sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Parafusiando Rimbaud.

Preciso ver o céu daqui, nem que seja pela última vez, ele continuará claro e úmido para sempre, eu sei. Sei também que ele é único e me deixa com uma tonalidade inquietante.

Futurista. A sombra dos meus passos cobre o meu tempo.
Travo batalhas entre eu e mim. Elo sem fim....

Dentro (underground) é escuro, e mãos tremulas sempre guiam ao meu canto: no chão colchão, no teto que a fumaça toca: um trago doce é a alta ilusão. Pronto, agora estou livre para sofrer em paz, viajar num tubo rumo à Nova Era.

Oh vida, esperas por mim?

Converso com Maiakóviski, Blake e até Leminski...

- Antigamente, eu tinha medo do crepúsculo da noite, hoje andamos de mãos dadas, o que me inspira – maldição! -, fatalmente ela é bela e sublime, como uma gaulesa de olhos da cor de cacto. Seduz os fracos, como eu, nas frias noites primaveris outubro a dentro....

- Oh inspiração! Lhe desejo como o viciado sedento de mãos tremulas, que sou.

Paro e penso. Penso tanto que saio do corpo. É o Aborto de todo o discernimento.

“ Sou uma contradição, sóbria e anêmica, prazer.” – Apresentou-se a loucura-

Ao fundo, posso ouvir Kurt Cobain gritar com a fúria de um anjo que fugiu do céu:

- Marijuana. Marijuana. Marijuana.

Então, concluo em voz alta, olhando pro céu:

- Isso é mais do que eu agüento. Pare por favor.

3 comentários:

  1. eu tinha medo do crepúsculo da noite, hoje andamos de mãos dadas, o que me inspira – maldição! -, fatalmente ela é bela e sublime, como uma gaulesa de olhos da cor de cacto.

    FANTASTICO!

    ResponderExcluir
  2. E vc ainda deseja a inspiração?
    Ao que parece, não te falta!

    ResponderExcluir