Estou cansado de me sentir tão inseguro, de ser minha própria parasitose de energia crua, por isso tenho alucinado com freqüência. Da janela fico horas observando os carros indo e vindo, imagino vidas inteiras e suas histórias, acendo um cigarro e tomo meu remédio para o estômago. Está tudo tranqüilo. Até as emoções recalcadas resolveram brilhar e, inexplicavelmente as linhas do meu texto se alongam numa evolução notável.
Desisti de morrer, suicidas não vão para o céu. Passivo-Agressivo. Tenho é que agradecer todas as minhas dores por me apresentarem a arte e meus ídolos fracassados por me mostrarem o caminho, mesmo que através de seus erros. E, é belo o entardecer daqui.
Ouvindo Dolores O'Riordan, fica mais belo ainda. Admito, estou “inlóvis”. A “ela” quero amar totalmente e de forma incondicional, “ela” sabe que terá meus olhares de criança em todas as manhãs de sábado e, até nas demais, quando o dia é apenas coadjuvante.
FAZER AMOR EM CATARSE! TROCAR DE COR! NÓS TRANSFORMAR EM ANIMAIS VOLÁTEIS!
Eis, o poder do amor: as palavras jorram torrencialmente, depois da lambida que com calma “ela” deu no meu coração, calejando a língua com todo o meu sangue de menino forte e vermelho escuro. Amor ilumine-me, por favor, não quero me apagar assim! Não vou!
Da janela olho o céu, o barulho dos carros e das pessoas se apagou. Saúdo a lua, o mundo da lua. Estou tão próximo “dela” agora, as estrelas estão mais brilhantes e o amor em trabalho de parto. É sereno o anoitecer daqui: vejo a lua rolar como nós em terras novas, em breve. Da janela, soul a moldura da minha inspiração, um pedaço de chocolate com chantili, recheado de boas intenções brancas. Nada mais pode nos separar agora, nem mesmo o meu escapismo depressivo, nem o nosso antigo e desbotado medo de nos entregar e nem o ego derrotado do meu espírito. Vejo isso com uma simplicidade tremenda, da janela.
O vento chegou a minha face, meus dedos tocam lentamente o intocável, “ela” está aqui e foi trazida pela lua cheia. Sim, a mesma que torna as estrelas mais brilhantes.
Da janela, liberdade de contato.
Lua fértil, amor viril.
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
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q bons a ventos a tragam... isso me lembrou uma música dos Paralamas "tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua, merecia a visita não de militares, mas de bailarinos e de vc e eu..."
ResponderExcluirbelo texto léo,
ResponderExcluira cada dia soltando o braço!
Gostei bastante da poesia que tem nele. Frases muito instigantes para quem quer pensar. Bjus.
ResponderExcluirlindo,muito lindo Léo.
ResponderExcluirbjs