segunda-feira, 25 de março de 2013

Experiência



o dia despenca na minha frente
bonecos assassinos e falas sarcásticas brigam pelos meus ouvidos
vielas incendiadas na imaginação
3 passos para chegar ao fim do mundo
Vou começar entrando nas suas veias e drenando você,                    living dead girl

balançando a cabeça numa dança frenética
criando uma nova paranoia que te faz acreditar
soul a voz que comanda as vozes dentro de mim
olá, alguém está louco pra rolar com você pelo cemitério
pra fora do chão, pra dentro da terra

Uma figurinha no meu álbum de linguagem  
Você sente o jeito que eu amo?
Você odeia o jeito que eu sinto.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Início dos tempos



Escorada nas paredes maltratadas ao lado do bar, a juventude
aquela cortina de fumaça é invisível quando eu olho e ela olha
testemunhas oculares de um momento instável
um trago no cigarro enquanto tento encontrar a palavra certa
a hora certa de chegar
o momento certo de fazer a estrela brilhar

no calor de um beijo desenho com a imaginação
e não me importo mais em ser piegas
inclusive, mais um cigarro e uma Vale Verde
uma pausa.
uma emoção.
aquela roída nas unhas.
aquela mesma cara envelhecendo no espelho 3x4.

Sim, é hora de parar pra penar
só que meus destinos me perseguem
estou preso na pior das prisões
dentro está nublado
tenho saudades de embarcar na roda gigante dos seus olhos

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

American dream.



você não me parece o tipo de pessoa que solta verdades pela goela
te vejo derretida numa viagem de mescalina
outra paranoia que mato em menos de 24 horas
as vezes me pergunto “Quantas qualidades valem um defeito?”

isto que estou fazendo é uma merda
masturbo meus pensamentos e de lá nasce um universo
meus dedos são roídos mas levam além e aquém
em digitação frenética
apresento-lhes meu estado de ecstasy

cansado de ser tão normal e estereotipado
tirei esta noite para decifrar o código das estrelas
silenciosamente obcecado

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Crise de (ã?)siedade.



Em algum lugar entre o extremo e a serenidade
escrevo numa Olivetti 82 flutuando em algodões doces
e faço uma forca com minhas próprias veias
meu sangue é minha obra, é minha casa-poesia
Até que gosto de ter ataques epiléticos involuntários
E acordar dentro do que até então você considera inexistente

Tome um respiro...

Um tiro nesta sua expressão
lisergia na tua depressão  
um grande erro na intenção,
desculpe,
mas estou amando viver o errado
descobrindo que estou levianamente certo

Sim, está tudo bem
andando na linha férrea
preso num solo de bateria
percebo,
o extremo é lírico
e ilícito.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

O grande chefe.



Só queria que você gritasse meu nome
mas tudo que escuto é “está acabado, garoto”
meu cérebro enforca o coração
construindo grades dentro da minha existência
bloqueando meu lado pseudo-pornô
viajo sob os olhos da noite
e molhar as palavras em dias como hoje me agrada como nunca

nem nos meus porres mais sinceros poderia imaginar,
nuvens se abrindo e mostrando o horizonte a minha frente
e esse blues que dá voltas na minha cabeça
enquanto o rock alfineta meus alvéolos pulmonares
o tempo corre e, só quero dizer que você é um grito pra fora de mim

mate esse monstro que criou
envolve-me neste labirinto que é o ser
quero ser contagiado com o melhor dos seus orgasmos
e dormir profundamente onde moram os esquisitos

Apenas me abrace.                                                               Me abrace como se eu fosse um anjo. 

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Um poema sincero.



Oh tempo que passa, me leva
tudo se quebra ao redor
morro de medo de mim
esses dias frios, eles me assustam
me fazem inquilino da minha própria dor
presidiária alma do corpo em existência

Amo você como um tumulto inesperado
tenho fome, sede e desejo
minhas lágrimas viajam sob trilhos de pele
desenhando olheiras semi-estratosféricas
acelero meu corpo assistindo meu cérebro sofrer de claustrofobia
e gosto, dessa religião do foda-se

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Do amarelo pro vermelho.



Palavras enxertadas refletem meu cansaço
rotina dupla face enxagua e seca os olhos nus
apenas gorfo minha mente num quadro surrealista
enquanto a realidade se desfaz em cubos submétricos

Ninguém fala, tudo muda
O que fazer!?
Nós somos o novo e não temos nada pra dizer
Nós somos o novo e não sabemos fazer acontecer

Me afundo pra dentro do teu aquário
fico preso horas num solo do Yes
lembrei dos seres escondidos atrás dos meus cabelos
hoje, queria fazer o coração desaparecer
e a mente desprender

só isso.

sábado, 19 de janeiro de 2013

A chave do universo.



Ouvi você gritar em La maior
abri seu peito, borboletas e lesmas saíram em sinfonia
toquei teus braços com uma leveza que os transformaram em violinos
expandi horizontes dentro de um universo perpendicular
minhas unhas cavaram fluídos num vai e vem gostoso
E só.
Pena.

Sonho breve de um devaneio eterno, Leonardo
me sinto uma minhoca que flutua entre solos de guitarra
tenho essa estranha mania de viajar sem sair do lugar
nessas horas, observar o nada é tudo
o limite é o inesperado,
pedaço inquebrável da minha existência

você é tão forte que abre até os meus olhos
e aguenta o peso da minha paranoia,
por isso, soul grato

encosta aqui,
acalme a rebelião que acontece dentro de mim
tudo que quero agora, por mais simples que seja
é ouvir a música debruçado no seu berço esplêndido 

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Apenas um pedaço de sim.



Quando ela anda, o céu muda de tom
sinto o poder da voz de veludo no recinto
pássaros azuis voam atravessando meus olhos
eles fazem ninhos na minha caverna-coração
enquanto durmo com as orelhas nas estrelas
e os pés nas montanhas

Seria engraçado se não fosse verdade
nunca me encaixo nas tuas palavras sóbrias
mas quando beijo sua boca leio teu coração em braile
e gosto um pouco mais de mim
vendo as coisas com uma clareza alucinante e plena

sou apenas um poema-canhão
bagunço meu pequeno mundo caseiro
dominando meu medo com soldados de papel
livre na prisão do meu próprio corpo

domingo, 13 de janeiro de 2013

Faz de conto.



O mundo perdeu sua virgindade neste fim de tarde meio estrelado
simplesmente resisto em ser eu mesmo
banhando a nuca em águas frescas e azuis
com os pés numa trip serena entre girassóis
desenho na sombra o que sobrou de mim
Sorrio, meio que por um segundo, com a maior sinceridade da terra
envolto em plasma e fluxo vaginal
começando mais esta estrofe de vida

Tenho o poder de injetar estrelas nos teus olhos
tirar a leveza das suas roupa e colocá-las em você
abrir as palavras com carinho e lentidão
pra que compreendas melhor a minha maneira de não ser
num afago eterno embarco nas ondas cibernéticas
dedilho teu rosto e penso:
“esse carinho é impossível de evitar” [...]

Domingo, dia da colheita de sentimentos
devastados, inteiros, internos e intensos monstros severos  
Restou-me apelar pro blues e para as palavras já molhadas
quase alcanço as estrelas nestas madrugadas caladas
Amanheceu dentro de nós...
acordo sozinho na minha varanda sem sacadas.