sábado, 6 de fevereiro de 2010

O amor em tempos de guerra.

(Não me olhe. Retire seus olhos de mim. Derretido, rock progressivo: zumbido no ouvido.)

Ainda ontem, meu bem, tive convulsões. Longe de ti e, atrás dessas grades de ferro fincadas em cimento, grande parte do tempo é apenas lamento. Saudade da maloca e do feijão preto. Roçar minha barba juvenil nas tuas costas sadias e viçosas, as cubro, com o manto de todo amor. Daqui á i. (Dá pra sentir?)

Sabe, amor, a distância é algo ruim. É como se sugar por dentro com segundas intenções. Estou muito fraco, a comida daqui tem cheiro de lixo e gosto de esgoto, vomito a cada 2 refeições. Porém, sinto-me tão mais saudável, por saber que meu corpo está funcionando.

Como estão as comadres? Teu pai ainda quer me capar? Sua mãe continua aquela beleza de sogrinha? Saudades dos domingos de churrasco, da birita com futebol. E lá vêm mais saudades, só de pensar... Mais e mais!

Estou tão sensível, triste e desgostoso. Tudo o que eu precisava é namorar você em baixo de confete e serpentina. Um carnaval de sedução, um desejo recíproco de hipérbole de tesão, só isso. Quero fazer sexo, quero transar, fazer amor! Preciso sair daqui, preciso viver! Desculpe o desabafo, precisava realmente disso. Estou um pouco menos amaldiçoado agora.

O que realmente importa é:

Te amo : condeno-me a réu perpetuo no caso do amor. Veredito final. Não restam dúvidas, está aí, para quem quiser ver. Mesmo se eu morrer degolado pelos malditos soldados do sistema maquiavélico. Nesse cubículo, me (re)descobri. E então, certo dia, me peguei pensando e, questionando sobre a minha função e existência...

Por quê? Por quem?
Por onde? Por quando?

(É você. Moça de xadrez.)

Espere-me com o amor.
Me dirijo ao escuro,
adeus.

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