segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Impares pares imperfeitos

No meu ritmo frenético, um “foda-se pra sempre”
no meu contorcionismo suicida, “eu quero que tudo vá pelos ares”
num tom unicamente agressivo e ainda “ Menino”
agora tudo faz sentido e é parte das “Love songs”.
Desde que você me ensinou a fórmula das estrelas,
toquei as adjacências do seu rosto com pura poesia
e lhe dei meus beijos com gosto de anarquia.

É real e irreal,
ao mesmo
tudo, tudo, tudo
no mesmo sentido do sentimento

Você e eu somos impares pares imperfeitos,
desfeitos e refeitos num lençol vivo-vermelho
e estamos fugindo em simetria, rumo ao nosso destino
desconhecido, umedecido e sensitivo
como a gente sempre quis
a vida, realmente, pede bis.

Ainda bem que você existe, pra me lembrar que posso ser puro.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Com o Diabo ao seu lado.

Um exercito de vozes grita dentro de mim descontroladamente:
- “É isso que você é!”
- “É isso que você é!”
- “É isso que você é!”

O que deixa cego e bilíngue
luz do meu sonho
desejo carimbado e fotossensível
instinto mastigado e regurgitado
na face alheia.

Anormal à vida, brindo a mesma
calculista como o mundo
como todo mundo,
menos ao brilho dos olhos
dos poros inteiros,
traçados no paladar
das minhas auto-palavras.

Provavelmente, não me importe com você
esse lugar fede, tem o odor carregado
e estou descontroladamente obsceno
pequeno?

Não, aqui.

Talvez, você nem se importe
nem imagine, nem me mastigue
mas te intrigo, isso é verdade
e sinto, faz toda diferença
dentro da sua singular
vulgaridade.

Uma onda é despertador para os anjos.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Parte íntima e feminina.

- garoto, você é mais do que você

Ela soletrou de supetão:

desistir, caminho mais fácil
parando pra pensar, momento cego
intestino grosso do ego, mendigo e estéril
Soul o acabamento do inferno
e vou morrer sorrindo
já estou indo...
-Vem comigo!?-

violento e mau-humorado
palavras certas na hora errada
Ualllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll
pichar a vida feliz, humilhar o infeliz
deixe isso sujar mais você,
deixe eu tocar em você com meus dedos de isopor
extremo, extremo, extremo
nãooooooooooooooooooooOoo
abismo!?
nãoooooooooooooooooooooOoo

perfurando o peito, indo lá trás
esquecendo quem é
arte é tudo o que não quero que seja
estranho, minhas pragas estão voando
meu tédio está chegando
ele já abençoa esse bombardeio molhado
#%%^&()O_+)(*&^%#$##%^&()(

Quer mais!?

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

1 corpo + 1 alma= amor.

Quando ela fecha a janela, olha fixamente para o horizonte como quem se despede do céu e se desprende do real. Ao seu lado em calmos lençóis, o amante a admira, inspira e respira seu aroma perfumado, sedado. Os dois corações batem forte rumo ao êxtase. E não param...

Na luz baixa, o sentimento brilha. Com olhares coloridos a mais bela intensidade atravessa as duas almas, já ébrias e contaminadas de amor. Entrelaçados num nó que tão juntos se tornam um só, entre toques e sensações explodem. Um dentro do outro.

De caminhos improváveis, nasce a paixão, de destinos intocáveis que mudam o rumo e alinham destinos ela cresce, como uma flor. E daí pra frente não sobra nada além de amor. Nada.

Basta um vôo da imaginação para um encontro com precisão e um refluxo bom entre o estômago e o coração. Longe, a espera aumenta a vontade, a imaginação não basta, o corpo já não suporta e grita como o verso mais rebelde e sujo, e mesmo assim puro.

O relógio natural vive um inconstante fuso horário, prega peças e alucinações temporais, mas o aroma permanece na pirâmide nasal dos amantes que mesmo longe ainda se mantém ébrios.

A distância é a lembrança de sonhos reais, dos seus estágios românticos favoritos, de músicas e suspiros de entardecer. Um período de reflexão, uma pausa antes da ascensão.

No (re)encontro, os dois corpos se colam e as duas almas dançam. Choque entre o real e a linha tênue da imaginação é a verdadeira poesia do amor. E os dois sabiam que a pureza havia sido feita pra eles.

E viveram felizes para sempre num orgasmo.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Parabólica.

Oh, gosma literária
Oh, intervenção gastroeconômica
Oh, peculiares prazeres
Oh, insultos complementares
Oh, pensamentos interestelares
Oh, garagem podreira
Oh, acidente à brasileira

minha cabeça de rock cheia
de rock cheia,cheia de rock
choooque...
é teia de poesia
é dedo leproso na ferida
viagem a vapor
que passa pela espinha
e dedilha a nuca
sem conhecer o nunca

Posso amar, fato comprovado
Posso voar, me sinto abençoado
um céu de peixes, um destilado
Não posso me igualar, sem chance
Sem cheiro, só distância
Meia lembrança é nó na garganta garganta