Em São Paulo faz frio, a noite passou voada, ela é assim mesmo: engole os boêmios.
Chegando na Augusta, o dia nasceu e os operários surgiram com seus pequenos problemas e uma vontade divina de louvar a rotina. Entrei no circular com a mente a voar, fiz poesia arquitetando versos sobre a vida no meu pequeno diário de bolso, com letras garranchosas e embriagadas, até que então o corpo em estado lírico se pois a sonhar...
Nesse momento qualquer revelação é uma revolução
logo eu que mesmo menino sempre tive um ideal
anarquizei muros e paredes fazendo a minha cartilha.
Idealizei musas e amei mulheres,sobrevoei corações,
multidões ricas ou devastadas, muito ou pouco amadas.
Acordei pra lá da Consolação.
O sol já deu as caras faz 1 hora, a passos largos para casa, os pensamentos virados e as olheiras desenhadas borravam minha personalidade boêmia e cheia de graça, até então.
A simbologia do meu rosto vermelho e amassado, o andar torto e apressado, era a mais pura descrição do cansaço. A mistura de ficção com realidade, com toda intensidade.
Chego em casa e topo com o porteiro Roberval:
- Seu João, onde estão as suas calças?
O Boêmio dos abraços exagerados, dos apertões de bochecha e exclamações, esperou uma noite alucinante acabar para pensar em ficar embaraçado.
- Seu João?, Seu João? Porra toda vez é isso!
Ah boêmios...
terça-feira, 26 de maio de 2009
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