terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Walther PPK.


Quase vivo.
Quase eu.

Puxei o gatilho de uma imaginação sem orçamento
Vos declaro doentes e reprimidos
Bem vestidos na própria carapuça

Violência em vários níveis
São os decibéis da loucura
Os toques do intocável
Pedaços de céu em um infinito fotográfico

Brincadeiras de criança em extinção
Meu novo passatempo é escrever versos em notas de dinheiro
Uma mancha, uma marca solitária
Embrionária, feito e efeito de mim

Para perder à sobriedade, basta ouvir rock
A rebeldia é indecente e eu gosto
Ela está aqui e sempre teve

A cultura brasileira nasceu prematura e tem atraso mental
Soul minha terra, meu país, minha alma de soneto
Estou envelhecendo em cada milímetro
Perdendo, aos poucos, todos os sentidos

O que há de errado comigo!?

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Aprendiz autodidata.

Calmamente selvagem distorcendo o que há

é quando um inseto surge e diz ao pé do ouvido:

“sua vida é uma merda”

“você é uma merda”...


seja forte, seja fraco, seja você

esperar não é querer

ceder não é desistir


os lugares estão carbornizados

te visto num nu estilizado

encaro teus olhos verde-aço


embaraço no coração

encalço da emoção

pedaço de céu impar na minha imensidão


aonde nada se pode ver, enxergo

uso a neblina a meu favor

sob dedos roídos desliza a totalitária inspiração

um protesto sem cor:

a desintegração de um ser humano

a construção do inanimado.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Aberração.

Sou uma aberração

Algo em mim é diferente

Cresci adquirindo fobias

Manias e manias

Aqui e ali


Pintado na parede

Imaginação de brinquedo

Meu próprio enredo

Passeando pelo inacreditável

Linha tênue entre invencível e vulnerável


Sou uma aberração

Algo em mim é diferente

Cresci e virei uma controvérsia

Estou entre cubos de gelos e amnésias


Tenho esse “dom” de tocar um sentimento

E trazê-lo para dentro de mim

Consumido pelo já consumado

Ainda mais instável

É possível ser mais clichê?


Soul de alma

Soul de alma

Soul de alma

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Emoções doentes.


E então nossos relacionamentos podem ser iguais

Narcisistas e espumantes na sarjeta

Entrelaçados em pedaços sem nó

Tão normais que passam despercebidos

Incolores amigos coloridos

Perdidos em uma micareta de emoções

Sensação do não viver...

Alguém tem que ceder...


Lá vamos nós nos cortar novamente

Ficar nos sonhos baixos, ralando o chão

E eu soul o melhor em sentir dor

Só existe uma fechadura, só uma

Já posso até sentir o fedor


Eles te perguntam se “está tudo bem”

Estou cansado de ser doente

Isso me faz chorar, me faz desmoronar


Deixar tudo pra trás

Montar uma oficina da minha loucura

Sentir e sentir

A vida sem estrutura


Não quero morrer, quero matar a minha dor.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Gestação.

Dos penduricalhos de mim, que faço relicários pra você:

Quando te beijo, eu giro, rodopio

Quando os olhos se encontram, eles se masturbam

Nus, eles se insinuam

E mais...


Enquanto me debatia nas sombras nostálgicas

Pleonasmos malditos e antenados

Dormiam ao meu lado amarrados

Dormiam ao meu lado amarrados


Há tempos atrás, isolado

Abandonado e drogado

Deitado no chão, olhando o teto sem estrelas

Desacreditando de “Marias Madalenas”

Viciado apenas nos meus dilemas


Eu já odiei todo mundo, assim como você

Eu já me odiei, assim como você

Nossa comunhão é deixar transparecer...

Amém.


À distância eu já sabia

Minha canção preferida

Minha melodia sensitiva

Beijos que causam paralisia


Amor, esse trilho de nuvens doces

Tirou o lodo dos meus olhos

Espreguiçou-me

Numa eterna manhã de sábado

A viver, permito-me


Imagine tudo e mais...

Estamos em tempos de paz...


Te amo pelo que você não é

E amo o modo como você me ama.


terça-feira, 6 de setembro de 2011

Passo a Passo.

Dentro de mim: uma roda gigante desgovernada. Fora de mim: olheiras desenhadas por lágrimas. O que me trás aqui? Qual é meu papel nesta anarquia da existência? Eu nasci ou fui feito? Porque aqui e não em outro cenário? Estou entregue e nada faço, por quê? Meus gostos, hábitos e gestos ainda continuam sem graça, a cada dia me torno mais alienado e convencional. Isso é fato. Será culpa do mundo inescrupuloso e sujo? Ou estou colhendo o que eu mesmo plantei?

Os sonhos estão morrendo, a realidade padecendo. Acho que vou para o inferno, tenho medo. Nunca fui o tipo polido pela integridade, pelo contrário, sou aquele especialista em tirar as pessoas do sério, que fala quando não é chamado, campeão invicto em brincar devagar e sorridente com a própria existência.

Fechar os olhos é uma viagem astral, fácil render-se a primavera colorida e depressiva da Granja Viana. Abro a janela, vejo todo o verde que se pode enxergar: penso, releio, ando em passo ritmado, por entre as portas só piso com o pé direito. Tenho manias e desvios mentais desde meus 9 anos, acho que daí vem toda a minha facilidade de isolamento e contradição.

Minha cabeça tem um ritmo vezes acelerado, vezes lento. Hoje ela é um misto dos dois. Por isso revolvi caminhar sobre as ruas esburacadas e mal asfaltadas do bairro. O sol está tímido, mas insiste em mostrar sua luz, parece comigo: um fraco corajoso. E, ás vezes, decidido.

“Doença, doença, doença...”, “você é fraco, fraco, fraco...”, “sim, sim, sim...”, “não, não, não...”, “morra, morra, morra”, “calma, calma, calma”, “fraco, fraco, fraco...” “PRO INFERNO!”

A mente não se aquieta. Seria melhor deixá-la de lado? Mas como? Só quero o melhor a todos a minha volta, eu JURO DO FUNDO DA PORRA DO MEU ESTOMAGO INFLAMADO. JURO E CHORO...E DÓI!

De passo em passo vejo que o mundo sofre de cegueira optativa, o homem é um escravo de si mesmo, incapaz de ver o futuro baseado na ciência, mas que mesmo assim busca prevê-lo através de métodos espirituais. Cansei de tentar em entender, deixo levar...

Vou mais longe. Penso em toda dor que causei, nas merdas insanas que falei, nos pedaços simbólicos que arranquei. Se arrependimento matasse, não adiantaria nem a esse que vos escreve ter mais de 7 vidas.

A caminhada para por um segundo. Vejo o paradeiro da minha infância. Sob o olhar do céu, iluminado pelo sol, agradeço por estar ali planejando o inesperado, me reencontrando com meu passado, tendo de volta meu riso. Nem que por alguns segundos, os mais valiosos.

Antes de entrar, em mim surge uma timidez, mais conhecida como medo do inesperado. Alguns passos descalços sobre a grama, não lembro se entrei com o direito ou esquerdo, a terra fria penetrava a sola dos meus pés, a cabeça estava pronta, o corpo pedia um momento de inovação.

Paro sobre o lugar onde costumará refletir. Uma trilha bem ao fundo de uma mata pouco explorada, lá uma ponte de madeira fina ajuda na passagem sobre um riozinho que ainda vive com o mesmo barulho doce e marcante. Novamente fechos os olhos, e como um autor de ficção, me sinto o rei do meu pequeno mundo.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Por uma vida com gosto de Coca-Cola.

Irmão, cópia serena de mim:

admiro-lhe com a força do gênio

conheci tua grandeza ainda pequeno

com a mão sob o berço

acompanhado da sensação do crescimento


Envolto no meu ser sendo o que é

nosso pensamento é película

o que nos move é expressão

cada movimento, um sentimento

como e com você, nada é em vão...


Evapore tuas lágrimas, faça delas energia

levante-se veja o dia

sai da rotina, isso é vital

e lembre-se sempre:

nossa ligação é espiritual...

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Chuva ácida.

É tempo de se aprofundar

brincar com a existência

ir até as entranhas d’alma

viver sem penitência


me tacham de louco, de lunático

não me importa, até gosto

me sinto menos estático

e mais intrépido


E agora, garoto anêmico!?

Somos só nos dois

Como feijão e arroz...


A cabeça é um deserto em plena inundação

é possível enxergar entre as fendas

estamos perdidos na perdição

mas, resisto, sigo: movido a emoção.


E se, se...eu der um passo pra fora de mim mesmo!?

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Infecção Sentimental.

São dez e vinte seis. Meus olhos estão vidrados na violência, a força se foi, sobraram só pedaços e com eles amarro as mãos e seduzo la imaginação...

Fez-se o poeta.


Nórdico

cabra da peste

bebum sorridente

pedaço celeste


ideologias quebradas

(des)concretizando tua ira

a mais anárquica simetria

até parece filosofia,

mas é poesia


Pego!?


Eu ou meu ego?

pergunte-se se for capaz

desafie-se,

chore,

demore, (pra responder!!!)

mande a merda

cague sua própria regra

Mas por favor, viva

nós... é, nós,

precisamos de você


dançando feito retardado

vejo reflexos do medo

o que há de errado em ser si mesmo?

quero ir mais pro fundo

quero mais seguro

quero um instante de segundo


a rotina é o que mata todo dia

dores fortemente localizadas

nascido sob uma maldição

cresceu enfrentando a guerra

vendo a vida impor a condição,

sentimentos incuráveis

males maleáveis

todo vício é intocável


nós precisamos de você

somos dependentes do seu cheiro

nós em vós

um só, ser

o que é...


Tudo mais. Nada mais.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Suicídio Social.

Estou morto e há venda

Tirando meu lucro, tudo é uma grande doença

Vejo vielas enviesadas, ruas indiscriminadas

Paredes pichadas, ideias enterradas


Sinto o toque bipolar do universo

No inverso do verso de todo sentido

Omitido...


Mais pesado que céu

Mais leve que o vento

Soul a exceção da regra

A parte que degenera


Minha versão é sem cortes

Ousada e remasterizada

Fluente no descrente

Pare e pense


Salive seu instinto animal

E viva

Suicídio Social

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Velha casa Nova.

Tudo acontece tão rápido

Essa sensação que não me deixa

Já posso ser considerado fugitivo

De mim mesmo

Um fugitivo do destino


Na estrada de sol e solidão

O ritmo do inferno

Calor e violência

Perdido em perdição

E transbordando emoção


Pedaços do seu toque bipolar

Beijos em flores amanhecidas

Rabiscos e paredes feridas

Você é o resto que as outras pessoas não tem


Quando voltar

Vou exibir meu sorriso divino

E não verá mais um menino

Não verá mais um menino

Não verá mais um menino

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Envelhecer.

Fecham-se as portas com o dever da negação. Outras se abrem com o poder da omissão.

A palavra, feito ferro e fogo, não tem limites e é precisa na sua missão.


míssil teleguiado

relâmpago de arenque

porre de emoção

criança carente

adeus

dente leite


Eu soul meu próprio folclore, conto histórias para eu mesmo dormir.

Eu soul, eu era, eu fui

A apatia em pessoa

Destoa

Naquela noite de 95

Insulto no escuro

Instinto

Desatento


Eu soul um tributo, não duro um minuto.

Eu soul, eu era, eu nunca fui

A apatia em pessoa

Destoa

Naquela noite de 95

Invadiram o ninho

Tocaram o sininho


É a nua madruga, a porra do seu lado obscuro grita.

Saiam do esgoto, a revolução começou!

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Mútua.

Abrace-me, minhas lágrimas vão nutrir você

Toque-me, não estou de mau humor

Sinta-me, soul uma sensação

Agrida-me, soul o melhor em sentir dor

Plagie-me, viaje nessa direção


Voadoras imaginárias passam pela minha cabeça

Aquele garotinha emburrada e amargurada

Esquecida no banco do carro

Por alguns segundos moldada de segundas feições


Seus pensamentos em forma de corrimento

Melados, tocantes e mirabolantes

Num vai e vem gostoso e proibido

Úmido e não humano

Prazer que toca o tutano


Dedos em doses de desejo

Gemidos de violência

Colapso mental,

O frescor demência

Amena, agrada e deleita


Mais forte que suas pálpebras

Alma que rega o corpo

Escopo de felicidade.


A vida começa agora.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Triplo sentido.

alguma coisa, algo no ar

impede o menino de gritar

é uma negação do que era antes

“me olhe, me escolha, me perceba”

é inevitável não notar

e agredir os sentidos mais mínimos

com dedos mindinhos


vestido com seu libido em posição fetal, pequenino

coletando inspiração para respirar

nos corredores sombrios e sem esperança

nem um milímetro de confiança

falava-se que “ele olhava o vazio, que seu olhar era perdido”

ele acreditava “admirar e viver o infinito”

ele gostava de perder, mas não de ceder

era pretérito conjugado no futuro

seu tempo era relativo e instintivo


sozinho, via a forma do espírito

formalizava suspiros

implodia o próprio estar

para se materializar

era o triplo sentido em pessoa


- Quem ensinou você a espetar meu coração!?

terça-feira, 14 de junho de 2011

Oco.

vontades esgotadas e socos na parede

liberdades poéticas maltratadas

ela é a forma da minha alma materializada

é o destino raro com cheiro de amanhecer

calma

magreza angulosa,

alguém tem que ceder

de mãos dadas e cabeças ligadas

se forma o sentimento

e esse é momento...


o amplificador está ecoando

etílico e drenado num porre de ilusões

e eu que nunca errei em sentir dor

agora tenho medo,

quero sair desse pesadelo,

por inteiro


toque em mim,

sinta desespero e apresso

suor da madrugada,

olhares nostálgicos

pedaços escatológicos

e um coração arrebentado


há 10 anos tento sorrir em meio ao mar de lixo

desculpe-me, falhei.


Eu quero um anestésico.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Caligrafia da Alma.

Madrugada a dentro, inalo teus sonhos e deságuo na tua pele veludo-azul. Leonardo, o poeta, brinda a noite com seus olhares implícitos a sua prometida Alessandra, a bonita. TV ligada em segundo plano, menos dinâmica, ilumina o que resta do seu serial killer preferido e enrustido.


Por incrível que pareça o sofá pode ser mais confortável que parece, mas só em uma sexta-feira. Horas e chocolates, impossível contar. Leonardo, o abstrato, desenha os sonhos de sua amada na camada restante da realidade, sóbrio, porém inconsequente.


Após a meia noite o silêncio se instalou, sinto-me lisonjeado, mais do que qualquer elogio banal do ser humano mais hipócrita. Ela está aqui, Alessandra, a sonhadora, ainda bem. Mais que bem...Ô, meu bem!


Amo-a mais que mim mesmo (e que o amor), ainda mais que isso. Não se pode medir, mas é possível sentir, como algo que nasceu para ser. Alessandra, a cura da minha anomalia, sonha dormindo e eu acordado. E para nós é o que importa.


Leonardo, o infeccioso, briga internamente para domar a si mesmo. Encontra no amor, o refúgio da sua dor. Assistindo a noite, o sofá nos engoliu e a vida é mais branda aqui, no nosso ninho. Pedacinho da gente.


É junho, o frio esquenta o canceriano. Leonardo, o clichê, toca os rostos e, quase com o poder auto-cura, alivia, como nunca antes. Aleluia, não dói mais levantar e ver as luzes invernais sacudirem o espírito.


Leonardo, e o amor, caminham pelo clima de mãos dadas e corações atados. A cada passo mais perto e mais distante, não importa, já chegamos aonde queríamos.


O clímax é seguir em frente, mas com ela é sempre diferente. Alessandra, a simetria siamesa, mostrou ao ex-menino o verdadeiro significado de dormir com anjos.


As vezes é preciso crescer para acreditar em fantasias da infância.


quinta-feira, 26 de maio de 2011

Mosh.

Highland Malt, cigarros e implosão mental

confuso e-feito poesia

simetria

aqui perfeita,

enfeita

os adornos da perdição


brinco com a vida,

porque

estamos há 1 segundo do desconhecido


então

o que vale mais:

meia verdade ou uma mentira bem dita?


odeio premissas e pressentimentos

por favor, não diga mais uma palavra

tenho anemia pública e privada

tudo gira e vai embora

evapora

ô-dor.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Idioterne.

um dia não pode ser mais um

de tão raro você nem nota

de tão próximo fica invisível

de tão nítido vira enrustido

e...

estou apaixonado por tudo que não lhe interessa


nunca alguém buscou minha essência

as minhas palavras falam mais que eu

nunca ninguém notou minha falta de consciência

a minha verdade não dói


dos seus olhos nasce um sorriso diferente

nascente de felicidade,

instantâneo baque,

olhar cruzado em fototerapia

A M P L I A

meu jeito de ser


mais perto da violência do que da genialidade

a revolta é minha, fui eu quem começou a guerra

na sala de espera, você aguarda o mundo mudar

moral da história:

surpreender é preciso.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Aonde estou.

De todos os meus gritos interrompidos, o que mais gosto é esse. Carregado de desejo mórbido e uma forte excitação, dotado e vibrante em apenas não fazer nada.

Despercebido até pela chuva, isolei-me para chorar. As lágrimas clandestinas escorreram e não apagaram meu incêndio. Me apego nos meus gestos, me escondo na minha ambiguidade e padeço, eventualmente, incontrolável.

Gosto de ver como as pessoas questionam e encarram o mundo, não que eu goste delas, só alimento meu subversivo as observando.

Imagino que o céu é só meu, assim respiro, um pouco mais tranquilo. O vento invade a alma e no rebuliço sai poema, sai poesia e até a malacabada prosa mimosa.

A sociedade de tão complexa me inspira, e eu de tão simples me limito a poucas palavras com meu ego. É o meu carpe diem, meu “saúde!” após o primeiro brinde de sexta-feira.

Preciso não viver, sentir a vida. Por o dedo infeccioso na ferida, causar desconforto para depois sentir a brisa. Punk porra: Kurt Cobain, Bakunin e todos pixadores que acham o vandalismo algo divino e revigorante, são minha fonte. E mais...

Embebido, me tornei destemido. Em pausa, a cachaça, me subiu a mente feito “fuguete”, me fazendo pensar e iluminar melhor. 1,2,3. Toca-se o foda-se e minha bateria é imaginária.

O que dizer? Adoro o contra-baixo endoidado e adocicado com um vocal descotroladamente amplificado.

Nada além do óbvio. Eu sou feio e você também.

E nada seria o que é sem o mar azul que me acorda todo sábado de manhã.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Ler para Ouvir.

De todas as aulas de punk rock na escola do vandalismo, aprendi a ser forte como um leão e sensível como um cachorro.

a seiva escorre lentamente
observo-a,
é tempo de colheita
espreita em mim algo bom
...é o som
dos pássaros e dos meninos
e dos latidos da puberdade
ainda aqui, ainda que
nesta idade,
abdiquei a vaidade.

persisti na minha loucura
e tornei-me um Sábio,
germinado e latente
em solo improdutivo
soul motivo,
ação pós reação,
a emoção
em pessoa
que destoa sua realidade.

É o suficiente ou basta!?

quarta-feira, 20 de abril de 2011

O Pleonasmo de Leonardo.

Violentando meu silêncio, na janela, fazendo fumaça e sem assento. Sóbrio e sombrio, bonito como quem nasce de novo e nem se da conta. E mais...

Enxergo dentro dos teus olhos, mesmo longe. E assim me sinto menos esquisito e mais isolado. Endiabrado na leitura labial dos pensamentos, meu bloco me acompanha e nele timbro ideias, maluquices e aforismos.

Intensidade elástica, ansiedade que quase mata, mas só deixa um pouco caótico. Tudo bem, posso esperar sem morrer de tédio e viver mais um pouco do ócio.

Na minha gaveta de velharias, rabiscos e rastros do passado, um desenho em sangue inacabado, restos imortais de quem soul. Ajoelho-me perante minha bagunça estática, estou seco, portanto sem lágrimas.

Quero mais é me encharcar de amor, desaguar dos teus olhos até o chão, feito queda da mãe água e boiar sob nossos pensamentos pares.

Ao mundo, do fundo do meu estômago nauseado uma rajada de felicidade violenta!

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Peixe no liquidificador.

denegrindo arte e história,
esbórnia.
te vejo pelas telas,
intrínseco,
sensível e cortante,
como vidro,
maldito e condenado
empalhado na parede,
deitado na minha rede,
tenho fome e tenho sede:

coceiras intergalácticas,
manifestações asiáticas,
pensamentos estáticos,
maldita fumaça fanática,
que morra a gramática!

estar aqui –visto por esse ângulo - é senil
entre no clima e acaricie seu ego
quero ser uma estrela,
só para ser aceito na sua constelação,
sem maldição, com emoção
o amor é – nada menos - que uma colisão,
emoção superando a razão.

o tiro saiu pela cabeça
para quem tem estômago
e esôfago de sobra
é um prato cheio.

será que ela me ama como me odeio!?

terça-feira, 12 de abril de 2011

Quase vivo.

Escuto a melancolia do pingar solitário de um chuveiro. Interrogo-me, raro, como nunca. Ponteiros pontiagudos dão ritmo a paranóia e minha escala está serena e delicada, como nunca e como sempre desejo.

Amo-a! Com toda força e imaginação. Destoa a realidade, cobrindo o preto com vermelho, drenando dois corpos por inteiro e extremo é o sentimento vazando de nossas cabeças insanas e voadoras.

Em lenços e lençóis claros, um olhar pisciano, uma piscina de fluidos e instintos. Na superfície da derme, calor e arrepio, tudo em dobro e “infinitidecional”.

Na cadência dessa carícia é fácil anotar o inexprimível, sinto desejo no seu toque bipolar de amor e paixão. Tento descrever esse momento, mas ainda não inventei a palavra.

Sobram beijos e olhares que inflamam o fogo do espírito e fazem os corpos gritarem em Sol maior “SIM, ESTOU VIVO, PORRA”.

Uma lágrima escorre pelo meu rosto, está chovendo.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Espancar pra valer II.

A minha mente é uma sala escura e as pessoas não conseguem enxergar a minha bondade explícita. Morram, vermes escarrados e agarrados no ódio alheio, não faço, e nunca farei, parte de vocês....

Coquetéis com pinga e molotov
nem a esquerda, nem a direita,
muito menos ao centro,
o mundo me descentraliza
o ser humano,
hospedeiro
e nada hospitaleiro
é maldito por natureza.
Cansei, fui...

POESIA PORRA!

quarta-feira, 30 de março de 2011

Serenata surda muda

para as crianças, soul um objeto que come pizza,
foda-se
este mundo vive entre aspas
soul um travessão agressivo,
corrosivo
e escrito no seu muro

bombando e babando
direto pro coração
ação da desgraça,
hardcore sense,
Pense...

voar, acontece
viajar, sempre

Não me importa nenhum de vocês, mas voxê sim

quinta-feira, 17 de março de 2011

Realidade aumentada.

Lá fora, a coisa tá preta
e sei que;
viver é uma doença incurável
e estar vivo é estar vulnerável
respirar, de fato, custa caro.
E como.

terça-feira, 1 de março de 2011

Mundo mudo.

Parabéns,
você ganhou
uma opinião grátis
e estou
ao redor dos teus olhos,
vendo
dois poços
imensos
e
inundados
de
prazer.

De volta ao meu destilado
é leve o paladar das palavras,
estradas
inteiras,
caminhos
de
devaneios,
escanteios
da rotina.

Uma ideia transcedida
e transmutada
pra vida
é
o que ela é,
poesia.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Impares pares imperfeitos

No meu ritmo frenético, um “foda-se pra sempre”
no meu contorcionismo suicida, “eu quero que tudo vá pelos ares”
num tom unicamente agressivo e ainda “ Menino”
agora tudo faz sentido e é parte das “Love songs”.
Desde que você me ensinou a fórmula das estrelas,
toquei as adjacências do seu rosto com pura poesia
e lhe dei meus beijos com gosto de anarquia.

É real e irreal,
ao mesmo
tudo, tudo, tudo
no mesmo sentido do sentimento

Você e eu somos impares pares imperfeitos,
desfeitos e refeitos num lençol vivo-vermelho
e estamos fugindo em simetria, rumo ao nosso destino
desconhecido, umedecido e sensitivo
como a gente sempre quis
a vida, realmente, pede bis.

Ainda bem que você existe, pra me lembrar que posso ser puro.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Com o Diabo ao seu lado.

Um exercito de vozes grita dentro de mim descontroladamente:
- “É isso que você é!”
- “É isso que você é!”
- “É isso que você é!”

O que deixa cego e bilíngue
luz do meu sonho
desejo carimbado e fotossensível
instinto mastigado e regurgitado
na face alheia.

Anormal à vida, brindo a mesma
calculista como o mundo
como todo mundo,
menos ao brilho dos olhos
dos poros inteiros,
traçados no paladar
das minhas auto-palavras.

Provavelmente, não me importe com você
esse lugar fede, tem o odor carregado
e estou descontroladamente obsceno
pequeno?

Não, aqui.

Talvez, você nem se importe
nem imagine, nem me mastigue
mas te intrigo, isso é verdade
e sinto, faz toda diferença
dentro da sua singular
vulgaridade.

Uma onda é despertador para os anjos.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Parte íntima e feminina.

- garoto, você é mais do que você

Ela soletrou de supetão:

desistir, caminho mais fácil
parando pra pensar, momento cego
intestino grosso do ego, mendigo e estéril
Soul o acabamento do inferno
e vou morrer sorrindo
já estou indo...
-Vem comigo!?-

violento e mau-humorado
palavras certas na hora errada
Ualllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll
pichar a vida feliz, humilhar o infeliz
deixe isso sujar mais você,
deixe eu tocar em você com meus dedos de isopor
extremo, extremo, extremo
nãooooooooooooooooooooOoo
abismo!?
nãoooooooooooooooooooooOoo

perfurando o peito, indo lá trás
esquecendo quem é
arte é tudo o que não quero que seja
estranho, minhas pragas estão voando
meu tédio está chegando
ele já abençoa esse bombardeio molhado
#%%^&()O_+)(*&^%#$##%^&()(

Quer mais!?

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

1 corpo + 1 alma= amor.

Quando ela fecha a janela, olha fixamente para o horizonte como quem se despede do céu e se desprende do real. Ao seu lado em calmos lençóis, o amante a admira, inspira e respira seu aroma perfumado, sedado. Os dois corações batem forte rumo ao êxtase. E não param...

Na luz baixa, o sentimento brilha. Com olhares coloridos a mais bela intensidade atravessa as duas almas, já ébrias e contaminadas de amor. Entrelaçados num nó que tão juntos se tornam um só, entre toques e sensações explodem. Um dentro do outro.

De caminhos improváveis, nasce a paixão, de destinos intocáveis que mudam o rumo e alinham destinos ela cresce, como uma flor. E daí pra frente não sobra nada além de amor. Nada.

Basta um vôo da imaginação para um encontro com precisão e um refluxo bom entre o estômago e o coração. Longe, a espera aumenta a vontade, a imaginação não basta, o corpo já não suporta e grita como o verso mais rebelde e sujo, e mesmo assim puro.

O relógio natural vive um inconstante fuso horário, prega peças e alucinações temporais, mas o aroma permanece na pirâmide nasal dos amantes que mesmo longe ainda se mantém ébrios.

A distância é a lembrança de sonhos reais, dos seus estágios românticos favoritos, de músicas e suspiros de entardecer. Um período de reflexão, uma pausa antes da ascensão.

No (re)encontro, os dois corpos se colam e as duas almas dançam. Choque entre o real e a linha tênue da imaginação é a verdadeira poesia do amor. E os dois sabiam que a pureza havia sido feita pra eles.

E viveram felizes para sempre num orgasmo.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Parabólica.

Oh, gosma literária
Oh, intervenção gastroeconômica
Oh, peculiares prazeres
Oh, insultos complementares
Oh, pensamentos interestelares
Oh, garagem podreira
Oh, acidente à brasileira

minha cabeça de rock cheia
de rock cheia,cheia de rock
choooque...
é teia de poesia
é dedo leproso na ferida
viagem a vapor
que passa pela espinha
e dedilha a nuca
sem conhecer o nunca

Posso amar, fato comprovado
Posso voar, me sinto abençoado
um céu de peixes, um destilado
Não posso me igualar, sem chance
Sem cheiro, só distância
Meia lembrança é nó na garganta garganta

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Bate cabeça de neurônios.

Não, ninguém quer conversar
Sozinho, aqui estou
Precisando me alimentar
E desligar a mente
E expelir a alma
E parecer natural naturalmente

Eletrizante e brilhante
Resquício de fúria e apatia
Sujando as paredes
Com ousadia dá mais bonita
E esquisita
E vagabunda
E boemia

Elegante e enfermo
Vestido com minha melhor falsidade
Sem particularidades,
Igual ao banal
E sem aparência
E pedindo clemência
E daí?

Sim, ela quer dançar

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Bolo alimentar.

desprenda-se , busque o nada
fique sedado em frente a TV
entenda sua paranóia
perceba toda sua escória

pense no seu estômago
descendo pela mucosa
no caminho inverso ao esôfago
brinque com sua própria existência
invertendo-se na sua dor

com sarcasmo relaxe as fibras musculares
se toque com precisão cirúrgica
seja um refluxo do que você já foi
dance e se descabele com a música
ela é sua, só sua

comida chinesa amanhecida
fadiga no ar
restos mortais na pia
isso que é vida

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Meio tom acima. (Situação)

Mais perto, é vida escorrendo pelas mãos
A situação está entre nossos dedos,
Olhos vermelhos,
Corpos inteiros deitados no chão
Essa é...
é a situação
Meu sítio de inspiração

Ocorrência da realidade,
Dotado de sensibilidade
Sem paciência,
Quero você
Quero a violência...
Nua e crua...

Heeeeeeeeey!

Mais próximo, uma arma branca
e um sentimento vermelho
no espelho, dois de mim
Essa é...
é a situação
Meu sítio de inspiração

Viver sem você é errar o caminho
Alma espancada
Alma espancada
Alma espancada

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Obrigado por me limpar.

Soul o rei da falta de assunto e me orgulho
Soul groove e não abro
Soul metalinguagem pura e não me seguro
Soul eu em mim mesmo
De novo, a mesma coisa

Porra...

É engraçado,
Quando penso na morte, fico mais perto do céu
É surrado,
Única, seus costumes não tem véu
É remédio,
Mel, só você tem, mel

Sangue no chão de porcelanato
Dentro da sua visão
Vejo o abstrato
E me sinto menos anão.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Ordenhe-me.


Vasculhandonotempoeternamentesensívelentroemsintoniacomaesferapoética
pudetocarasinfôniadaspalavrasmágicaeelassãomaisqueabreviaçõesdospensamentos.

Aquêvocêveioatécá?


Sentindo com os olhos, provoco sensações essenciais a sobrevivência, todo mundo quer alguma coisa e eu quero mais ainda, quando estou nela e com ela.
Abrindo um buraco em mim mesmo, posso ver um horizonte colorido e psicodélico, não é sarcasticamente lindo!? Posso ver minhas palavras viajarem ao contrário pelo meu sistema digestivo e no ventre da poesia-mãe me amamento de renascimento. Soul o feto rejeitado mais feliz do mundo, obrigado.

A reprodução humana ainda me fascina, ela foi o primeiro brinquedo que tive antes de matarem minha infância. Ela voltou, eu sorri. Preciso lhe fazer uma pergunta ou milhares, não sei...me perdi pra não me encontrar. Agora já cresci, fui adotado por um estilo, me transformei em uma mancha corrosiva e explicita, até hoje crio um monstro dentro mim, peludo com as unhas grandes e uma fome enorme de ambiguidades.

Você é a razão e eu sinto dor.
Uma poesia -nunca- deve explicações

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Voxê.

A voz dele me hipnotizou
a doença dele é a mais bela que já vi
ela me contagia
mais que minha falta de pigmentação
e cicatrização

Nariz escorrendo e cabeça vazia
suicida de paciência intacta, amo você
amo você, pelo que você não é, você
cara clichê e pensamentos à deriva
vivendo a espreita do ser
você

Em casa, alma machucada.
Na rua, andando de virada.
Nos sonhos, você.

Meu silêncio atravessa os anjos
vociferando, meditando, extraindo
querendo enfraquecer, sem querer
você

As pessoas não me respiram
nunca terei seguidores
um ponto de vista inverso
do verso de você.

Você acredita quando eu digo que “Você é a rainha do meu coração” ?

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Instinto Impulsivo.

Explodindo de dentro pra fora, hoje e sempre é o agora. Quero as músicas mais corrosivas, aquelas que gritam loucamente comigo. Afinal, minha loucura é tudo o que eu tenho. Toda a porra fedida que eu tenho! Tentando e me afogando, tentando não fazer do meu futuro apenas passado. Não quero ler, não quero cantar, não. - Realidade, tenho até rezado para você ser mais prazerosa que meu mundo paralelo de heresias escritas com sangue timbrado em pele.

Dá pra acreditar na sorte que tenho!?

Preciso de uma amiga tranquila, alguém pra me ninar, pra me acalmar, pra lacrar meu coração na sua auréola e dizer “sim, eu quero”... Tudo tão novo e chocante, tudo tão borbulhante, contagiante e molhado. Encharcado até o pescoço, lambuzado de fluídos vermelhos, gases invisíveis e plasmas ultra-sensíveis, esse Soul eu agora. Tão animal como deveria ser.

Fui levado pra longe, aonde minha poesia não é mais primeira pessoa, é sim, primavera. Linda, leve e rosada. Na minha cabeça só passam constelações e, melhor ainda, é poder tocá-las lentamente como alguém que realiza o seu último desejo. É como formular o infinito, é definitivamente o infinito.

Olhe pra mim, você sabe que quero conseguir, você sabe que essa porra é o que eu Soul. Desnudo e medroso, viciado em estar...em estar aqui... transformando a realidade com pingos de sonhos, mesmo que em silêncio. Acredite.

- Mamãe, estou tão feliz porque encontrei meu brilho diário e isso não acaba, não acaba nunca.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Sistema Circulatório.

Sem consciência, sem a mínima decência
anárquico e nos braços do caos
nu e nulo, carne e osso, anemia, alma e coração
vomitando estrelas e uma triste e bela sensação
esperando e inspirando o resto
de resto, eu...

Não existo, não faço parte
vou me desintegrar
parafrasear,
mutilar sensações em poesias
heresias, amo vocês
fiquem aqui, do lado negro do meu peito

Para onde os vivos que morrem em vão, vão!?

Nos meus sonhos precipícios e precipitações
terceiras e quartas dimensões, imensidões unificadas
cheiro de uréia carregado e o metabolismo acelerado
minhas poesias, minhas hemorragias
simples assim...

Gritar até explodir, é divertido, é compreensivo

ver coisas, é emotivo, é autodestrutivo

nariz escorrendo, é engraçado, é poético

assim seja...

Ela me marcou com seu sangue.
E semeie-a nas minhas leves lágrimas.