quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Ex-cêntrico

Soletrada:

O que dizer?
A ternura é silenciosa.
O medo é gritado.
O amor é sentido.
A dor é doida.


Cantado:

Travestido de vergonha, é o amanhã
poço de diarréia, peido de expressão
mergulho giratório é gostoso e espontâneo
submundo notório é a minha internação

Ei, espere!
tenho uma nova sensação.

Engasgado até o talo com a falta de privacidade
a teoria da aleatoriedade, faz-me rir
sujeito ao acaso, morra de rir
me desintegro, e gosto....

Ei, espere!
tenho uma nova sensação.

Restos de lixo: peixes e sobra de imaginação
colchão com marcas de cigarro, atalho
silêncio vertente de solidão
longe, pra quem está longe....

Ei, espere!
tenho uma nova depravação.

Me arrasto em direção a luz, ela não me vê
na fresta, a aresta de dois olhos castanhos
vai e volta, estica e puxa
todos são estranhos.


Soletrado:

Para onde vão os pensamentos esquecidos?
Estou morrendo. Você sente?

3 comentários:

  1. Engasgado até o talo com a falta de privacidade...
    Sensacional!

    ResponderExcluir
  2. Gosto tanto do que escreves, que a cada dia a admiração é maior. Hoje parece até amanhã...

    ResponderExcluir