quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Fazendo-se alguém.

Sol e chuva no casco.
E essa vontade expressa em signos insubstituíveis e irremovíveis.

Fazendo-me visionário, pés nus sobre o chão frio, a cabeça outrora consciente, hoje poeticamente correta. Acredito estar além. É como se no poema do mar, eu mergulhasse.

Vejo cristais de vida, no fundo, forças anárquicas me impulsionam no caminho das delícias inquietas e verdadeiras. Elas cheiram a manteiga, como os recém-nascidos.

A minha doce fúria, neste dia ficcional, gritou suavemente.

A dissolução da normalidade, instaurou uma nova era, descrita por mim em prosa viva que penetra a carne e faz o sangue suar. É engraçado, porque eu escrevo e gosto de reparar no desenho das palavras, cada ponto e vírgula, como uma frase se forma, e eu me formo com elas. Sim, o amor é vírus mutante.

Impulsionado pelas forças anárquicas, retorno a supérflua superfície.
O mar, maior que todos nós, a tona de mim, vivo como nunca aos meus olhos jovens.

Sol, chuva e vida toda nua.
Gotas caem levemente, inundando-me de vaidades, o vento, brisa minha, instiga.

Pedaços de inspiração caem do céu e meu estado emocional parece clarear ao ver o sol se pôr. Me faltam palavras e sobram sensações. É uma pena, no mundo real poucos me enxergam, poucos querem as minhas palavras, sejam elas sóbrias ou embriagadas – que lastima!-, pois bem nobres cretinos, danem-se, preciso mergulhar no meu travesseiro de sonhos novamente.

Boa viagem.

4 comentários:

  1. A viagem foi otima! Ler seus poemas é sempre uma boa loucura.
    Te vejo nas palavras surdas, mudas, sobrias e embriagadas.

    sol e chuva e vida toda nua...

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  2. Adorei Léo.
    Muito lindoooo

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  3. Puxa...cai aqui por acaso e adorei!
    Mergulhar nas sensações é infinitamente melhor do que ler belas palavras que não significam nada...

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