quarta-feira, 7 de abril de 2010

A história da estória.

Dormiu ali mesmo, com um pequeno caderno e uma tinteira para anotar seus sonhos. Era definitivamente um sonhador, vivia entre as nuvens e as estrelas. Calado. Sóbrio e caolho.

Sua única visão era pura vertigem da alma, eram objetos reais e verdes. Quando ficava tonto, os verdinhos apareciam e um tuim tomava conta de seus ouvidos num sensato excesso de loucura.

O corpo deitado, o olhar estrelado e uma atitude desvairada. Literalmente descrito.

Ali mesmo, sonhou... sonhou que dançava num carnaval psicodélico de emoções, as esbeltas cores burlavam as leis da física tocando seus espaços astrais, o vento trazia a mudança e presente Era a Glória da Manhã.

Acordou, anotou e não se levantou. E pensou: “Que graça nessa vida há?”

Dissertou:

“A graça dessa vida, mesmo que vista por um só olho, é desenhar sonhos criando personagens, se isso te faz feliz ( a mim faz), e sinceramente... paro e penso, depois olho as estrelas não sem antes reparar no céu Azul-Royal...”

Tomou um longo banho e um longo café. Mais um café. Abriu a porta, desceu as escadas para então ganhar a rua. Dê passo em passo, pisava sempre com o pé direito à frente.

Via as pessoas, fechadas nos seus mundos, as cumprimentava como se tirasse um chapéu imaginário. O taxavam de louco, ele costumava dizer sarcasticamente: “loucos somos nós...”

(...)

Acordou ouvindo um tuim...
e concluiu que continua impossível tapar o sol com a peneira.

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