terça-feira, 27 de novembro de 2012

Foi-se;



Orgasmando no seu veneno tão cheiroso e...  delicioso
Sempre perto ou além do limite
sonhando com fones de ouvido e ideias apimentadas
Sem sair do lugar, sinto que vou mais longe que você
sem querer...

Ela é meu orgulho e preconceito
Se não consigo dormir é porque estou vivo nos seus sonhos
Só escuto uma voz dizer  “acabou garoto, pague na saída e vá viver a vida”
Me ajude, me conforte, me abrace como um anjo sem assas
Se você ama, por favor, não apague a luz do banheiro

Ganhei de presente um novo destino
banhado em vinho
enlaçado com cordão umbilical
Sensível e pedante
Amoroso e desgostoso
único(...)

Numa mutação estranha
Órgãos vitais se tornam genitais
Fazendo filhos nos pensamentos
desenhando infinitos que jamais existiram
desbravadores,
infames,
esfregados em rostos alheios,
sem os pudores tradicionais e nada mais

O poeta não é mais todo coração 

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O último blues.



Pode o mundo inteiro estar errado e eu certo!?
Tenho me entregado tão facilmente a situações inesperadas
Entrado em paradas erradas que se tornaram certas
Desenhando com restos de corações no box do banheiro
Fazendo da minha semente e do meu sangue poesia

Bom, eles me chamam de incompreendido
Apenas como pelas beiradas nesta grande lasanha
Já interpreto outro personagem sendo a mesma pessoa
Você sofre porque acredita em coisas que não entende

Somos apenas restos do que deu certo
Um espasmo do que já fomos um dia
Aquele erro calculado, porém incalculável

A certeza é tão imprecisa
Aposto que alguém escuta eu gritar “salve-me” no fundo dos seus sonhos  
Essa sensação é grande demais para caber na minha libido
Aquele sorriso que reflete constelações é razão da minha dor estômago
Ninguém conseguiu mergulhar em mim
E todas as minhas personalidades estão esperando...

Até onde isso é verdadeiro?

Agora estou defecando dentro da sua visão
Deixando meus ovos e minhas manias de estimação 
Sensibilizando com tudo que me ensinaram a odiar
Verdades são consequências que você construiu com uma mentira
E é certo que estou descobrindo uma nova teoria da evolução
Onde não sentimos essa sensação de médico e paciente
Onde cada vida vale uma patente
E as plantas são regadas com bourbon 

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Prozac.



Não, ninguém quer conversar
Sozinho, aqui estou
Precisando me alimentar
E desligar a mente
E expelir a alma
E parecer natural naturalmente

Eletrizante e brilhante
Resquício de fúria e apatia  
Sujando as paredes
Com ousadia dá mais bonita
E esquisita
E vagabunda
E boemia

Elegante e enfermo
Vestido com minha melhor falsidade
Sem particularidades,
Igual ao banal
E sem aparência
E pedindo clemência
E daí?

Sim, ela quer dançar

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Vamos num twist?



Me arrisco num terreno baldio rodeado por versos falsos
Debruçado neste penhasco sem rosas que é a solidão
Fazendo forcas imaginárias só por diversão
Imagino florais de vaginas medicinais
E a rotina maldita que invade sem pedir licença?

Nunca tive tempo de te contar a verdade
Cavei meu próprio túmulo e me enterrei lá
Tentando respirar, tentado me salvar

Alô, alô, tem alguém aí1?

Uma vida toda resumida em um só momento
Prefiro ficar atolado no caminho mais um tempo
O teu gosto é o algo que nem sei explicar
Mas parei.
Resolvi aprender a formular estrelas
E flutuar em rosas

Alguém me disse que é tempo de reaprender a respirar
De fazer tudo que causa câncer
Chegar perto dos anjos
Bora lá...

sábado, 10 de novembro de 2012

A 40 milhas do tédio.



Ilustre sua cabeça com toques de piano
Sensíveis, porém invulneráveis
Imagine o destino que nunca teve
Torne-se inevitável

Tenho uma doença de estimação
Mas as memórias, elas me deixam voar, obrigado
Só sei que quando pequenas erupções acontecem
dentro algo surge

Pare e analise o quanto você é você
Sente-se na mesa com anjos e demônios
Viaje até o deslumbre acontecer
O amanhecer não é um limite
E ainda posso gritar até explodir os pulmões

O destino tem esse jeito estranho de fazer a gente sorrir
Ficar pensando nisso me faz bem, me deixa tranquilo
Noite que explode em dia, dia que implode a noite
Rabiscos e rascunhos contornam meu coração
Enquanto escuto Paganini a 180km por hora

Em algum lugar onde o silêncio ainda é doce
Tenho convulsões inspiradas pichando paredes
Lembrando que meu fogo ainda não se apagou ou apegou.
E nada sobra.
Nada além de memórias. Só memórias.