até que se transformam na simetria do verso, e umas pra lá de boas, as prosas que nascem, -me dou a luz-.

Por onde andei? Não canso de me perguntar. Pra onde vou? (...)

Comunicação;sistema nervoso;comunicação sistema nervoso;comunicação.Se-trumbica.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Rascunhos de um pós-escrito.

Ainda ontem, eu toquei um simples limão. De coloração verde viva de atração embriagante, e no toque pensei “como pode essa fruta ser tão viva? E eu tão pobre de estilo?”. Naquele bar, afastado das pessoas, eu e o limão limando o sereno. Tem tanto medo dentro de mim, que arriscaria dizer que meu olhar anda sem vida, e essa está enrustida. Será que puis o dedo na ferida? Ou é só o gosto da caipirinha?

Uma moça. Moça não, uma mulher de uns 40 anos, da pele morena e delicadamente sonora. Percebi que ela observava meu status, eu já fraco, porém, capaz de amar um limão. Sem perceber a mão dela tocou minha geografia.

- Você tem sintomas angelicais, posso sentar aqui e só te observar? Não há nada que eu queria mais! Peço que não digas uma palavra, um murmúrio se quer. Ela recitou essa pequena sentença, pois as mãos sobre os queixos e ficou a me olhar, como a consciência e o limão.

Meu pensamento está longe. Onde está o amor? Me sinto como o último dos românticos.

Tão poeta, tão sensível e com dúvidas e dores que cobririam o mundo, peço desculpas, mas não é culpa minha. Tudo bem, os espetinho de picanha chegaram. Pimenta, molho de alho, goles no meu copo interminável... Minha sede é insaciável.... Vejo aqui uma fonte de um amor inesgotável...

Aqui me vou, além.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Verme impulssivo.

Essa porra toda não me desrespeita, ela é incrivelmente bela, ela espreme as tetas num decote
Essa porra...E se eu der um passo pra dentro da alma e pra fora da realidade, você vai ter,
vai ter meu pus na tua carne, como tu gostas, como tu gostarás da minha lira,
invoco-te.

Não, mantenha-se longemente afastado. Tenho poderes que “hu-manos” julgam impossíveis.
Ela vê o mistério no meu rosto. Escondo-me. Invoco-me.
Construo. Pontes. De-versos. Tipos.

Sem porquês, nem querer. Ultrasom ultra-sensível no canal da uretra.
Por favor, por favor, por favor. Não, não faço isso
digo “ fora daqui! Burguesinhos de mêrda”!
Eu não conheço você. Eu não respiro você.

O que me mata é essa porra toda, qualquer coisa
o que me mata é tudo isso, qualquer coisa
o que me mata é a alteração da preguiça.

Miolos pelos ares, inspiração,
grosso calibre de atração,
alguém sentiu essa sensação?

Aqui jaz um poema.

Pontos finais e uma heresia.

Não sei mais de nada. Não pretendo envolver ninguém nisso.

O nisso está no aquilo. Aquilo mais, ali. Onde? Passou.

Posso, fertilizar no chão de grama ou areia. E por esse Dom agradeço.

As pernas dos fracos, os olhos dos indiquinados. Meu corpo em frangalhos.

Me desconheço. Herdeiro do reinado da fantasia. Pontos finais e uma heresia.

Amor de pai, carinho de irmão. Eu quero a minha mãe. Eu não ligo, mais.

Ela sabe que está certa. Eu tenho medo do futuro. E não há nada que você possa fazer.

Você já reparou que? Que...que..Vestido com essa camisa pareço um bitolado?

Quem sabe ao certo, o incerto? Agora só sei que preciso de mais fantasia.

Mais pontos finais e uma heresia.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

O Excêntrico & ilustre Gogó de Sola.

Cris não tem pelo nariz. Juliana, a madame cigana. Marcelo é cego. João é anão. Pedro Paulo, um arrombado. Maria clara, gosta de whiskey na jarra. Maria Júlia, se pica com agulha. Marião João, que homenzarrão!

E eu digo – ÊITA BRASILZÃO DOIDO, SÔ!

Esse dia, quarta-feira, fria e nebulosa. Bar Estrela, um inferninho na rua Augusta, berço da tal maloca e de tudo mais que a noite cria. Eu sou da noite, o vosso narrador sublime e nada menos que seu criado. Gogó de sola, ao seu dispor.

Sempre to por ai, aparece um

- Ae Gogó toma aquela gelada, lá?

E eu digo – Pô, sô parceiro né? Parceria pô! Gogó é sempre parceiro!

A rua é minha e eu sô um cabra bem do oberservadô, dos fureca aos dotô, conheço e vejo de tudo nessa São Paulo. Digamos que sou um ilustre ignorante, mas também sô escritor. Me agradam as palavras, combina com as noites viradas, o desabafo e rotina.

Mais, voltemos ao bar Estrela. Esse ambiente serrado, invisível, pode até ser, para quem passa pela rua, mas dentro, tem dentista, mágico, médico, até uns artista. Rola birita, sinuca, as vezes até umas puta, ai depende do dia. Mas vai que o patrão tá com sorte, né? Ou vai me disse que não gosta?

Lá mais escondido, tem até um Karokê ( é assim que escreve?), é meus querido, lá é onde o Gogó solta o gogó e literalmente falando. Falo no microfone, elogio as menininhas, danço e canto, tudo isso com um copo na mão. A dona Soraia que o diga, adora toda essa energia, dança feito uma louca, e olha que ela não bebe nada, viu?

Hoje, quarta-feira, fria e nebulosa. Mas a alegria está presente, em cada canto do bar Estrela, se não tem distração, a gente solta a imaginação. Esse é o meu lema, sô. Sô filho de minero, alegria o tempo inteiro, sô! Eita festa danada!

- O seu menino, desce mais uma! Mais oh, tem que ser daquela bem gelada!

Cabra safado, me identifico com todos e observo tudo, tudinho. As senhoras que jogam caxeta na mesa 3, chegam todos os dias as 19h e vão pra casa as 22h, o doutor Aníbal, dentista, toma no mínimo 3 rabo de galo e só entra no bar com o pé direito. Ah e tem também a Mirtes, moça bonita sô. Só senta na mesa 6 perto da janela pra poder fumaro o seu cigarro Charme ultra longo. Afinal, o importante é ter charme, não é? E aquela ali, tem é de sobra.

E eu digo – ÊITA, BRASILZÃO DOIDO!

No meu caderninho, anoto tudinho, sô. Cada movimento que fotografo aqui na minha cachola e transformo nas figuras da minha inspiração, e ela certas vezes ganha vida, como hoje. Não sô cabra frouxo, mas hoje aqui me emociono, lágrimas descem pelos contornos retorcidos do meu rosto pardo. Lágrimas, não de gosto amargo, mas doce, mais doce que Jurupinga e tão confortante quanto a cachaça.

E eu digo – ÊITA BARSILZÃO DOIDO,SÔ!!!

Dê toda a minha simplicidade, posso dizer que a Arte é minha vida.
Por hoje, só isso a declarar. Gogó se desfaz.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Vagina molhada, história apimentada.

Por tempo indeterminado, não quero ver o sol e nem ser queimado por ele. As janelas dessa carruagem que pego todo dia pela manhã, reservam belas surpresas, mas ainda preferia ter ficado em casa. Recostado, meus olhos só desejam permanecer fechados. Não me importa mais, os vermes caipiras, as putas que se fazem de donzelas e as vozes indolores de pessoas invisíveis. Preciso ser aceito, preciso de aprovação. Me escolha, ou me mate!

Podem salvar um homem de si mesmo? NÃO!
Brincando com a vida todo dia, até quando agüentar? Hoje é meu dia.

Você pode ser qualquer coisa...Você pode ser qualquer coisa...(+2x)


(...)

Paul e eu compramos uma arma. Na loja de penhores, o Sr. de bigode nos interrogou e com uma cara de paspalho, seguiu sorrindo e polindo sua 22. Adoro esses caipiras, acho que realmente sou um deles. Paul diz que armas o deixam com tesão, por isso, ficamos com a calibre 12. A primeira vez que a segurei, tremi e senti a maior sensação de poder, de toda minha existência.

Matamos um servo, e aquilo sim, deu-me prazer. Pude sentir seu último respiro, enquanto distribuímos bicas e risos, no pular dos meus cabelos de fogo, finalmente eu era alguém.

Tiros e risadas. Sarcásticas, além do meu alcance. Paul e eu, estávamos marcados, a ferro e fogo, pelo resto de nossas vidas e mortes. Sim, mortes.

A irmã de Paul, não tinha peitos, tinha tetas. Ela me olhava com o olhar que cai de baixo pra cima, ela toca seu corpo em minha direção e eu só consigo me regurgitar. Meu pênis, virgem, meu desejo calejado, cabelos louros e sábios.

- Estou aqui pra você, bebê. Disse ela de camisola me acordando no meio da noite. E ainda teve mais.

- Fica quetinho, sente esse quentinho.
Ela cavalgou em mim, ainda virgem, até não ser mais.

Acordei de um sonho maluco com o Sr. de bigode da loja de penhores, ele estava parecendo um personagem do circo de horrores, sua voz era aguda e pontuda, chegava a entrar na carne.

Seu microfone era sua 22, dizia coisas sem sentido como “não existe o amanhã”, “mente de um gosto destrutivo” e “começou a temporada caçada”. Devo admitir, acordei sorridente aquela manhã de inverno, na casa de Paul, onde sempre me escorava.

Bebemos Gin e saímos para atirar. Gim-tônica. Bomba – Atômica - Corações.

Bêbados, brincávamos. Apontávamos a 12 um pro outro, sem receio, apenas com simples desejo que por nós era compartilhado.
Ô pecado. Será?

Eu tinha uma mancha dentro de mim, e Paul sabia. Eu comi a sua irmã, e lá no fundo ele sabia, o quanto ela era profissional em ser vaca. Talvez por isso ele tenha me matado e se sacrficado depois, como um servo. Então ele sentia um tesão secreto por ela e pelo servo. Ou ainda quem sabe ele não teve o mesmo sonho que eu?

(...)

Hoje é meu dia.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Conto de Fagulhas.

Alguém disse “a orgia está liberada”, alguém sente, alguém gosta de algazarra
Alguém era uma garotinha, hoje, é até que bem sacaninha
chuta o balde, bebe e esbalda, mete o pé na estrada.
Alguém vai de encontro ao seu destino.

Droga! Quantas cervejas ?

Já começou a sessão das 10, faz tempo. Não ligo. Estar aqui, nessa hora, nessa temperatura me basta. Oh preguiçoso. Alongando finais de semanas, além, de sua tal plenitude. Enfim, é tudo que preciso. Umas doses & danças. Nicotina & janelas fechadas. Indo pro coração.

Ambiente carregado, odor vaginal, corrupção de pensamentos, escarros altamente bastardos, estômago inflamado. Preciso.Preciso. Ficar só. Só. Edredom.

Ossos que não perdoam, doces, por que não? Adoro porcarias. Trancado, fechado para balanço. Quanto mais eu vou precisar gritar? - Vermelho sangue. - Privada. - Pulmões. - Flores.

Droga! Quanto vale o amor?

Alguém disse “exagera e você passa mal”, alguém disse “maltrate, yeah”
alguém disse “ você pode pisar em mim, se quiser”, alguém diz “ só quero respirar”...
Lá trás, alguém disse depois “ nesse caso a palavra puta é presença constante no vocabulário”.

AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH! PRECISO?!?!?!!!

Cigarros não me bastam, já esqueci as cervejas, domino tudo desse esquelético ser humano fibrado, ah, e como sinto. Prazeres. Amores. E horrores. Do desejo a maça envenenada.

Ajeitando os fluídos, me aperto em uma caixa, cadeados e combinações,e o que você é são só suas vertigens de alucinações, perfeitas inclinações da mente. Humanamente sub-humana.

Alguém diz “ meus pensamentos estão no cinzeiro”...

A Garotinha do papai.

Na praia, no mar. Esperança e cinzas em mais um verão, só uma pequena ocasião para a perdição, e lá estava eu. Cabelos, pentelhos, corpo, alma e devaneios. Costumo dizer que a diarréia é ocasional, humor negro não. Me dá prazer o escatológico e eu gostaria de chutar um traseiro gordo, morfético e moralista, por favor!!

HEY, O AMOR A DOIS?

Casualmente é domingo, e nos domingos o tempo passa cada vez mais rápido, de frente pra lagoa, estático edorfinado, penso que as pessoas são acontecimentos, e atores coadjuvantes dos momentos. Em si, em suma, sou meu próprio parasita.

Zumbido. Mosquito. No ouvido.

Como isso, como aquilo, me recorto, e divido o amor pra você, não é lindo?
Moldo, (re)desenho, entro dentro até fazer parte, de novo. Tudo pelo sorriso.

Acho que falta um final, não? O solo que precede o grito, faz pirar e a música já é instinto que flui em sintonia aos sentimentos. Barbaridade!

Poesia sem cabaço.
Poesia sem cabaço.
Palavra sem cabaço.
Virgem sem útero.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Estranhos.

Ele não sangra, ele é homossexual
ele pensa mais no seu cabelo
do que no seu futuro
esvoaçantes mechas no escuro.

Uma vergonha, alheia?
segunda, terça, quarta-feira
todo dia uma besteira,
semeia ingratidão.

Ela não sangra, ela não sabe se ama
ela tem 29 e só pensa em casar
orgulho próprio de leão, ela tem
ela já pensa em morrer sem amar.

Ela, ele, ela, ele
coroa de espinhos
muro lamentações
Berlin, berlinda
Ela, ele, ela, ele

Ele nunca teve herói,
porém, não se importa mais
ele tem sarna, ele coça
ele caçoa, ele atordoa

Ela dança e enlouquece
ela tem o olfato apurado
o cabelo dourado
um jeito sarcástico.

Eles deveriam ter tido outra chance. (3x)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Inquisição.

AGORA!
É hora de enfrentar, de sofrer, chorar, sei lá....Let’s go!

Você aqui, mas na real, foda-se o que pensas, quero seguir assim, desintegrar no meio dessas palavras sujas e carrancudas, aliviando e me maltratando um pouco.

A terra, os vermes, as formigas e as baratas já provam da minha carne, entram na derme lentamente feito vaselina, e algo aqui me agrada. Talvez seja essa doença incolor, não fluorescente de origem clóroformica. Sobe e desce, dos pés as cabeças, finito e infinito: vida inteira diante dos olhos.

Gritar. Espalhar a palavra por toda a parte.

Explodir de dentro pra fora, mudar tudo
do vermelho pro azul, mudar tudo
de casa pro trabalho, mudar tudo

A cada dia pareço mais com o que eu quero ser, do meu jeito, claro.

Tomamos um drink e eu te destilo com um olhar vivo, enquanto você luta com a sua cabeça tentando descobrir o que penso, quem sou. Quem? Pergunto-lhe, quem?

Suas novidades já são velhas novidades, elas envelheceram com nós, se tornaram velhas e bêbadas como todos nós, cheios de pensamentos tortos, inclinados e distantes. Tudo bem, é só mais um pouquinho de paranóia. Chega a doer em você?

Parem de me olhar, odeio essa cara de destruição em massa, me suga pro “underground”, me bata, me acuda e me masturba. Estaria sonhando? Ainda ando pelas palavras e chuto os seus padrões feiticeiros, me olho no espelho: poeta, artista e desordeiro. Oh meu deus, isso aqui parece um puteiro!

ACORDE! AGORA!

Anjos queimam lentamente,
bruxas na fogueira de Salém,
amores que não pertencem a ninguém,
vida, vidas, vidros e prisões
esquecidas, desmerecidas
pequenino menino, asas fraturadas
coração rachado, humor espacando
obrigado.

Não, não tenho medo de morrer.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

(...)

Vivo, aqui estou
feliz, aqui estou
mãos dormentes, aqui estou
poesia, palavras que simplesmente acontecem
padecem o eu, no seu, em você.
Hey! Pro céu ou para o inferno?
Machucado de novo, aqui estou
ferido na guerra, aqui estou
me corte e verás que as palavras aqui estão,
mistas de compaixão e sedução,
poderás me achar.

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Desgaste,
físico e moral
nem ligo, posso,
me desligar,
olhos fechados, alma aberta
vejo as pequenas partículas da vida
enfim, isso já valeu a pena.

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Não ligo para o que você pense,
sendo sobre mim,
tantas verdades nas nossas pupilas,
tantas vaidades no mundo,
e eu só quero voar, fazer das veias coração,
voar nesse sentimento,
com ou sem razão.

Amor, ódio, amor.

Prendendo a respiração, olho pra baixo. É realmente uma grande queda, não parece fácil, desço do pedestal e não enxergo mais a minha sombra e ela não está sóbria. Meus passos lentamente se afastam do fim, os olhos ainda flertam e clamo “deixe o meu coração ir”.

- Me culpe.

-Me ame.

-Me odeie.

- Para sentir-me é preciso ser mais intenso e menos moralista!

É isso! Nós somos a própria escória, os malucos, poetas e drogados. Quem se importa?

Podem jogar-me as pedras, eu pequei e não ligo em sofrer, apenas vou fluindo em cada milímetro da dor e então....BUM... Todos me esperam, e agora?

Então, segundo as normas da sociedade, não passo de um doente, um viciado em criticá-la, sou eu que sujo suas entranhas, tripas e veias com sprays Colorgin e uma ironia exacerbada.

TUTUTÁ...TUTUTÁ...TUTUTÁ...TUTUTÁ...TUTUTÁ...TUTUTÁ...
Guitarra imaginária, bateria seqüencial, gritos e berros exuberantes!

Os passos firmes da revolta me trouxeram de volta, os olhos claros da moça bonita e o gostinho de ser o poeta mais vagabundo do mundo.

Prendo a respiração, olho pra baixo. Estou de volta.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Espancar pra valer II.

E dentro do peito: nada.

Sem água encanada, me arrumo pra noite, ainda é fim de domingo, um respiro para quem só pensa no precipício. Acho que vou simplesmente desistir, me soa mais fácil e, é tentador imaginar o que seria o canto dos anjos.

One, two, three, four!

Vamos rodar em uma máquina de lavar, esquecer tudo, quero me entregar por inteiro, embebido e envelhecido. A água nos afoga e afaga, o nariz sangra e esse é um processo lento e pago. Estou pronto.

Parece que deus quer-me louco e aos poucos começo a entender, porque realmente estou aqui e também sei que um dia você também irá descobrir. Obrigado pela paciência, você acaba de ganhar milhões de péssimos trocadilhos. Sorrio!

Minhas vestes, meus olhos pequenos e curiosos me lamentam, essas esquisitices, na forma mais clara e verdadeira do instinto. A falta de um carinho feminino, sinto, nem lembro quando foi a última vez que tive um. O verão chega com um calor mórbido, descendo pelo tubo digestivo e colando o estômago com cola sintética.

Revistas enrugadas,
antigas masturbações,
sangue, aborto, menstruações.
Não sei por que, adoro pessoas e insetos contraditórios.

Me injete a cura!
Me injete a cura!
Injete a cura no meu templo!

QUEM ENSINOU VOCÊ A ESPETAR MEU CORAÇÃO?!

sábado, 5 de dezembro de 2009

Pseudo pornô.

Meu olhar beija o céu. Jeito criança cria caretas nas nuvens.

Quadripolar. Dias feitos para amar, hoje. Ontem, esqueço. Vens aqui me ver, nessa noite de verão que chove lentamente. Fotografo a sua alma, no ângulo dos pensamentos e saneamentos básicos para manter-me de pé madrugada a dentro, rumo ao centro de tudo aquilo que me satisfaz.

Um trago de birita, molho as palavras.

Soul um pestinha de sorriso largo, cabeludo e largado! Caiu, mais caiu pro lado mais confortável do sofá, jeito preguiçoso e cabeça cheia. Elevou-se. Me escondo da realidade, e é rápido enquanto dura, sou da noite e inspiro para soprar a loucura.

Pego no flagra.Alma pontuada, minha terapia é auto-conhecimento, brinco com as minhas mãos tocando ar, ar de respirar! Suga-me, aos teus céus e degusta-me.

- SIM. SIM.SIM.

- V O Z Q U E E C O A A M E N T E A T O A.-

Sinto as montanhas da minha mente se mexerem,
preciso “loco”mover-me.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Brisa eterna.

A vida passa, quero sim, vivê-la. Sexta hoje é dia.

Invencível, intocável: não sofrei mais por antecipação.

Peço licença, vida, vivo. Vovim vivo. Motim em mim.

Aloja-se no peito essa viagem, a mochila nas costas,
as cordas da viola e o fio das músicas.

Sexta; bebemorar, bebemorando esquecendo e lembrando.
Sexta; bebemorar, bebemorando, com ou sem teto.

Cigarros em um cinzeiro em forma de concha,
amores em formatado de peixes,
feixes de luz na vida escura das camisas do Alice in Chains,
tudo em dosagem rápida, sem muito tempo pra pensamentos,
apenas me desprendo.

Sexta. Mudar é preciso.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Pensamento em trânsito.

Por onde sempre passo, reparo em lugares que nunca vi, hoje. As 18h40min do dia 2/12/2009, meus olhos chegaram lá, grandes olhos negros, sensíveis ao mar. Tal mar que, nesse dia e nessa hora me tocou lá dentro, possibilitando-me ouvir a sinfonia das ondas batendo lentamente as areias frias do sul. E como é belo, o sul.

De passagem, digo, diga-se de passagem...

Da ilha ao continente, do consciente ao inconsciente, me faço ao natural.Sou filho de Deus, portanto, sigo como tal.

O que tem essa reflexão? Histórias. Vivo para vivê-las ou contá-las?
Não sei, quem sabe? O que sei é que meu estilo é nômade e se multiplica.

Posso dizer que minhas raízes estão aqui, não nessa ilha, mas nessas linhas que a minha pitoresca pessoa foram reservadas antes mesmo de ser um embrião.
Sei disso e faço por onde, afinal, por onde mais eu faria?

(Tudo isso num pensamento em trânsito, no ônibus.)

É tão simples e prazeroso ver as coisas passarem. Da minha janela, as enxergo como um quintal e tenho o poder de descrever cada uma de suas rosas, com suas mais fundas particularidades tecidas em nobres adjetivos.

Beleza. Natureza. Amor. Força. Vitória.
Espanta-me essa vontade exacerbada de vida! Oh Ilha da Magia!

Me apaixona os teus ventos,
a planarem com a brisa
desloca meus pensamentos
em fatos e momentos
livres, leves e loucos.
E digo que não são poucos.

Cérebro chega fica rouco, cafuné ameniza.
Me ponto chegou, até o próximo devaneio.
Nunca jogue a poesia pra escanteio, sinão vareio.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Garoto galante.

Permito-me a preguiça, após adormecer com os anjos:
e-s-p-r-e-g-u-i-s-o-m-e.

Somepalavras. Issomemo...

Por hoje, pretendo perpetuar a minha própria história artística, comer chocolate e ver o tempo passar do meu sofá com um sorriso quase eterno.

Coração Hard-Rock, Whiskey na jarra.

- YEAH!!!

Elevado ao nível do meu abalado ego, agradeço as coincidências e conseqüências dessa vida, obrigado, obrigado, obrigado...Embriagado! E não para por aí...

Faço me desordeiro, o vândalo das palavras, as vezes tenho medo de mim, conheço bem o único prazer da destruição. Receio que já perdi o controle, me nego me entregando, apenas sigo andando... E como.

(...)

- Menino, essa sua poesia é subversiva, é forte de raiz e nostalgicamente compulsiva.

- Apenas tenho medo e não sei o que acontece, permito-me novamente a pri..pri...guííí..ça.

Falo de mim pra mim mesmo. “Carai nêguin isso aqui é mó viají, qualé qui é”.

- Lugares.

-Os mesmo lugares. Que meus olhares expansivos, outrora e de volta agora, tateiam e exploram horizontes fluentes em novidades. Ah essas novidades...

- Sem mais, sonoramente me despeço.

Bebê do Big Bang.

Nesse choro, dê pandeiro que canta pelas mãos do maestro do samba, dê bem-estar e dê cervejas que molham palavras e refrescam idéias, sou verão e padeço em perdição.

Algo me falta, alguém está faltando. Lê, donde estás?
Mergulhando em mim, te sinto. Bonita.

Esqueço o samba, fecho os olhos, um segundo e lá estamos nós: juntos, tão espremidos no sentido da palavra, que nos (trans)formamos em um único ser, filhos da mãe d’água. É confortável ver nossas auras nadando juntas, a adrenalina corre nas minhas veias reais e imaginárias nutrindo minhas virtudes e esse é seu efeito em mim.

(Beijo lento, apaixonável e interminável – quero, preciso, necessito)

Pensamento luz rápido, palavras e poesias recitadas no vento, enfeitam você pelo toque sensível das minhas mãos trêmulas e meu sorriso desajeitado é seu, só seu e de mais ninguém.

Um impacto em minha vida,
um amor que cura qualquer ferida.

As luzes se ascenderam, última música, um trago,
para sempre juntos.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A 100º Postagem.

Quando ele nasceu o primeiro presente que ganhou foi um poema.

Vou poupá-los desse meu arroubo de pai.

Mas a intenção daquele meu desvario literário era dizer que o protegeria para sempre.

E que, na borrasca ou no estio ou na abundância, estaria ali do seu lado – atento e amoroso.

Os versos devem estar hoje em alguma gaveta empoeirada. Mas foram um sinal do que vinha pela frente.

O tempo, como sempre, voou. E, à maneira de todo pai que se preze, passei a imaginar minha melhor criação de muitas maneiras.

Um engenheiro, advogado ou médico para ser o meu contraponto.

Um “chef” de cozinha - quando resolveu, no início da juventude, fazer estágio num restaurante – para ser o meu gourmet.

Ou quem sabe um aviador, como sonhava o avô, para ser o meu Santos Dumont.

Ah, quantas angústias e delicias povoam as ideias de um pai ao ver seu filho crescer.

E como são poéticas as cabeças paternas. Imaginam coisas do arco da velha, veleidades que até Deus duvida.

Não fugi à regra.

Para o bem e para o mal, sou pai dramático, passional, exagerado.

Todos os meus filhos que o digam.

Amo-os com a dedicação de um estivador e a delicadeza de um dente-de-leão ao vento.

O que não senti ao ver que o meu rebento, que poderia ser o médico ou o engenheiro que nunca fui, seguiria a mesma trilha pela qual enveredei?

Um amante das palavras como eu!

Medo, quanto medo.

Confesso que foi a minha primeira reação.

Será que o meu (sempre) pequeno garoto estaria preparado para entregar sua vida a esses caprichosos sinais gráficos?

A essas convenções gramaticais que, por tantas vezes, convencionaram que eu deveria me ajoelhar a seus pés e ficar cismando indefinidamente em busca de significado?

Pensei logo, co mo naquele meu primeiro poema ao filho, em protegê-lo de tal sorte.

Mas era tarde. Não se protege um homem de seu destino.

Fui então, como a velha árvore, deixando apenas que a minha sombra recaísse sobre a do meu descendente, broto que despontava cheio de vivacidade sob o Sol.

E assim foi.

Essas 99 postagens dele, revelam algo muito importante para nossas vidas: sinto que, feito eu, ele nunca mais vai abandonar essa paixão.

Inexorável como parece ser, meu filho, só lhe resta fazer o seu melhor.

E que as Musas sempre sorriam para você e sua lira.


Carlos Castelo.

Carlos Castelo é jornalista, publicitário, humoristas e nas horas vagas meu pai.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Estralo.

Mais um dia. Menos outro.
Acordei, vivo, porém algo faltava. Vasculhei bem lá dentro, nada vejo, apenas a preguiça de levantar da cama. Penso mais um pouco, me reviro, me dou mais cinco minutos.

Rumo anti-social, preciso arder, quero gritar.
Agora e sempre, mais que antes.

(Solo, solo, solo, solo...)

Ficar só, falar sozinho.
Viver sozinho, sinal de solidão.

Não dói, pelo contrário, estou melhor do que você imagina. Tenho crises sorridentes, me movimento com freqüência e tenho feito todas as refeições. Meus horários não correspondem com as minhas intenções. Tudo bem, afinal, não quero ser perfeito e preciso ter o gostinho do “conseguir”.

Labuta de vida, quero sentir o meu futuro ser feito, ter uma mulher, dois guris e espaçosa casa na cidade e outra de veraneio. Vou distribuir amor a todos.

Talvez o que faltava era um incentivo, um olhar, um cafuné que mesmo de longe se possa sentir, o que importa mesmo nessa vida é a intenção. Ego sensitivo, caráter protetor e humor sarcástico, pois bem, ainda sou aquele, mas hoje com um brilho no olhar, com vontade de ir não desistir.

Sonhador e canceriano, vivente que sente.
30/11/2009. Así soy yo.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Alergia à Alegria.

Estendo a minha bandeira, flutuo com o som das guitarras rebeldes e na travessia balanço meus cabelos que levemente pairam no ar. Música, preciso.

No jogo das tais palavras, a cada leitura, diversas emoções. Cansado, me preparo para deitar, antes olho as estrelas e imagino o céu de diferentes ângulos, enquanto isso, coisas estranhas acontecem dentro de mim. Dá lagoa pro quarto. No escuro é mais seguro e portas fechadas não trancam a minha vontade de berrar.

Jogo-me na cama que me ama, ufa! Vejo sentimentos se mexendo lá dentro e ainda ontem eu que dei um abraço, hoje preciso de um, forte e demorado.

Zilhões de pensamentos inglórios, apenas um amigo imaginário.
Poeta. Palavras. Artesão. Contra. Cultura. De-palavras. Peladas.

Olhando reto, ouvindo eco.
Toco meu rosto, já conheço as suas curvaturas calejadas e a barba mal feita, caricias que me preparam para sonhar numa alusão a toda ilusão.

Esse é morte de mais uma metáfora.
Dá pra imaginar?

Por hoje, prefiro o meu canto.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Desplugado.

Harpas e piano ressoam. Estaria no céu?

Procure no seu coração, revire a sua alma e relaxe as idéias, para então, ver que estarei sempre com você. Nesse mundo ou no próximo, até além do adiante.

Nos meus olhos, uma queda d’água orvalha sincera e minha face é assim nutrida, manchando para sempre esse papel de caderno timbrado. Então, lhe pergunto: o que é certo?

Emocionalmente nato. Fui feito para isso, carpido e esculpido.
Toda poesia me desgasta e renova, ao mesmo tempo.
QUERO TODAS EM MIM AGORA!

(...)

Choro, mas estou feliz, ouvindo músicas que falam de amor e também de solidão, dei um tempo para encontrar a mim mesmo. Na minha cama toda a minha sinceridade, de um lado pro outro, com a insônia que voa longe pra encontrar você, onde os sonhos não têm pudores e posso transformar dor em inspiração.

Nunca fui tão sincero e amor é tudo o que eu preciso, agora e pra sempre, para perto do crepúsculo matutino amanhecer uma paz transcendental que atravessa o pacífico.
Só por você e mais ninguém.

Na bagunça do meu coração, um quarto. Nas paredes, meus cantos e um jeito só meu que também é seu. Poetas, tiramos o cabaço das palavras e as levamos ao paraíso!

Destrutivamente belo, de um amor faço poesia e confesso que jamais vi tamanha simetria, por isso, só tenho a agradecer por fazer o meu mundo girar.

Sem mais, um abraço.
Sim, no céu.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Conexão.

Acordei esquecendo o meu cansaço,
porque ainda estou na noite passada,
você entrando nos meus sonhos, tocando meu tempo e espaço
e agora do seu corpo conheço cada traço...

Sinto cada pintinha, amo cada partícula
flutuamos juntos no nosso universo particular
rumo as cores mais coloridas e sortidas
então, assim é amar?

Olhar, olhar, olhar, olhar
hipnose de você, POETISA
admirar o teu jeitinho de ser
o que mais eu poderia querer?

Acordei sincero e amável,
porque ainda estou na noite passada
na morada da alma te observando
sintonizando cada gesto, cada palavra

No céu, poesia
Num beijo de ventania
Eu te amo.

Olhar, olhar, olhar, olhar
hipnose de você, POETISA
admirar o teu jeitinho de ser
o que mais eu poderia querer?

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Não há recesso.

Vejo novas expressões no ar e na fumaça do meu Marboro vermelho. Aqui, na sandice da loucura, a cura, é essa: encontrar-me. Estou tenso. Vontade é de quebrar, gritar, pintar as paredes com palavras surradas, um tanto quanto escrachadas...

Isso soa estranho? Algo está realmente fedendo aqui...

Odeio regras. Odeio ser indecente. Odeio odiar alguém.

Sinal de fumaça.
Você pode ser o meu herói. Nunca erro em errar. Por favor, eu gostaria muito de saber.

Gole de pinga, calafrio.

Odeio sentir esse medo, nunca fui tão sincero. Entope meu coração, de mão em mão, feito puta de varejo. O que vai ser quando as palavras acabarem? Guardaremos nossas memórias num depósito perdido em tempos distantes, incineradas em seus pensamentos sórdidos? Foda-se! Humilhe-se ao seu medo, se quiseres. Ainda estou em pé.

A pé: pra puta que o pariu.

Amor singular, destruição em massa, calhordas engomados, fascistas disfarçados, articulista fodido, psicanalista de araque, morfético sem noção, patriota sem causa, maldita fadiga, analista de Bagé, rockerinho junkie, estranho estrangeiro.

O que realmente importa? Algo está realmente fedendo aqui.

Dor.

Espancar pra Valer.

Hoje, me odeio.
Não consigo expressar-me em palavras, porém do meu ponto de vista em decomposição, sou aquela criança que olha mais pro céu do que para o chão, por isso, fico no seu colo até adormecer. Por favor, te peço, não vá embora.

Tu sabes, não sabe?
Açúcar e sal em meu corpo sem sol.

Você que já se acostumou com as minhas lágrimas vermelhas, costurou e costurou as minhas feridas vitais e também sabe como ninguém arrebentar a minha vida.

Surto, impulso repulsivo que vem de dentro da minha raiva.
Ela não é boa, nem eu, nem você... Então quem?

Pense bem, o óbvio é primeiro caminho da mente, descrente. Engoli tudo a minha volta, com os pés chatos e descalços, molhado de chuva e sem compromisso. No teu seio, meu sangue sujo, uma poesia em voz alta e uma carta de despedida.

PRECISO SAIR DAQUI!
P-R-E-C-I-S-O S-A-I-R D-A-Q-U-I!

As asas que você me deu e não me ensinou a voar, junto com o seu anjo rebelde, estão indo pra longe, pra mais perto do céu. Um céu particular, cheio de estrelas prateadas sensíveis as mais pitorescas sensações e uma lagoa mágica capaz de intrigar todos os dias.

Lá, palavra-puxa-palavra, numa entrega que poucos são capazes de ver-sentindo. Quero ser tudo isso do alto da minha plenitude, pelo caminho pluvial que leva ao encontro das águas. Logo, aos poucos vou partindo num ADEUS bucólico.

Talvez eu volte, talvez não.

Estomagar.

Chuveiro ligado, meus pensamentos passam por uma transição.
Você pode sentir o grito do meu amor?

Sensação de desconforto abdominal. Sentimento de aversão.
Dança, gira, rodopia. Exagera e passa mal.

De um lado pro outro, mantendo a loucura e afogando as magoas,
simplesmente acontecem coisas...

Mágoas-dores-flores-amores...Onde está? Onde estão?

Acerto do meu desacerto em pleno deserto do ser

Do céu pro inferno, todo dia, João e Maria...

Agora mais do que nunca é hora de não fazer sentido.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Idiota.

O aqui é hoje.

Espero que você se adapte ao meu (con)fuso-horário.

Tarde da noite. Quase dia. Meio noite. Meio dia.

Luz. Enfim, alivia.

Na minha caverna, minhas lágrimas viram estalactites. Imunes a mim mesmo.

Ainda não acabou.

– A temperatura vai esquentar, vômito e tremedeiras, estão a chegar-.
Nariz solto, caquinha mole e uma dor no coração.

Na minha cama: imaginação.

O que o cachorro sente ao ser castrado?
O que é pior viciar ou ser viciado?
Domingo. O que é mais casual?

O aqui é hoje, nunca mais.

Lê-ia-me.

No meu quarto, meu mundo, só via a minha bagunça. Tudo mudou nessa estação.Cigarros, uma garrafa d’água e minha única vontade é dançar com você, Lê.

Lê-ia-me.

Chegou a hora de falar de amor de verdade, porque tu, toca fundo e torna sensível cada nota da música das pequenas coisas.Dó, ré,mi, fá, sol, lá, si, dó:CÉU. Há tempos não tenho errado em sentir dor, porém, agora nossas almas dançam e as tuas palavras me emocionam... Pra ser sincero, foram as primeiras que me fizeram chorar, de alegria.

Conchinha imaginária, dedos gravitacionais: a sua pele tem o cheiro da minha...

Nessa ilha, impossível não te encontrar passeando com o vento, apenas fecho os olhos num ritual sensitivo, beijo você inflamando meus pensamentos vermelhos e entrando no seu mundinho, amando e amando, cada pedacinho do seu universo.

Conforto que você é, conforto que só você tem. Meus melhores beijos te esperam, e salivam mais o olhar que vai silenciar e o toque que vai eternizar, nos mostrando que tudo valeu a pena, sim.

Sim, eu te amo.

Dá pra acreditar na sorte que eu tenho?

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Bolinha de Queijo.

A espera está à vontade. Ainda hoje senti uma dor gostosa, mal posso esperar para senti-la de novo. Vai e volta, num prazer gostoso.

Na minha cabeça, pornografia. No meu pênis, um sentimento latente.

Cabelos claros e engordurados absorvem sentimentos amargos por trás de uma mente pouco pretensiosa: o terreno árido da solidão. Estou nessa fase e não pretendo mudar, por isso não ferra!

ROCK, ROCK, ROCK! Morram bastardos!

Mais atual do que nunca, velho e rabugento como sempre. Se você não se importar, gostaria que devolvesse a minha felicidade artificial, assim começaremos a andar sobre o caos que paira nossas cabeças e dentro de mim só existe você.

Esfolando minha dor, busco prazer, imenso prazer... A cada orgasmo eu morro mais pouco. Um pouco mais de diversão, por que não? Poison. Veneno louco e exuberante, desprendido em meio a luxuria da cidade grande. Sou o seu animal de estimação, limpe a minha sujeira e me de biscoitos da sorte, pra que eu siga sonhando com a liberdade, anarquicamente falando.

Língua portuguesa. Língua à portuguesa. Oh que beleza de tristeza!

À deriva, lá se vai a minha gramática, junto com meu diário em chamas psicodélicas e alguns dos meus ideais. Não me importo, estou velho, portando, logo aprendo a voar.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Meu CORAÇÃO.

Mamãe tira meu cabelo dos olhos e diz: - Meu anjo...-

Ainda sou o mesmo merdinha, enfim, acho que vou simplesmente desistir. Paciência é uma virtude que não possuo e muito menos a minha gastrite, a escuto chorar todos os dias, lágrimas de diarréia, no escuro. Sentado no trono, lendo citações homossexuais e quase poéticas na parede do banheiro. Sou o lixo e o lixeiro.

Quero que você enxergue o verso do meu verso, estou tão emocionado e as palavras apenas acontecem. Ao contrário, do avesso. Me retorço, de novo e muitas vezes, em várias extensões das minhas dimensões enquanto espetam meu coração de guri e matam-me de preguiça.

Gritar é meu suicídio preferido, do alto da montanha, vejo os meus mares escuros, cheios de ódio e ela, só ela, bomba direto para o meu coração. Distância, meu coração.

Desenho.

Moldo.

Masturbo.

Amo.

Odeio.

Conheço.

Reconheço.

Desconheço.

Faço.

Desfaço.

Anoiteço.

Amanheço.

Morte, morra!

Existe outra razão pra sentir culpa?

Palavras escolhidas a dedos, e agora, quem vai me ouvir? Meu coração.

Mamãe tira meu cabelo dos olhos e diz: -Dorme meu anjo, foi só um pesadelo.-

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

DO RÉ MIM.

Hoje quero fazer diferente. Desligar o corpo da mente, no presente.

Logo eu, o supra-sumo do garoto largado e de contraste chocante, penso em um dia me libertar totalmente do antigo mausoléu que me assombra. Inflexível, me envergo na minha escoliose para esconder a realidade que junto com o sol bate lentamente a cara.

De tapa em tapa, até beijar o chão. Quem vai ser a última pessoa a me ouvir gritar?

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“Todas as noite eu a vejo, bonita e livre. No jardim dos meus sonhos, suas pintinhas são as estrelas do tubo da minha afeição... Preciso do ouvido dela emprestado, preciso de cada milímetro do seu físico e psicológico, preciso nadar nos seus olhos azuis como um peixe em adaptação. Não há recesso, não há recesso, não há recesso, em senti-la. É maior que tudo, é a entrega em todos os sentidos..”

* Páginas de diário, pedaços de poesia...

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Voltando ao começo, afinal, estou em um filme. A câmera sai de dentro do meu estômago e sobe rumo a minha boca pra ver o mundo nascer junto com um berro amplificado e fodido. Levanto banhado em suor, no meu jeans um buraco em cada joelho, tenho pensamentos intuitivos e converso com o ventilador. Fotossensível, desprendo o meu oxigênio, pra que ele chegue até você, então, estarás sempre comigo e saberás o quanto te admiro.

Diga “olá”. Diga “adeus”.

Viver assim me arrebenta. Batatinha com ketchup e coca-cola, rotina. Minha personalidade não é forte, é o espírito. Com toda essa presença que me dá um pingo de autocompaixão, traz pureza em meio a essa bagunça anárquica, há qual me torno solidário. Sim, eu necessito ver o nascer desse sentimento, por favor.

Luz, câmera, atenção... O palco vai abaixo.
THE END.

sábado, 14 de novembro de 2009

Apodrecendo com a Maçã.

Doutor em nada saber, viajado em poesia. Como você, assim como quase ninguém. Chove e meus braços estão abertos. As nuvens, as estrelas, ao meu alcance bipolar, chego até arriscar um estralinho de sobriedade.

Falta-me o ar. As linhas ficam tortas em dimensões nada proporcionais, porém, as palavras ainda são minhas, única e exclusivamente, minhas. Será a minha arte tão egoísta?

Livre, estou, ao ponto de poder decidir. Sei, sim, que um dia ei de partir.

Fu-mo-me.Trago comigo a me-ma coisa.

Ao som de harpa e piano, navego em um conto de fadas, tudo é o nada coadjuvante, vejo no horizonte um amor “adjacente”. Ele é mais mortal que a “guerra”.

Mudando a todo momento, me voltei pra dentro... E, é impossível ignorar tudo isso.

Da minha primeira infância, levo uma cara lembrança – a vida valeu a pena-, me desenho rumo ao começo (do fim?) esmagado pelas circunstâncias, mato meus neurônios e solidifico um “autodesprezo” em holocausto emocional. Uma lobotomia, sem medo. Eletrocutado, cabelo queimado, queimaduras a valer... Implausível, o terror chega sem avisar.

Diretamente da privacidade das minhas trevas, pratico minha modalidade de obsessão, ela, cheira odor carregado de uma geração. Palestinas e crianças, mortas e de olhos abertos. Fecho os meus pensamentos, eles, não se atrevem ao futuro. Medroso que dá medo.

Banho? Nem pensar. Uma semana sem lavar o cabelo. Sou da terra, sim senhor!

INside. Minhas raízes me drenam e por isso fico relaxado, loquiando com todos esses personagens que minha irreverênsia insiste em criar, e é pra lá que eu vou. Tocar estrelas.

PS: ainda preciso do resto que não tenho.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Quem se importa?

Antes mesmo de dormir, penso: “...o que esses sonhos querem me dizer?”... Amanhece, pequeno eu, tempestuoso e inspirado. Minha ação é gritar, mijar dançando em cima de todos os padrões que as pessoas veneram, idolatram e chupam. Me odiando pra escrever, me amando pra então travestir o banal da normalidade,estou quebrado por dentro, sensível como vidro e cortante como tal.

Apesar da minha dor, faço de todas as minhas palavras, um pequeno gesto de amor.Unha na carne pra sentir a palavra cruzada que sou, gota de sangue que ainda lateja e pede clêmencia no escuro, é também uma ex-metáfora pronta para secar corações faceiros.

Tenho que sair daqui, preciso ejetar, lançar pra fora tudo o que meus olhos não sabem demonstrar e que você não pode entender.
Por favor, não insista.

Em silêncio, um anjo se colidiu com a terra, perdeu suas asas, seu dessernimento e salgou-se no mar. Água viva queima, viva água sara. Em silêncio, me tomo conta, me envorgonho, me corto e tenho prazer...Medo,tenho muito medo de ser só mais uma idéia abstrata, ingrata e sem graça...

Coração frio, coração amargo. No meu balde de café, navego, penso e (re)penso em trancar mais uma porta. Só vai doer um pouquinho enquanto corrói o sistema nervoso poético.

Mamãe, está tudo bem, só preciso do meu álcool de volta, não odeio mais ninguém nesse mundo, por um segundo, criança.

Amanheceu, eu, tempestuoso e inspirado.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Peneirando.

Noite, cerveja, lagoa. A toa, sou artigo, crítica e crônica a meditar... O vento bate, fecho meus olhos e enxergo o quão bom vem de longe, são pequenas particulas e moléculas, que feito purpurina pairam no ar...Parece Prozac, mas não é.

“Te vejo em tudo o que o vento movimenta.”

Salgo-me na espuma marítima.

Não, não, não. Não controlo minhas enxaquecas, náuseas e lá vem o vômito verde de heresia, rodando em volta do meu quarto iluminado. Estou sentado no canto, refletindo sobre a vida estranha e louca, ela é do tamanho de uma merda? Ou é uma merda maior?

Por dentro: um prenúncio e teias de aranha. A minha inspiração é, ops. Sempre foi defeituosa e cheia de manias megalomaniacas, ela adora brincar e me enlouquecer naturalmente. Odeio mesmo a sensatez, ela me faz tão normal. Óbvio é sair do ócio. Mas como?

Artigo, crítica, crônica. Um de cada vez, todos ao mesmo tempo. Sinto uma explosão dentro de mim, vida e morte, doença e cura, tristeza e alegria, tudo na mesma canção, tudo no mesmo eu... Assim como nunca estive tão avontade para ir além... Escolho o caminho que ninguém vai, passo pelos canaviais e com meu facão decepo a minha criação pra você montar o quebra-cabeça. Amanheça comigo.

Viu só? Aqui, você pode ser qualquer coisa. Artigo, crítica, crônica, até mesmo a poesia de um simples poema. Veja o meu caso, aqui, sou o proprietário do tempo e espaço.

Consegues me ver sangrar?

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Dentro pra fora, fora pra dentro.

Inspira. Respira: anais da sociedade.

A minha foi auto-sacrificada...Aliviada, no céus, super-inflada.

Começo a me desordenar. Vejo pessoas marchando pelos centros, como robôs, secos e frios sem a mínima expressão.Ação sem reação. Papéis pelo chão, mal humor passa pelo ar feito gripe A, e eu, canto algo dos anos 90 como remédio imediato.

Paredes pichadas, idéias não concretizadas, fome jogada ao chão.

-Pausa.Sou jovem mais uma vez.-

Só quero saber, por que meu pensamento está aqui e não ali? Não ligo, não me importo.Pela primeira vez posso ver a cor do vento...Aprendi a voar, com você. Obrigado.

-Ignição de mim. Até ano que vem!-

Pela janela do ônibus, esperança, sim. Quem sabe pra sempre. O calor que que se aboleta na gente me faz sentir um fiozinho de vida, as cicatrizes de navalha se foram, não vejo mais aquele ciclo vicioso e pessimista... Sem mordaça, poeta e imperfeito. Qual seria teu efeito?

Bonita. Meus olhos de verão, são seus, como nunca foram de alguém. Queria tanto que você soubesse que viajo contigo para onde você for, me ponho na sua mochila e se tu quiseres, simplesmente vou. Deslizo teu rosto com minhas mãos anêmicas e dedos gravitacionais, desenho teu nome no suor das vidraças, ao lado do meu. Sou jovem e criança ao mesmo tempo, tudo isso numa explosão de sentir.

Lon ge.

Perto.

Incerto.

Dentino. Ou não?

Aonde quer que o mundo nos leve, leve com você, bonita, vou estar. Noto a sua arquitetura, branca e recíproca, nela estaciono agora... Sim, eu sei, que você sabe e isso me faz feliz, como um banho de chuva seguido do mar.

“Você é um sonho pra mim, um sonho pra mim...”*

*The Cramberries – Dreams.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Qualquer coisa entre o Céu e o Infinito.

A natureza se modifica, mas nunca deixa de funcionar em sincronia. Os barulinhos dos matos, o cantar dos grilos , a lagoa, especialmente ela, essa vida que me invadiu nessa manhã de sábado...

Ao natural, fui posto pra secar. Tudo bem, afinal é verão.

Redobre a atenção. Vou dar uma festa de magia pra você. Os ventos aqui, no presente, estão serenos, as nuvens são alegrias doces no céu mais intenso que eu já senti. És bela, oh Floripa!

Mar-gulho. Dentro “deu”, novos caminhos abençoados.

Parando pra pensar...O vento soy yo. Vou soprar, chegar até o belo caminho da tua afeição, colorido e mágico, estás nos meus intensos devaneios e nos insanos eu-diálogos sóbrios.

(Todos dormem, me torno arte)
Transformação unânime. Morrendo um pouco pra ir além...

Espero o dia chegar, só, com as mariposas. Bêbado de pensamentos sóbrios, copos vazios que enchem a imaginação, churrasco que virou cinza , agora, bomba brisa. Não por isso, sou mais poeta que nunca... Minha entrega é assim, sincera. E me pergunto em voz alta ”como podes tanto amor?”: nós, o seres humanos, tentamos explicar... Em vão. Me vejo só-zinho, pequenino, querendo sentir a dor dessa manhã...

Alguém disse “tu és o cúmulo dos modernistas”... Não sei se hoje, ou amanhã, mas me renovo a cada linha. Acabado, me acabo. Pago sim, o preço por ser poeta. Feito Cobain, me mato, faço-me Faulkner e volto a novela da vida, mas não adianta, esse desejo atolado no palácio da locura torna-se real, animal, canibal de inspiração...

É alegria e tristeza, feito bolsa de valores. (Meu coração)

Matamos um rato a pauladas (foi como no palco), o sangue no chão se confundindo com o malbec e como o sábado que virou domingo, timidamente lindo. Amém.

Morrendo um pouco pra ir além...Fumo, fumo, fumo. Bebo também. Drogo-me com a minha estérica ação, milhares de pensamentos e solos de guitarra. Falo-me, só, com sujeira

(Engane alguém com o seu talento. O meu, eu vendo a prazo e ainda gozo.)

Pois bem, longe do capitalismo, faço amor comigo mesmo. E num mundo de criança, amamos e nada mais. A vida é feita pelas belas coisas simples, assim como a prosa que sei o desenho decór e agora você também.

Como é prazeroso, ébrio, se entregar. Mesmo triste e sem pretexto, esse texto me fez. Alguém e outrem igual a todo mundo.

De pulo em pelo, pelas nuvens, rotulo os anjos e formulo o infinito.
A poeisa faz fácil, beijar o céu e amar o impossível...

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Não é uma vergonha?

Ontem eu me li e reli, mas dessa vez com um outro jeito: bipolar...
Conclusão: sou tão pequeno perto de mim mesmo.

(para onde vão as pessoas quando elas morrem?)

Céu. Estrela cadente. Anjo sem asas.

A água da lagoa, cristalina que só ela, me viu chorar pela primeira vez em câmera lenta, como todo o sofrimento. Derretendo de baixo pra cima, essa implosão ocupa todo meu espaço físico e suga todo o psicológico. Os astros se movem em queda livre rumo a minha felicidade artificial.... De todo o meu lixo poético, você até que cheira bem.

Fora de alcance, minha sanidade.
Meu ângulo é subjetivo e está dopado.

Posso ser você, me transformar no que tu és, até masturbá-lo ou espancá-lo em verossimilhança. As coisas que você não imagina possíveis, eu faço. Sim, eu faço.

Fora da orbita e dentro da sujeira, minha sanidade. Isso soa repetitivo?

As músicas nunca me entediaram, como agora. Estou velho e ranzinza, cheio de cicatrizes tridimensionais, frases jogadas e sem sentido...

A deriva, minha sanidade.

De todo o meu lixo poético, você até que cheira bem.
Isso soa repetitivo?

Não me vejo nenhuma graça.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Ex-cêntrico

Soletrada:

O que dizer?
A ternura é silenciosa.
O medo é gritado.
O amor é sentido.
A dor é doida.


Cantado:

Travestido de vergonha, é o amanhã
poço de diarréia, peido de expressão
mergulho giratório é gostoso e espontâneo
submundo notório é a minha internação

Ei, espere!
tenho uma nova sensação.

Engasgado até o talo com a falta de privacidade
a teoria da aleatoriedade, faz-me rir
sujeito ao acaso, morra de rir
me desintegro, e gosto....

Ei, espere!
tenho uma nova sensação.

Restos de lixo: peixes e sobra de imaginação
colchão com marcas de cigarro, atalho
silêncio vertente de solidão
longe, pra quem está longe....

Ei, espere!
tenho uma nova depravação.

Me arrasto em direção a luz, ela não me vê
na fresta, a aresta de dois olhos castanhos
vai e volta, estica e puxa
todos são estranhos.


Soletrado:

Para onde vão os pensamentos esquecidos?
Estou morrendo. Você sente?

terça-feira, 3 de novembro de 2009

A Poetisa.

Aos olhos de quem vê, a poetisa, é apenas uma mulher. Veste-se com simplicidade e olhares genuínos, têm o sorriso como a sua atração principal. Os passos lentos e os olhos grandes: dois poços de mistérios prontos para darem o ar da graça aonde quer que forem, levando uma atmosfera festiva e luminosa.

A verdade é que, ela, conhece a música interior das palavras. E declamando um poema, chegou ao sistema central dos meus ouvidos, num canto eterno e universal, de harmonia única. Tocando-me, como uma sinfonia de pássaros.

Fico a observar a tua inspiração ao natural, e nela é tão benévolo estar. Os mares, as areias, as casas de pedra, as dores e as alegrias. Que por ela descritas ganham da arte, um tapete vermelho e de mim a mais pura admiração e sentimento.

Nela existe uma maneira intima de pensar e sentir, suas mãos nos criam um novo mundo de possibilidades e sensações. A poetisa tem o que eu chamo de “ autêntico fervor poético”, essa capacidade de fazer-nos viajar sem sair do lugar, de amar e experimentar mesmo a distância. Mulher de pressagio, com a peculiaridade de memorizar um poema muito antes de passar para o papel, guardando no fundo do peito, esperando o momento certo para surpreender mais uma vez.

Sei que sua alma respira os puros ares, mesmos nos lugares mais corrompidos, ela é leve e ressoa num simples sopro, como tua capacidade de ser o que é e nada mais.

Aos olhos de quem vê, a poetisa, é apenas uma mulher.
Aos meus, ela é a lei das estrelas e a fórmula da flor.

Devaneio ao Mundo.

Saiba-o, mundo! Os meus devaneios estão a cada instante mais aflorados. Tenho sofrido em silêncio e buscado em alguém o riso que banha de calma. Não me deixo pensar no que os outros pensam, os outros são os outros, eu sou apenas normal, como eu.

Vejo os prados e a cana do interior, ao longo do longo caminho. A estrada que passa como um livro aberto, leva 3 gerações ao mesmo ideal. A família é sensitiva, posso enxergar nos olhos de cada um uma alegria exclusiva ao me reencontrar.

(Muito obrigado, do fundo do meu estomago nauseado)

O sofrimento faz parte da poesia. Me encontro onde nada pode se encontrar, me transformo onde tudo é único –os padrões são guitarras que gosto de quebrar- sou um mero filho de deus em busca de respostas, ou quem sabe de mais dúvidas.

Melhor confundir, do que remediar... Melhor sentir, do que vontade passar...

Mundão, enquanto meus ossos cresciam, eles doíam. As lágrimas que pingavam se petrificaram no meu rosto esculturando uma dor cega e surda. Tudo bem, porque agora o meu medo não é mais de voar, é sim de viver, e não morrer. Ao longo da estrada, a reflexão tomou conta das beiradas... O pensamento é o meu acostamento…

Ambiente rarefeito, mente com defeito. Não importa, ainda posso sonhar, desenhar nas palavras a imagem da imaginação, porém, eu só queria respirar. É possível?

Pode me humilhar de novo, fique à vontade.

A ela dedico meus minutos antes do sono.
Hora sagrada, cócegas no coração.

E, então, voltei e encontrei o verão.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Guerra dentro de mim.

Existe um lugar, manso e agradável ao espírito, onde gosto de internar minha solidão. De lá, espero respostas que só o tempo pode me dar. Longe do universo, na minha galáxia léxica o tempo pode esperar. Nada é mais agradável aos sentidos da vida.

No seio da minha só-ciedade, aos poucos nos entregamos, ébrios, eu e as palavras. A lagoa me interroga, joga na minha cara toda a sua beleza, e minha mente beligerante sossega. Entrega os pontos nos seus conflitos por motivos de força maior.

Sim, minha missão é de paz...

Existe um lugar onde o tecido do meu texto molda a malha urbana, sem preconceitos. Divã de pedra, vista de areia. Agora sim, quero ir além, transformar em poesia.
A simetria que há entre nós vai além dela, é incrível, porque pela primeira vez posso realmente ter a certeza. E você?

Se joga comigo?

O ar tocará nossos rostos jovens em sinal de liberdade, na queda livre, transpareço meus medos, reais ou imaginários, rumo a um arquipélago de fantasias. Podes sentir? Queres tocar?

A erupção da minha inspiração chega ao climax, meu andamento é crescente, e a cada palavra sou mais pureza. Lá no fundo sou apenas uma criancinha, massacrada pelas suas próprias oposições, que chorou nos primeiros versos e até hoje não perdeu a coragem de chorar.

Existe um lugar que quero que você conheça.

Se joga comigo?

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Suando a Alma.

Sou o rei da falta de sentido, o desconstrutor da linguagem, e gosto. Sou aquilo que tece a coluna vertebral da poesia, o que sustenta de fatos a história. Soul assim e só.

Ilustrando a mudança, vem lá a esperança...

Tomei um banho quente pra depois contemplar o céu. Longe dali, imagino o borboletar de um sorriso belo, com proporções harmônicas e formas perfeitas. Queria tocá-lo, queria senti-lo. Oh, pobre de mim! De que adiantas a vista mais plana e colorida sem o sentimento incandescente... Concentro-me no que sou. Soul assim e só.

Desprendido e fora de órbita em estado intenso. Como você, vocês, eles.... Trago frases para lhe enfeitar, cheias de malícias e subversões, faço a minha fotossíntese e também sou meu próprio parasita. Podes amar tanto assim? Sem conheceres o verdadeiro amor? Logo eu, do homem o trapo, apreciador da doce solidão.

Bem me quer? Ou mal me quer?
Tanto faz....Pra quem fez....

Oh infecção maldita que coroe tudo isso.....
As mãos minhas, tremulas e cheias de inspiração, querem por fim saber o que é a vida sem medos e traumas. Por que isso agora!?

Por poucos segundos esqueço as dores do meu estomago nauseado, me sinto girar levemente como deve ser. A minha cabeça se desligou num coma sensitivo.

Numa pintura surrealista me des-integro... L u z.......... Pus do meu viver.........
Por favor, mergulhe em mim. Sinta-se a vontade.

O banho quente, o céu, o sorriso. Soul assim e só.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Lagoa, lagoa minha...

Meu caminho fluvial instiga a brisa minha ao entardecer sobre seus olhos, faz-se a noite e a lagoa me reflete. As luzes que sobre ela caem ficam mais acesas, arrebatadas e intensas. Lagoa, lagoa minha, perdoe as manhãs aflitivas em que não lhe reparo, a culpa é da rotina maldita que nos suga até o ultimo trago. Te amo além da paisagem.

Longe, eu e a lagoa... Inovamos-nos...

No ponto de partida dos caprichos da imaginação, me esqueço que não tenho nada pra lembrar e lembro que ainda tenho muito tempo pra admirar o que belo és. Os grilos já cantam e a noite nos banha de belas sensações, ai vem à vontade áspera de escrever, para finalmente sobrevoar águas serenas com olhos de verão.

Lagoa, lagoa minha, tu és agora parte da minha vida. Do canto para o centro, me alimento de sua inspiração.... Sem medir as consequências, me jogo em ti: mergulho extasiado que me traz a tona de uma Nova Era, essa, que eu tanto insisti em encontrar.

Não me importo com a solidão, gosto do silêncio que grita dentro de mim, vezes chorando, vezes rindo. Esse pedaço molhado é meu espaço sem limites, feito parto, de dentro pra fora me vejo (re)nascer (re)inventado.

Ah lagoa, lagoa minha! Se eu conhecer uma mulher linda e compreensiva assim, eu caso, mas não sem antes lhe apresentá-la.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Autocrítica Social.

As pessoas não gostam de mim, a maioria delas ri de mim. Ignorantes são elas, ou melhor, talvez eu não seja intelectual o bastante para entendê-las. Autoconfiança nunca foi o meu forte, minhas manias sempre superam a minha segurança. É triste, mas é a verdade. Tem horas em que eu queria tanto ser compreendido, ser ouvido e ser amado. Elas, as pessoas, simplesmente passam como o vento, e seguem atrás dos banais interesses que já conhecemos. Repito: é triste, mas é verdade.

A real é: cada vez mais não me sinto a vontade com os seres humanóides. Quem está errado, eu ou o mundo? É um questionamento amplo e narcisista, claro que é. Mas, tem horas que é tão difícil pra mim, e acredito que pra todos vocês também. Quem nunca ficou assim antes? Sem saber o que fazer, para onde ir, com quem ir e ainda mais em quem confiar? É um questionamento universal, narcisista, mas universal.

Creio eu que quem não sofre não vive, portanto, essa é a lei da vida: enfrentar para realizar. Desafios são sadios e necessários para o nosso crescimento e as lagrimas são o elemento que nutre a evolução, juntamente com a nossa mão-de-obra que é conjunto de todas as nossas forças trabalhando por um só ideal. Tudo isso, com um pouco de fé não costuma falhar.

As pessoas não gostam de mim, a maioria delas ri de mim. Problema delas, faço o que faço porque amo, não sei viver sem estar aqui, sem o saber e o sentir. Não vou mais lamentar, vou sim gritar e extravasar minhas energias quando for realmente preciso, a vida é curta demais para lamentações, aproveite-a do seu jeito, que como o de todos é sem igual, resta encontrar as pessoas que enxerguem isso.

Por favor, tentem isso em casa. E fora dela.

Peço desculpas pelo desabafo (amplificado), mas vejo por ai cada vez mais mortes, mais golpes, mais roubos, mais violência contra crianças e mulheres. Não sou político, muito menos demagogo, mas ao ver essa situação, me sinto na obrigação de dar a minha simples opinião, que apesar de simples, espero que ecoe fazendo com que outras tantas se incomodem também.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

IA, IA, IA Ô!

Caímos na estrada....

Vinícius, meu grande companheiro, sambista e também boêmio, juntamente com Carol, amiga firme e forte dona de um cheiro único de uva doce.

A idéia de irmos a Oktoberfest, em Blumenau, surgiu assim, num piscar de olhos. Bebíamos angustiadamente, sem ter o que fazer, e foi quando meu cumpadi soltou na roda:

- Vamo pra Oktober, porra!

De fato essas saídas decididas de última hora, são as melhores! Portanto concordamos no ato. E de fato, saímos de casa em poucos minutos. Livres, leves e loucos.

Na minha cabeça, como único iniciante no evento, passava um bando de alemães bêbados e sem noções, dançando aquelas suas danças típicas como um bando de ébrios.

Isso já era sensacional! Quem não gosta de beber e dançar feito louco?

Já na estrada, chuva e mais chuva. Risadas e mais risadas. Até chegar lá, nenhum dos dois deu folga. Lembrávamos de tempos áureos de terra da garoa, de amizades em comum, e a patota me contava como era a tal Oktoberfest.... E então, avistei a placa no alto de um prédio:

“Bem vindo a Oktoberfest 2009!”

Estávamos em Blumenau. Sensacional!

Nos rostos de Carol e Vinícius, era evidente o sorriso grato da realização. Semblante de quem gosta de viver a vida. E beber cerveja. Afinal é para isso que estávamos ali.

Logo ao entrar, já peguei um chopp quente (e não foi por opção), pra alemão nenhum botar defeito, mas eu como brasileiro não gostei muito não! Mas tudo bem, afinal aquela era uma festa típica, e eu estava definitivamente no clima.

Bebi, bebi, bebi, bebi, be-bi, be bi, bibe, be bibi....... Bebô?

Cerveja demais, sô!
Resolvi dar uma pausa, antes que começasse a falar alemão. Quando olhei pra trás, tínhamos nos perdido de Carol. Pouco tempo depois, Vinícius foi ao banheiro e nunca mais voltou. O que fazer? Beber mais? Dançar como um alemão bêbado e sem noção? Sim e sim.

ZIG ZAG, OI, OI! ZIG ZAG, OI, OI!
IA, IA, IA Ô!

Me perdi nas brumas, sonhava alto com deusas gaulesas e o velho continente que alimento o sonho de um dia conhecer, por um momento me senti na velha Germânia. Me embriagava em mim mesmo, poeta que sou, sempre estou a refletir.

Tudo muito bom (cervejas-danças-meu alemão), mas nada de Vinicius, nem de Carol. A festa chega enfim ao seu fim, e nada.... Sai pelos portões com o dia clareando e nada....

Andei mais ou menos uma hora até encontrá-los. Bêbados, como eu. Aliás, tirando a polícia e os médicos, todos eram alemães bêbados, pelo menos naquele dia, naquele clima, no sorriso dos meus amigos, que consequentemente fez brotar o meu!

Felizes podíamos voltar para a casa, porém, ainda havia outro churrasco (regado a chopp, é claro), dali a alguma horas, mas, amigos, essa é outra história...

Tschüss!

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Mergulho.

Sou o amanhecer, desbotado e cinzento. Eu amo entardecer, sozinho.

Assim sou e não vou mudar, faço sensações, como um artesão. Consequências insanas mantém meu ritmo, preciso amar e odiar um pouco, tudo nessa mesma dosagem. Na velocidade da verdade, o espaço que falta na fenda do tempo me cobre de flocos pretos e brancos, numa cena retroativa e imóvel.... E daí?

Estourando os pulmões todo dia, até quando vou agüentar?
Consegues ouvir meus gritos intermináveis?

“Amor, não sei se vou salvar o meu nunca.... Ainda posso te ver, ofuscadamente, na varanda, segura e querendo apenas se amar. Me sinta, me faça, arranha a carne e soa a alma. E..... quando eu traguei seu cheiro de pétalas.....amor é demais pra mim....”

Gostaria de ouvir a minha voz adocicada pela emoção?

Você pode/deve ser qualquer coisa, aqui. Sei que tu desejas e eu também, o Santa Graal da sua pele, na minha. Você canta e eu entendo toda a sua dor. Te amo tanto que dá até enjôo. Sim, você é sim, o fim. O fim!

Peido. Ih, ó lá, é diarréia. Tem medo de palavras? Então sai daqui.

Esterilizado, meu céu artificial de estrelas, recordo da infância. Talvez, eu era um anjo, com a bondade concentrada e humilhada constantemente.

Me escolha, me escolha, me escolha. Por favor.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Deboche.

Oh alergia maldita. 7:31. Acordei?

Só vai doer um pouco, até um mijar
odor carregado de aroma estranho
privada = imaginação.

Entranhas/estranhas devassas, levam a masturbação
ação sem reação.... gonzo...

Acordei?

Anjo sem assas, enxergo um
mudança de valores invertidos
qual o porquê do sentido?

Caixas e mais caixas vazias
mente sólida em território arenoso
poça de...de... desgosto...

É tão bom dizer libido em voz alta, posso até travesti-lo
molda-lo com a minha expressão fodida e intacta
até o fim, final.

Animal,
acho que vou morrer, morrendo.....

O cheiro dela está aqui, no meu leito de recuperação.

Oh alergia maldita!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Samba Enredo da Libertinagem.

Preciso de um tempo, alimentar-me e começar uma nova vida.
Vasculho os subterrâneos, escuros e fundos, da minha obra. Desfiguro o padrão, deixo a emoção superar a razão, como sempre...

Vendo a Lagoa da Conceição, meus versos se movem como uma onda, nódoa e intensa, rumo ao espaço ermo. Então, embebido amigo meu, convoca a patota para um samba das raízes:

- Samba pra gente “sam-ba”, batucou.

Não queria ser o seu reflexo bêbado, mas cai na dança. Realmente algo aqui me aquece, e não é a vodka, nem as costeletas de cordeiro. É sim, algo que além da compreensão, toca o termo sentimento. Música é vida no pé do morro, o cavaco e os “tãm–tãms” se completam como no amor verdadeiro, deve ser.

Saboroso, é celebrar! E esquecer a dor é preciso, vital e necessário.

Para tristeza coletiva, o samba, berço de nossas tais alegrias, chegou ao fim. Porém quem é do samba sabe que ele nunca morre, pode até ficar escondido por alguns tempos, mas ele volta sempre mais forte e empolgante, feito carnaval. Resta-nos, esperar.

Fim de noite. Bebô e sem sentido, a cada trago um estrago, viciado nos meus traumas, viajo onde a fluxão é tensa e pensativa, virando o normal do avesso, solicitando um calhamaço imaginário, uma pena e um pouco de escarro. Verde claro, é claro!

***********************************************************************************

II.

É difícil ver o nascer e entardecer das manhãs de aurora sem um cafuné..... Sabia?

Arranco as unhas por diversão, saiba que, às pequenas dores não me incomodam mais, porque da minha varanda vejo a nuança de todo o meu bem querer. Tenho saudades, mas preciso viver, me descobrir, enfim, livre. Onde eu queria estar.

Dormir seria o melhor remédio, porém ainda prefiro escrever e me deliciar até o pescoço no meu subterrâneo clandestino. Hoje eu amo quem eu sou, apesar dos defeitos e das dores escondidas, cavoucadas aos poucos pela minha preguiça aversiva.

De maneira pouco sensata, enlouqueço...

Floresço, o lado bom da demência e faço crer no meu talento juvenil-sujo-surrado-grunge-poético-estético-literário. Viva a crise existencial!

Viva os amores que joguei pela janela!
Samba em prosa, renova, a quem quiser. Imaginação, nota: 10.

De maneira pouco sensata, enlouqueço.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Parafusiando Rimbaud.

Preciso ver o céu daqui, nem que seja pela última vez, ele continuará claro e úmido para sempre, eu sei. Sei também que ele é único e me deixa com uma tonalidade inquietante.

Futurista. A sombra dos meus passos cobre o meu tempo.
Travo batalhas entre eu e mim. Elo sem fim....

Dentro (underground) é escuro, e mãos tremulas sempre guiam ao meu canto: no chão colchão, no teto que a fumaça toca: um trago doce é a alta ilusão. Pronto, agora estou livre para sofrer em paz, viajar num tubo rumo à Nova Era.

Oh vida, esperas por mim?

Converso com Maiakóviski, Blake e até Leminski...

- Antigamente, eu tinha medo do crepúsculo da noite, hoje andamos de mãos dadas, o que me inspira – maldição! -, fatalmente ela é bela e sublime, como uma gaulesa de olhos da cor de cacto. Seduz os fracos, como eu, nas frias noites primaveris outubro a dentro....

- Oh inspiração! Lhe desejo como o viciado sedento de mãos tremulas, que sou.

Paro e penso. Penso tanto que saio do corpo. É o Aborto de todo o discernimento.

“ Sou uma contradição, sóbria e anêmica, prazer.” – Apresentou-se a loucura-

Ao fundo, posso ouvir Kurt Cobain gritar com a fúria de um anjo que fugiu do céu:

- Marijuana. Marijuana. Marijuana.

Então, concluo em voz alta, olhando pro céu:

- Isso é mais do que eu agüento. Pare por favor.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Fazendo-se alguém.

Sol e chuva no casco.
E essa vontade expressa em signos insubstituíveis e irremovíveis.

Fazendo-me visionário, pés nus sobre o chão frio, a cabeça outrora consciente, hoje poeticamente correta. Acredito estar além. É como se no poema do mar, eu mergulhasse.

Vejo cristais de vida, no fundo, forças anárquicas me impulsionam no caminho das delícias inquietas e verdadeiras. Elas cheiram a manteiga, como os recém-nascidos.

A minha doce fúria, neste dia ficcional, gritou suavemente.

A dissolução da normalidade, instaurou uma nova era, descrita por mim em prosa viva que penetra a carne e faz o sangue suar. É engraçado, porque eu escrevo e gosto de reparar no desenho das palavras, cada ponto e vírgula, como uma frase se forma, e eu me formo com elas. Sim, o amor é vírus mutante.

Impulsionado pelas forças anárquicas, retorno a supérflua superfície.
O mar, maior que todos nós, a tona de mim, vivo como nunca aos meus olhos jovens.

Sol, chuva e vida toda nua.
Gotas caem levemente, inundando-me de vaidades, o vento, brisa minha, instiga.

Pedaços de inspiração caem do céu e meu estado emocional parece clarear ao ver o sol se pôr. Me faltam palavras e sobram sensações. É uma pena, no mundo real poucos me enxergam, poucos querem as minhas palavras, sejam elas sóbrias ou embriagadas – que lastima!-, pois bem nobres cretinos, danem-se, preciso mergulhar no meu travesseiro de sonhos novamente.

Boa viagem.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O Tempo.

Assim como o vento, invisível é o tempo
que deixa marcas, muda fisionomias
questiona o homem da sua própria sabedoria
quem controla o tempo, faz o momento
ou seria o contrário?

Mudou o tempo e poesia não me emocionava,
trilhando, descobri a vida
pra quem espera um sentido, olhe as estações
envolta do meu ser estão presentes as mais sensíveis sensações.

As palavras são confortantes pra você também?

Fechei os olhos, o som da liberdade
não aquela travestida, mas aquela que inspira.
Enxergar assim é divertido,
tudo é colorido e mágico como deveria ser.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Resistência Poética.

Somos tão pequenos perto de nós mesmos... não?
Vejo cada partícula com poesia, porque é necessário.

Intrigante tem sido esses dias chuvosos, cheios de mistério e sabor. Cobertos de toda aurora da manhã, eles, me auxiliam no plantio de palavras serenas em todos os lugares. Possíveis e imagináveis.

Vou aos poucos encontrando meu espaço nesse mundo, e inenarrável é o meu prazer ao tecer as palavras. Podes sentir? Queres degustar?

Me sinto em casa de novo. A comida caseira, a vida faceira.
Oh saudade. Enferme e latente. É sentimento eminente.

Tudo bem, vindo de mim, só poderia ser mais um devaneio.
Pelo menos ainda tenho o mar e saboroso é o saber. Bonito também é ver crescer, essa arte explicita misturada com todo o (auto) conhecimento. Escorre o coração deixando-o num tom vermelho impactante, sensível ao toque.

Ah maldita rotina em ti não caireis! Viverei ao lado do esquisito, se preciso. Matarei o tempo, enquanto houver . Assassinar o tédio, é o remédio.

A ternura desabrochou no meu caminho.
Nada mais me assusta.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Caindo.

Cheguei à beira do abismo e vou experimentar o gosto do pulo. Porque o que eu sou aquele que flerta com todos os abismos: possíveis e imagináveis. Aqui, como em nem um outro lugar, o vento toca a pele e arrepia o espírito. Estou sim, no caminho certo, onde realmente posso brilhar. Eternamente.

Por que não? Viajar no sentido imaginário e na direção poética. Estética de mim.

Enfim,

Para um anjo caído de um céu particular, a poesia serviu de introdução para vôos maiores.

Então, penso em voz alta:

“..AS MINHAS PALAVRAS AINDA VÃO ABALAR OS CORAÇÕES DOS OUVIDOS DO MUNDO..”

Petulância minha, porém ando meio estranho ultimamente, que me lembre, desde que acordei de um sonho lúdico. Palavras fazem mais sentido agora. Vejo imagens desconectadas e dilaceradas. Sou único, e sei disso, por um segundo.

Sim, hoje mesmo, as palavras me marcam como tatuagem no fundo da carne, como tem que ser. Eu fui feito pra isso, moldado e esculpido. Quer você queira ou não, vou ficar pra sempre aqui, nesse mundo.

Podes me ver?

Eu sou aquele que renuncia a tudo pela literatura.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Reconstruindo a Escrita.

* Aviso: Para ler esse texto é indicado que você escute a música “Around the Word” do Daft Punk, ou qualquer outra que lhe faça bem.


Certa vez alguém me disse:

“Passarinho. Livre, leve, louco. Onde tudo é pouco, voa mais.”

Analisei e conclui. Talvez seja esse o caminho, mas a verdade não é correta em um tempo e errada em outro?

A verdade de cada um começa com um questionamento, isso eu sei. Pensando assim me dividi em pedaços para contar essa história, essa simplória bagunça generalizada, porém é só isso que eu consigo transmitir a você, e peço desculpas por isso.

(deito sobre o colchão sujo em tom de meditação)

Olho o nada e busco palavras onde tudo é possível. Cansado, recosto a cabeça sobre o meu calhamaço de folhas, sentindo assim o cheiro envelhecido do papel e também dos meus hábitos mais antigos. Como eu e esse sentimento trancado as sete chaves.

O dedo foi posto na ferida. Preciso de uma birita, e pra já!

Na bruma das cervejas, não sei quem sou.
Se sou texto ou poesia, noite ou dia. Sei, sim, que já posso voar. Destino? Incerto.

O mistério de todo meu destino é impenetrável, como eu de uma forma geral. A solidão voltou a aportar no meu cais. O meu individualismo exacerbado juntamente com a revolta nata de um profeta de toda uma geração poética me fez vomitar as palavras como elas são, sem cortá-las. Mas o que mais seriam as palavras do que vidas em pedaços?

Me vejo como a mistura da audácia com a timidez, a fragilidade que grita sequencialmente causando uma explosão que embriaga e traz a tona diferente sensações. Estou errado?

Isso é apenas uma ilustração (nos mínimos detalhes) de um rosto jovem e triste, de um poeta pretensioso que sonha por fim em ter a alma solta das amarras.

Certa vez alguém me disse:

“Tudo nessa vida não passa de uma repetição, com uma vírgula na hora certa.”

Verdade?

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Transição.

00:03.
Deitado na cama, cabeça girando, ventilador.

Ainda tenho tempo para poder filosofar comigo mesmo, porém preciso sair para ver a noite. Melhor opção. Lá fora, o vento me ressuscita e faz crer em uma nova realidade, isso é sim real, e por que não interativamente intrigante.

Eu fui sugado, no bom sentido, até aqui. Graças a Deus.
A brisa bate nas minhas costas balançando meus cabelos bagunçados subindo até o topo do mais alto jatobá, lançando assim no ar, o doce barulhinho da natureza e a chama de toda a minha identidade.

- Oh que beleza, suspiro.

Abro os braços em sinal de liberdade, sem alguma vaidade.
Brilho no céu, é noite estrelada, então numa virada as coisas mudam e um homem mesmo que por pouco tempo encontra a paz....
Santa e única que só ela.

Amigo, não é filosofia barata, é a vontade exacerbada imposta e exposta feito fratura.
É uma pausa, uma lua nova. Estou no alto... Alto estou.

Com dedos gravitacionais toco
uma constelação sem escala
sonho em cantar,
sentindo um pedaço do céu,
tão leve quanto a música.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Entrevista com o Poeta.

Na sua visão, o que é a poesia em si?

É vida se confundindo com a arte, literalmente falando.



O que te trouxe até a poesia?

Desde pequeno eu sempre vivi num mundo fantástico, uma realidade diferente e muito mais feliz. Conhecer a poesia foi questão de tempo, amor a primeira rima.



O que te inspira?

O que eu respiro, o que eu vivo, o que eu sinto. Por inteiro. Pra mim, a inspiração são pequenas coisas que viram grandes.



Como funciona o seu processo criativo?

Isso não existe. A minha poesia é instantânea, livre e sincera. Só um ser humano que faça arte, ou o que realmente gosta pode sentir. É maior do que tudo.



Cite uma característica que podemos encontrar em todos os poetas.


Todo poeta é um narcisista, expõe o mundo através de si mesmo.



Você já chegou ao estágio máximo da sua obra?

Não, a minha fonte é inesgotável. Só antes de escrever, repito, preciso sentir e reparar a vida com olhos de poesia. Alias essa é distração mais barata que existe, tente isso você também.



Para finalizar, qual o maior sonho do poeta?

Pagar as dívidas e poder escrever meus livros em paz de frente para o paraíso, sempre bem acompanhado do bem: amigos, amores, charutos e cervejas.

*Revista Poesia sem Compromisso.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

O que toca a Alma.

Essa tempestade cerebral que veio sem avisar, devagarzinho foi aumentando e lembrando saudades. Longe de casa, trilho meu caminho para seguir em frente. Não vou desistir como sempre, porque agora a minha inspiração não cabe nas linhas do papel. Ela é o ar que eu respiro, o mundo que eu vivo, vigor de homem com fragilidade de mulher.

Não me miro em ninguém, só quero ser alguém. Que vive e deixa viver, que faz a hora e também deixa acontecer. Sou novo, mas já sei do propósito dessa minha curta estada nesse mundo: mostrar o submundo da minha cabeça pra todos vocês, com toda minha entrega e sentimento ao extremo. Do jeito que eu sei, e que me faz bem.

O mar, meu quintal, e o universo dentro da mochila...

Nesse sentido, vejo com olhos de poeta fragmentos de vida inteiros e sinceros que só aqui eu sou capaz de encontrar. Agradeço em oração o dom da vida e peço saúde a família.

Parte de mim queria sonhar pra sempre, a outra é que me acorda.
Escrever é como respirar: necessário, visceral, vital e transcendente.

Estou livre, de novo.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Jogo Perdido.

Estou entregue a ponto de mudar. Mesmo que por poucos segundos, quero olhar nos teus olhos para que você saiba o quanto eu te quero. Fruto proibido que é, Paula, tenta disfarçar, mais eu sei que a noite ela fica a sonhar com a planície do paraíso e nós no altar do prazer. A sós, boca a boca: beijo unânime.

Sinto e moldo a forma do teu espírito. Preciso dela, mas tenho que evitar. Se Paula disser, eu largo tudo e caio na estrada, e vamos para onde ninguém possa nos encontrar, onde sonhar é realidade, de verdade.

Como pode tanto querer, tanto desejo vermelho, carinho e entendimento num olhar.Não, ela nunca me disse uma palavra de esperança, talvez por medo ou insegurança, ou por esperar algo da minha parte.

Mas...

Tipo reviravolta, tudo mudou. E nesse instante, uma lágrima rolou. Marcando para sempre esse papel e todo intrépido sentimento. Momento infeliz, porém as coisas são assim, nem sempre saem como a gente planejou.

Enfim, os dias passam, o tempo voa, e por fim nada muda. Paula está cada vez mais distante. Não vejo o vermelho que mancha horizonte no fim de tarde do paraíso, e penso: “que pena é trilhar a vida na tristeza.”

Bem me quer ou mal me quer?
Quero dizer a ela: “desculpe, se é muito tarde para amar você...”

Viver de amor não é possível, é um jogo perdido....

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Desabafo Amplificado.

Não sei por que o mundo tem essa maldade. Sem dó, nem piedade.

(Imagens seqüenciais: torres desabam o amor banalizado, exclamações e interrogações habitam a impunidade, o sentimento pouco te deixa pronto para fritar na Santa Ignorância. Ou não? Quem sou eu, reles poeta, para julgar.)

Vejo a alma do justo abalada. Tratada e lembrada só na eleição.

Meio confuso, quero me internar longe do mundo, por minha vidinha dentro da mochila, deitar na areia e olhar as estrelas. Nessa ordem.
Longe de casa, pensativo, olho mais pro céu que pro chão, sou mais emoção do que razão. Por incrível que pareça estou vivendo a metamorfose do crescer. O meu crescer.

A saudade não demora a chegar, mas o samba já está ai.
Para entrar no coro não podia faltar o choro, pra partir, partido alto... Meia noite, meio dia não importa a hora, com amizade sempre chega a alegria. Mesmo que incompleta.

Tenho também me correspondido com ela, e a distância, descobri que ela é da cor da sua energia. Lã macia que almejo tocar, porém não nasci para amar. O melhor agora é esquecer.

Progressivamente eu vou vivendo, tempos sorrindo, tempos chorando.
Tempo de poesia pra sempre. Eu garanto.

Esse sentimento amoleceu a rigidez da terra, por isso permita-me me apresentar:

São Paulino, brasileiro, câncer.
Prazer. Léo Castelo Branco.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Poesia às Avessas.

...Aberta e produzindo. É ela, a mente....

(Aumente o volume)

Sou rápido, sou meteoro e raio.
Urbanóide e também bicho do mato.

Meus passos são friamente calculados
meus olhos só enxergam paisagem
uma miragem...Sou eu.

Peço licença, em tempo, ao autor. De fora vejo a poesia, personagem principal de todas as tuas histórias e estórias. E fico a pensar, o que será mais real: nós ou vossas imagens?
A vida ou a literatura? Na minha opinião, uma precisa da outra, como uma cadeia alimentar, que por fim sacia o desejo do público com a mais pura expressão de arte. Na sua essência.

Permito-me ir mais além, caro amigo. Vendo de fora e sentindo lá dentro, a minha alma chora e sorri ao mesmo tempo na sua tempestuosa harmonia de sentidos e palavras. Confesso que fico impressionado com a sua capacidade de inovação. Às vezes interrogação, noutras exclamação. Novas as sensações a cada letra.

Agora, posso adormecer em paz no meu jardim banhado por cristais líquidos de frescor, ao lado da minha Eva, meu cachimbo e minha maquina de escrever.

Adeus estimado amigo.

Uma miragem...Sou eu.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Nota do Autor.

Por hoje sobrou chuva e solidão.

Sento-me na areia fresca praia da Joaquina e começo a meditar sobre os pingos divinos.... Lembro-me com carinho dos mimos da minha mãe, dos pitos e conselhos do pai que eu escutava sempre como um aprendiz com a sede intensa do saber. Sinto saudades desses tempos, não há um só dia em que eu não me lembre dele com um carinho vermelho e sincero como olhar de criança.

Esqueço lentamente o tempo...

Sou mais amor do que qualquer coisa, todo o sentir está em mim e com os olhos fechados faço parte de todos os meus devaneios. O barulho do mar refresca os meus ouvidos, aguçando os sentidos e sensações: anfitriões do sentimento. Lento e eficaz.

O vento soprou, o tempo abriu, o mundo sorriu
a saudade enfim deu um recuo
a mente brilha em contato telepático
portanto, a melhor sabedoria é a alegria, concluo.

PS: Todo o conhecimento é fruto do sentimento.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Amor Singular.

A distância, o amor parece não mais existir.

Meus olhos cheios de lágrimas embaçam a visão das placas e das paisagens por onde o ônibus passa, deixando tudo muito mais nostálgico e menos agradável.

Estava eu partindo. Contra a minha vontade e real percepção, aos poucos percebi que tudo aquilo não era uma simples ilusão. Sem dignidade nenhuma, fui deletado pela mulher que amei. Por ela, não só conjuguei o verbo amar, o construí com as minhas próprias palavras, nunca amarguradas (até agora) e lapidadas com o doce sabor que só o amor tem. E nosso foi único. Enquanto durou.

A estrada ia passando e eu lembrando do nosso primeiro encontro...

Ela me ignorou e eu gostei. Tanto que no dia seguinte fiz tudo para encontrá-la, até achar e lhe entregar um ramo de flores e um convite para um musical romântico que estava em cartaz na cidade. O cenário perfeito para o início de um relacionamento. Ela topou. Pulei de alegria durante dias aguardando o momento mais especial dos meus quase 30 anos.

Fomos ao Teatro Municipal 3 dias depois. Ela estava linda, vestido longo preto, olhos escuros e cheios de estrelas que combinavam perfeitamente com o tom da sua roupa.
Assistimos as 2 horas de espetáculo compenetrados. Ao sair a convidei para jantar....

Assim começamos a nos ver sempre, dia sim dia não, depois todos os dias, horas e segundos. Era tanto amor, tanto sentir que ficava difícil resistir. E não havia porque resistir, nem por charme. Não existia frescura entre nós.

O ônibus faz uma pequena parada. Estamos cada vez mais longes, e ela realmente não me quis mais. Até então tudo faz sentido, se ao menos ela me desse uma explicação e não apenas tirasse as estrelas do olhar, como ela fez. Simplesmente sumiu no apse da paixão.

Já rejeite e fui rejeitado. Mas essa dor que não para de latejar a cada batida do coração, não pode ser verdade... Devo estar vivendo um devaneio...

Não, é hora de acordar e perceber que fui jogado para escanteio. É como começar a ler um livro e não permitirem que se leia o final. Isso já é tortura!

Todo amor que existia em mim foi sugado, amordaçado e assassinado lentamente. Esse pensamento não é apenas um ponto qualquer, é mais do que sério, é preocupante. Preso as antigas sensações ainda não sei como vou conseguir seguir em frente daqui pra frente.

Estou na minha cidade natal. A distância, o amor parece não mais existir.
Uma lágrima cai do meu rosto, está chovendo.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Além da Trilogia.

Maldita ressaca
pura nhaca
fruto do ser
alcoólico
pode ser
também
desdém
de quem
tem ou então
não tem
mais.

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To a pé no ap
Pé pra que?

Pra que pé?

Inté,
Tatu – apé
Tattoo no pé.

Tudo isso é chulé?

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Horizontes inteiros
na minha visão
distante


perdida (?)

- subtraída


Fragmentos de poesia
na minha cabeça

s a c o d i nn do

( e xxx xx p l d i nn d ooo)


Evolu(indo).
Até breve.