terça-feira, 25 de maio de 2010

O artesão.

Não ia a lugar nenhum,
mas tinha um lugar para se esconder
era meio vivo, meio morto
porém saliente,
passos de mendigo entre pensamentos,
tinha um certo fulgor, era dor e amor
ao mesmo tempo.

Vergonha para família, desgosto para família
era a flor da pele, dono de desejos unânimes
o maior de todos dentro do seu mundo,
capaz de moldar a forma do espírito
com as próprias mãos.

Doença mental em ascensão
oh lá:
viajava com as próprias mãos,
acreditava ter o coração de papel
e o cérebro de recortes de jornal

A fumaça invadia seus pulmões
cantando e sorrindo
pileque rotineiro, sábio e sagrado.

Até agora
nunca mais.

2 comentários:

  1. "era a flor da pele, dono de desejos unânimes
    o maior de todos dentro do seu mundo,
    capaz de moldar a forma do espírito
    com as próprias mãos..."

    Genio...

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  2. Tudo em uma face só.
    Sequências de sentidmentos que levam nossos sentidos se descontrolarem.. sinto a flor da pele tua poesia. DESCONTROLADAMENTE. Isso me faz sentir meio viva, meio morta.
    Tu representa com maestria o teu ilimitado fazer poético...

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