terça-feira, 26 de maio de 2009

Flower Power.

Nasceu feito jagunço.
Derramou sangue em troca de ouro, fez amor a força com nobre donzelas, saqueou dos ricos e deu pra si mesmo, arrancou o coração do rei, tomou o poder e lá ficou até outro lhe matar e assim sucessivamente. Eis o ciclo vital e vicioso.

Robin Hood?
Não, eu nunca acreditei em filmes.

Acredito na realidade, eu sinto na pele daí eu passo a crer.
Acredito também que preciso fazer o que está ao meu alcance.

Ao mundo peço socorro em voz alta:

QUEM SENTE O AMOR?

O Efeito Boêmio.

Em São Paulo faz frio, a noite passou voada, ela é assim mesmo: engole os boêmios.

Chegando na Augusta, o dia nasceu e os operários surgiram com seus pequenos problemas e uma vontade divina de louvar a rotina. Entrei no circular com a mente a voar, fiz poesia arquitetando versos sobre a vida no meu pequeno diário de bolso, com letras garranchosas e embriagadas, até que então o corpo em estado lírico se pois a sonhar...

Nesse momento qualquer revelação é uma revolução
logo eu que mesmo menino sempre tive um ideal
anarquizei muros e paredes fazendo a minha cartilha.

Idealizei musas e amei mulheres,sobrevoei corações,
multidões ricas ou devastadas, muito ou pouco amadas.

Acordei pra lá da Consolação.

O sol já deu as caras faz 1 hora, a passos largos para casa, os pensamentos virados e as olheiras desenhadas borravam minha personalidade boêmia e cheia de graça, até então.

A simbologia do meu rosto vermelho e amassado, o andar torto e apressado, era a mais pura descrição do cansaço. A mistura de ficção com realidade, com toda intensidade.

Chego em casa e topo com o porteiro Roberval:

- Seu João, onde estão as suas calças?

O Boêmio dos abraços exagerados, dos apertões de bochecha e exclamações, esperou uma noite alucinante acabar para pensar em ficar embaraçado.

- Seu João?, Seu João? Porra toda vez é isso!

Ah boêmios...

terça-feira, 19 de maio de 2009

Fluoxetina Natural.

“Queria viver pra saber que foi possível, fazer minha trajetória longe do quintal das fronteiras e ignorâncias, voar livre por ai e ser dono da minha alforria...”

Estava feito, meu pé estava na estrada,
o corpo ao mar e os pensamentos tortos ao relento.
Viagem que leva a 2 lugares ao mesmo tempo
imensidão: intenso buraco dentro de si.

Essa poesia é um desejo ardente
com meus devaneios aflorados
minhas loucuras ficam ao seu entendimento,

seja você bon-vivant ou cabra da peste
seja sentimento ou rocha,
tenha fé porque até do cimento a rosa brota.

E o poeta enfim se faz profeta:
- “Sou um amante literal do sentir, autêntico refém da liberdade...”

domingo, 17 de maio de 2009

Pichador.

Jovem, sem sorte, largado é revoltado declarado
em insegurança poética ascendeu um cigarro
em desgaste lírico no estilo rock se fez,
sinistro nas ondas do som, dando vida aos ideais,desenhou a vida...

Seu caminho é ida e volta sem parada,
desquitando-se das regras, se solidarizando com o caos.

Tipo bipolar: fui daqui ali e nem senti.
Moral da história: o efeito ameba fez a arte se multiplicar em pequenas vertentes.

sábado, 16 de maio de 2009

O Amor de Amélia.

Nesses dias frios é tão gostoso amar, até inocentemente esqueço o que tenho que fazer, me dou ao luxo de sonhar acordado sobre dias futuros.
Parece que respirar Amélia me deixa puro, ela é suave.

Ah, Amélia...

Sedutora e dona de um sorriso estrelar, trajando vestidos em cores vivas que colorem todos os meus dias, cada pedaço de Amélia é sensível ao meu toque. Eu abro a porta ela corre para saltar nos meus braços e me beijar longamente, um beijo demorado e babado, fica a me cheirar e fazer cócegas. Na maioria das noites transamos ali mesmo sem fechar a porta. A paixão que temos um pelo outro é algo estimulante, basta se encontrar, sentir a pele para despirmos o amor e gozarmos dos mais intensos prazeres da carne.

Já clareou, Amélia está aqui dormindo nos meu ombro, leve respiração, posso até ouvir o tum-tum do seu coração. Ascendi um cigarro, observei a sua beleza exótica, os longos cabelos pretos que tomavam as suas costas. Senti também seu cheiro de pachouli de Java e as mãos pequenas que limparam minhas lagrimas nos tempos da revolução e também tocaram meu rosto quando eu falei “eu te amo”.

Com Amélia me tornei mais sonhador do que eu era, talvez não no sentido literal da palavra, agora eu sou intenso de verdade estava a viver cada pingo no i de cada frase ou sentença que o destino declarasse. É como se o infinito fosse chegar amanhã, mas como ele ainda não chegou, deito ao lado de Amélia, afinal nesses dias frios é tão gostoso amar.

Daqui pra frente o que virá, dirá...

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Silêncio.

Fluindo diretamente da alma, intensificada super inflada.
São 2 da madrugada, faz silêncio e eu tento manter a mente equilibrada. A TV ligada sem atenção, meu velho rádio de pilha, minha máquina de escrever, meu antigo humor negro acesso.
Está enfim acontecendo uma revolução em mim.

Hoje na volta pra casa eu vi girassóis, imediatamente lembrei de você em déjà vu.
Será possível?

Tarde da noite faz silêncio, e é no silêncio que eu gosto de lembrar. Lá parece não existir compromisso, nem distância, eu simplesmente enxergo exuberância com olhos fechados. É complicado, mais é compreensível do alto de toda minha teatralidade tímida, tem um sorriso só seu, uma poesia e uma garrafa de Lambrusco.

O silêncio temperado com a noite é afrodisíaco, adormecendo você vai me encontrar no nosso jardim dos sonhos, sobre as nuvens vejo os flocos do seu rosto e estou apaixonado pelo modo como você se sente.

Silêncio vertente de solidão.
Eu quero amar no mar, eu quero amar o amor.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Um Brinde.

Ballantine’s ou cavalo branco?
Cavalguei no sentido etílico da palavra.

E de cigarro em cigarro, dose em dose relembramos a antiga boêmia.
No boteco a cerveja, na mente ideologia...

Tem de tudo nesse mundo mesmo
tem cidadão comum, tem cabra da peste,
tem quem vive por viver, tem quem vive pra sentir.

Eu particulamente só quero um resto céu,
da noite o véu e do dia toda sua luz.

(Tim-Tim.)

Paradoxo.

Eu fui buscar a sintonia, encontrei também a inspiração, então me encantei.
Ela floresceu de dentro pra fora como a fé, nas minhas mãos virou poesia.
Espessura e simetria: amor da minha vida.

A brisa que permanece junto com a aurora me rejuvenesce
mais perto do infinito o asfalto é apenas um fato...
mais acolá é domingo e um cafuné faz bem...

Parece que estamos todos atrás das revelações.
Eu diria até de mutações poéticas.

Drama e comédia, sem paródia.
Aventura e romance, à distância.
Terror e suspense do descrente.

Ou seria tudo isso uma paródia descrente à distância?

quinta-feira, 7 de maio de 2009

THE REAL REVOLUTION.

Quem foi que disse que eu preciso de uma razão, ou então de inspiração?
Eu só tenho a glória da manhã e um respiro, um broto de paz
deixei Deus entrar no meu coração e tudo mudou pra melhor
quero compartilhar com o mundo paz, amor e união.

Rasta é luz, não pode se esconder na escuridão.
Por mais difícil que seja você tem que ficar de pé.
Por mais difícil que for o obstáculo você tem que ter fé.

Olhamos a vida de dentro pra fora
nossa sintonia é Jah,
ele sabe o valor de um bom coração,
esse amor não pode acabar, tem que prosperar.

Luz que emana Rastafari, luz que emana boas vibrações
A nossa base é o amor, amar a vida.
Nossa sintonia é Jah...Nossa sintonia...Jah, Jah, Jah..

Fizeram a guerra pra nós lutarmos
A paz ninguém precisou inventar ela está em nós
Ela é parte de nós,
brothers and sisters this is the real revolution.

Eu ando mais alto que o céu, perto do pico, ouvindo a música que fala pelo coração. Estou tão livre, belisque-me e verás que não estou a sonhar. O timbre subiu, o grave já fez meu groove e minha sintonia é Jah.

LUZ.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

O Efeito Homem solteiro + álcool.

Acordou e não sabia onde estava, se era passado ou futuro, só sabia que tinha ressaca e não dignidade. Tateou os lados, não conseguia abrir os olhos, a cabeça latejava e o corpo doía, então parou para pensar, tentar montar um quebra cabeça da noite passada...

As 19 h abriu a primeira latinha de cerveja, acrescentou sal e limão, três ou quatro goles eram suficientes, foi assim durante algumas horas. As 23h estava bebendo vodka nacional na sala da sua quitinete no centro da cidade, ouvindo música: ele dançava, gesticulava e falava sozinho.

Jovem salivava a vida, desenha seus sonhos com suas loucuras, ia do topo ao fundo do poço num segundo, milhares de pensamentos o invadiam e desaguavam na incerteza da dúvida. Era sempre assim.

As 2 da manhã já havia caído na noite de braços abertos e a noite o havia abraçado.
Estava tudo ok, numa balada escura, pessoas estranhas e cheiro de fumaça.
Sentou-se e acendeu um cigarro.
Segundos depois se encantou com Amélia, a seguiu com os olhos, levantou-se e sentou ao seu lado.

- Who is gonna dance?
Animou-se e a convidou para dançar. Ela aceitou.

- Você é sempre assim tão despretensioso?
Amélia foi direta como uma flecha.

- Eu sou o que as pessoas chamam de estranho.
Ele foi sincero, ela gostou. Se beijaram.

5 da matina, estava indo pra casa dela com a camisa aberta, um copo plástico do qual o conteúdo ele não se lembra e o seu pensamento era todo da cabeça de baixo. Essa foi a sua última lembrança.

- Bom dia João.
Amélia trazia uma bandeja farta com café, pão, suco e uns docinhos.

É João, realmente não existe mulher feia é você que não bebeu demais.

Verso e Prosa na 3° Pessoa.

Peço calma e cubro a alma.
De fininho um passarinho canta pra anunciar a brisa,
sou meia pessoa, a outra é só amor.
Viajei para encontrar meu coração em uma queda da água.
Legalizei todos os meus antigos vícios e orifícios. Dancei como nunca havia dançado antes.

O céu azul do campo, o pasto molhado, a rede amarrada nas pilastras da casa de tijolinho.
Esse cenário, essa sociologia me deu a idéia maluca de misturar texto com poesia.

Ana na verdade era bela.
Cabelos loiros e sempre enfeitados com uma rosa posta com carinho acima da orelha, olhos pequenos da cor do vento, nariz fino, buchechas e boca cor de rosa.

(Com toques gravitacionais decorei cada circunferência...
parece que todas as garotas que passaram foram um respiro para esperá-la.)

Amei a pureza de uma camponesa num fim de tarde de um dia cego para o resto do mundo, sob a grama observamos horas e horas a orquestra das borboletas no ar mais puro do alto da colina, toda a purificação que buscava nessa viagem estava ali ilustrada em olhos de uma cor que eu nunca havia visto antes.

Tudo aquilo era intenso e emocionante ao mesmo tempo, os beijos pregam alegria, o vinho embriagava e a ventania levantava fluídos e essências da mãe terra.

Então adormeci.Acordei só, procurei no meu coração, vasculhei a minha alma e a purificação ainda estava lá.