segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Estralo.

Mais um dia. Menos outro.
Acordei, vivo, porém algo faltava. Vasculhei bem lá dentro, nada vejo, apenas a preguiça de levantar da cama. Penso mais um pouco, me reviro, me dou mais cinco minutos.

Rumo anti-social, preciso arder, quero gritar.
Agora e sempre, mais que antes.

(Solo, solo, solo, solo...)

Ficar só, falar sozinho.
Viver sozinho, sinal de solidão.

Não dói, pelo contrário, estou melhor do que você imagina. Tenho crises sorridentes, me movimento com freqüência e tenho feito todas as refeições. Meus horários não correspondem com as minhas intenções. Tudo bem, afinal, não quero ser perfeito e preciso ter o gostinho do “conseguir”.

Labuta de vida, quero sentir o meu futuro ser feito, ter uma mulher, dois guris e espaçosa casa na cidade e outra de veraneio. Vou distribuir amor a todos.

Talvez o que faltava era um incentivo, um olhar, um cafuné que mesmo de longe se possa sentir, o que importa mesmo nessa vida é a intenção. Ego sensitivo, caráter protetor e humor sarcástico, pois bem, ainda sou aquele, mas hoje com um brilho no olhar, com vontade de ir não desistir.

Sonhador e canceriano, vivente que sente.
30/11/2009. Así soy yo.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Alergia à Alegria.

Estendo a minha bandeira, flutuo com o som das guitarras rebeldes e na travessia balanço meus cabelos que levemente pairam no ar. Música, preciso.

No jogo das tais palavras, a cada leitura, diversas emoções. Cansado, me preparo para deitar, antes olho as estrelas e imagino o céu de diferentes ângulos, enquanto isso, coisas estranhas acontecem dentro de mim. Dá lagoa pro quarto. No escuro é mais seguro e portas fechadas não trancam a minha vontade de berrar.

Jogo-me na cama que me ama, ufa! Vejo sentimentos se mexendo lá dentro e ainda ontem eu que dei um abraço, hoje preciso de um, forte e demorado.

Zilhões de pensamentos inglórios, apenas um amigo imaginário.
Poeta. Palavras. Artesão. Contra. Cultura. De-palavras. Peladas.

Olhando reto, ouvindo eco.
Toco meu rosto, já conheço as suas curvaturas calejadas e a barba mal feita, caricias que me preparam para sonhar numa alusão a toda ilusão.

Esse é morte de mais uma metáfora.
Dá pra imaginar?

Por hoje, prefiro o meu canto.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Desplugado.

Harpas e piano ressoam. Estaria no céu?

Procure no seu coração, revire a sua alma e relaxe as idéias, para então, ver que estarei sempre com você. Nesse mundo ou no próximo, até além do adiante.

Nos meus olhos, uma queda d’água orvalha sincera e minha face é assim nutrida, manchando para sempre esse papel de caderno timbrado. Então, lhe pergunto: o que é certo?

Emocionalmente nato. Fui feito para isso, carpido e esculpido.
Toda poesia me desgasta e renova, ao mesmo tempo.
QUERO TODAS EM MIM AGORA!

(...)

Choro, mas estou feliz, ouvindo músicas que falam de amor e também de solidão, dei um tempo para encontrar a mim mesmo. Na minha cama toda a minha sinceridade, de um lado pro outro, com a insônia que voa longe pra encontrar você, onde os sonhos não têm pudores e posso transformar dor em inspiração.

Nunca fui tão sincero e amor é tudo o que eu preciso, agora e pra sempre, para perto do crepúsculo matutino amanhecer uma paz transcendental que atravessa o pacífico.
Só por você e mais ninguém.

Na bagunça do meu coração, um quarto. Nas paredes, meus cantos e um jeito só meu que também é seu. Poetas, tiramos o cabaço das palavras e as levamos ao paraíso!

Destrutivamente belo, de um amor faço poesia e confesso que jamais vi tamanha simetria, por isso, só tenho a agradecer por fazer o meu mundo girar.

Sem mais, um abraço.
Sim, no céu.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Conexão.

Acordei esquecendo o meu cansaço,
porque ainda estou na noite passada,
você entrando nos meus sonhos, tocando meu tempo e espaço
e agora do seu corpo conheço cada traço...

Sinto cada pintinha, amo cada partícula
flutuamos juntos no nosso universo particular
rumo as cores mais coloridas e sortidas
então, assim é amar?

Olhar, olhar, olhar, olhar
hipnose de você, POETISA
admirar o teu jeitinho de ser
o que mais eu poderia querer?

Acordei sincero e amável,
porque ainda estou na noite passada
na morada da alma te observando
sintonizando cada gesto, cada palavra

No céu, poesia
Num beijo de ventania
Eu te amo.

Olhar, olhar, olhar, olhar
hipnose de você, POETISA
admirar o teu jeitinho de ser
o que mais eu poderia querer?

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Não há recesso.

Vejo novas expressões no ar e na fumaça do meu Marboro vermelho. Aqui, na sandice da loucura, a cura, é essa: encontrar-me. Estou tenso. Vontade é de quebrar, gritar, pintar as paredes com palavras surradas, um tanto quanto escrachadas...

Isso soa estranho? Algo está realmente fedendo aqui...

Odeio regras. Odeio ser indecente. Odeio odiar alguém.

Sinal de fumaça.
Você pode ser o meu herói. Nunca erro em errar. Por favor, eu gostaria muito de saber.

Gole de pinga, calafrio.

Odeio sentir esse medo, nunca fui tão sincero. Entope meu coração, de mão em mão, feito puta de varejo. O que vai ser quando as palavras acabarem? Guardaremos nossas memórias num depósito perdido em tempos distantes, incineradas em seus pensamentos sórdidos? Foda-se! Humilhe-se ao seu medo, se quiseres. Ainda estou em pé.

A pé: pra puta que o pariu.

Amor singular, destruição em massa, calhordas engomados, fascistas disfarçados, articulista fodido, psicanalista de araque, morfético sem noção, patriota sem causa, maldita fadiga, analista de Bagé, rockerinho junkie, estranho estrangeiro.

O que realmente importa? Algo está realmente fedendo aqui.

Dor.

Espancar pra Valer.

Hoje, me odeio.
Não consigo expressar-me em palavras, porém do meu ponto de vista em decomposição, sou aquela criança que olha mais pro céu do que para o chão, por isso, fico no seu colo até adormecer. Por favor, te peço, não vá embora.

Tu sabes, não sabe?
Açúcar e sal em meu corpo sem sol.

Você que já se acostumou com as minhas lágrimas vermelhas, costurou e costurou as minhas feridas vitais e também sabe como ninguém arrebentar a minha vida.

Surto, impulso repulsivo que vem de dentro da minha raiva.
Ela não é boa, nem eu, nem você... Então quem?

Pense bem, o óbvio é primeiro caminho da mente, descrente. Engoli tudo a minha volta, com os pés chatos e descalços, molhado de chuva e sem compromisso. No teu seio, meu sangue sujo, uma poesia em voz alta e uma carta de despedida.

PRECISO SAIR DAQUI!
P-R-E-C-I-S-O S-A-I-R D-A-Q-U-I!

As asas que você me deu e não me ensinou a voar, junto com o seu anjo rebelde, estão indo pra longe, pra mais perto do céu. Um céu particular, cheio de estrelas prateadas sensíveis as mais pitorescas sensações e uma lagoa mágica capaz de intrigar todos os dias.

Lá, palavra-puxa-palavra, numa entrega que poucos são capazes de ver-sentindo. Quero ser tudo isso do alto da minha plenitude, pelo caminho pluvial que leva ao encontro das águas. Logo, aos poucos vou partindo num ADEUS bucólico.

Talvez eu volte, talvez não.

Estomagar.

Chuveiro ligado, meus pensamentos passam por uma transição.
Você pode sentir o grito do meu amor?

Sensação de desconforto abdominal. Sentimento de aversão.
Dança, gira, rodopia. Exagera e passa mal.

De um lado pro outro, mantendo a loucura e afogando as magoas,
simplesmente acontecem coisas...

Mágoas-dores-flores-amores...Onde está? Onde estão?

Acerto do meu desacerto em pleno deserto do ser

Do céu pro inferno, todo dia, João e Maria...

Agora mais do que nunca é hora de não fazer sentido.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Idiota.

O aqui é hoje.

Espero que você se adapte ao meu (con)fuso-horário.

Tarde da noite. Quase dia. Meio noite. Meio dia.

Luz. Enfim, alivia.

Na minha caverna, minhas lágrimas viram estalactites. Imunes a mim mesmo.

Ainda não acabou.

– A temperatura vai esquentar, vômito e tremedeiras, estão a chegar-.
Nariz solto, caquinha mole e uma dor no coração.

Na minha cama: imaginação.

O que o cachorro sente ao ser castrado?
O que é pior viciar ou ser viciado?
Domingo. O que é mais casual?

O aqui é hoje, nunca mais.

Lê-ia-me.

No meu quarto, meu mundo, só via a minha bagunça. Tudo mudou nessa estação.Cigarros, uma garrafa d’água e minha única vontade é dançar com você, Lê.

Lê-ia-me.

Chegou a hora de falar de amor de verdade, porque tu, toca fundo e torna sensível cada nota da música das pequenas coisas.Dó, ré,mi, fá, sol, lá, si, dó:CÉU. Há tempos não tenho errado em sentir dor, porém, agora nossas almas dançam e as tuas palavras me emocionam... Pra ser sincero, foram as primeiras que me fizeram chorar, de alegria.

Conchinha imaginária, dedos gravitacionais: a sua pele tem o cheiro da minha...

Nessa ilha, impossível não te encontrar passeando com o vento, apenas fecho os olhos num ritual sensitivo, beijo você inflamando meus pensamentos vermelhos e entrando no seu mundinho, amando e amando, cada pedacinho do seu universo.

Conforto que você é, conforto que só você tem. Meus melhores beijos te esperam, e salivam mais o olhar que vai silenciar e o toque que vai eternizar, nos mostrando que tudo valeu a pena, sim.

Sim, eu te amo.

Dá pra acreditar na sorte que eu tenho?

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Bolinha de Queijo.

A espera está à vontade. Ainda hoje senti uma dor gostosa, mal posso esperar para senti-la de novo. Vai e volta, num prazer gostoso.

Na minha cabeça, pornografia. No meu pênis, um sentimento latente.

Cabelos claros e engordurados absorvem sentimentos amargos por trás de uma mente pouco pretensiosa: o terreno árido da solidão. Estou nessa fase e não pretendo mudar, por isso não ferra!

ROCK, ROCK, ROCK! Morram bastardos!

Mais atual do que nunca, velho e rabugento como sempre. Se você não se importar, gostaria que devolvesse a minha felicidade artificial, assim começaremos a andar sobre o caos que paira nossas cabeças e dentro de mim só existe você.

Esfolando minha dor, busco prazer, imenso prazer... A cada orgasmo eu morro mais pouco. Um pouco mais de diversão, por que não? Poison. Veneno louco e exuberante, desprendido em meio a luxuria da cidade grande. Sou o seu animal de estimação, limpe a minha sujeira e me de biscoitos da sorte, pra que eu siga sonhando com a liberdade, anarquicamente falando.

Língua portuguesa. Língua à portuguesa. Oh que beleza de tristeza!

À deriva, lá se vai a minha gramática, junto com meu diário em chamas psicodélicas e alguns dos meus ideais. Não me importo, estou velho, portando, logo aprendo a voar.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Meu CORAÇÃO.

Mamãe tira meu cabelo dos olhos e diz: - Meu anjo...-

Ainda sou o mesmo merdinha, enfim, acho que vou simplesmente desistir. Paciência é uma virtude que não possuo e muito menos a minha gastrite, a escuto chorar todos os dias, lágrimas de diarréia, no escuro. Sentado no trono, lendo citações homossexuais e quase poéticas na parede do banheiro. Sou o lixo e o lixeiro.

Quero que você enxergue o verso do meu verso, estou tão emocionado e as palavras apenas acontecem. Ao contrário, do avesso. Me retorço, de novo e muitas vezes, em várias extensões das minhas dimensões enquanto espetam meu coração de guri e matam-me de preguiça.

Gritar é meu suicídio preferido, do alto da montanha, vejo os meus mares escuros, cheios de ódio e ela, só ela, bomba direto para o meu coração. Distância, meu coração.

Desenho.

Moldo.

Masturbo.

Amo.

Odeio.

Conheço.

Reconheço.

Desconheço.

Faço.

Desfaço.

Anoiteço.

Amanheço.

Morte, morra!

Existe outra razão pra sentir culpa?

Palavras escolhidas a dedos, e agora, quem vai me ouvir? Meu coração.

Mamãe tira meu cabelo dos olhos e diz: -Dorme meu anjo, foi só um pesadelo.-

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

DO RÉ MIM.

Hoje quero fazer diferente. Desligar o corpo da mente, no presente.

Logo eu, o supra-sumo do garoto largado e de contraste chocante, penso em um dia me libertar totalmente do antigo mausoléu que me assombra. Inflexível, me envergo na minha escoliose para esconder a realidade que junto com o sol bate lentamente a cara.

De tapa em tapa, até beijar o chão. Quem vai ser a última pessoa a me ouvir gritar?

*************************************************************************************

“Todas as noite eu a vejo, bonita e livre. No jardim dos meus sonhos, suas pintinhas são as estrelas do tubo da minha afeição... Preciso do ouvido dela emprestado, preciso de cada milímetro do seu físico e psicológico, preciso nadar nos seus olhos azuis como um peixe em adaptação. Não há recesso, não há recesso, não há recesso, em senti-la. É maior que tudo, é a entrega em todos os sentidos..”

* Páginas de diário, pedaços de poesia...

*************************************************************************************

Voltando ao começo, afinal, estou em um filme. A câmera sai de dentro do meu estômago e sobe rumo a minha boca pra ver o mundo nascer junto com um berro amplificado e fodido. Levanto banhado em suor, no meu jeans um buraco em cada joelho, tenho pensamentos intuitivos e converso com o ventilador. Fotossensível, desprendo o meu oxigênio, pra que ele chegue até você, então, estarás sempre comigo e saberás o quanto te admiro.

Diga “olá”. Diga “adeus”.

Viver assim me arrebenta. Batatinha com ketchup e coca-cola, rotina. Minha personalidade não é forte, é o espírito. Com toda essa presença que me dá um pingo de autocompaixão, traz pureza em meio a essa bagunça anárquica, há qual me torno solidário. Sim, eu necessito ver o nascer desse sentimento, por favor.

Luz, câmera, atenção... O palco vai abaixo.
THE END.

sábado, 14 de novembro de 2009

Apodrecendo com a Maçã.

Doutor em nada saber, viajado em poesia. Como você, assim como quase ninguém. Chove e meus braços estão abertos. As nuvens, as estrelas, ao meu alcance bipolar, chego até arriscar um estralinho de sobriedade.

Falta-me o ar. As linhas ficam tortas em dimensões nada proporcionais, porém, as palavras ainda são minhas, única e exclusivamente, minhas. Será a minha arte tão egoísta?

Livre, estou, ao ponto de poder decidir. Sei, sim, que um dia ei de partir.

Fu-mo-me.Trago comigo a me-ma coisa.

Ao som de harpa e piano, navego em um conto de fadas, tudo é o nada coadjuvante, vejo no horizonte um amor “adjacente”. Ele é mais mortal que a “guerra”.

Mudando a todo momento, me voltei pra dentro... E, é impossível ignorar tudo isso.

Da minha primeira infância, levo uma cara lembrança – a vida valeu a pena-, me desenho rumo ao começo (do fim?) esmagado pelas circunstâncias, mato meus neurônios e solidifico um “autodesprezo” em holocausto emocional. Uma lobotomia, sem medo. Eletrocutado, cabelo queimado, queimaduras a valer... Implausível, o terror chega sem avisar.

Diretamente da privacidade das minhas trevas, pratico minha modalidade de obsessão, ela, cheira odor carregado de uma geração. Palestinas e crianças, mortas e de olhos abertos. Fecho os meus pensamentos, eles, não se atrevem ao futuro. Medroso que dá medo.

Banho? Nem pensar. Uma semana sem lavar o cabelo. Sou da terra, sim senhor!

INside. Minhas raízes me drenam e por isso fico relaxado, loquiando com todos esses personagens que minha irreverênsia insiste em criar, e é pra lá que eu vou. Tocar estrelas.

PS: ainda preciso do resto que não tenho.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Quem se importa?

Antes mesmo de dormir, penso: “...o que esses sonhos querem me dizer?”... Amanhece, pequeno eu, tempestuoso e inspirado. Minha ação é gritar, mijar dançando em cima de todos os padrões que as pessoas veneram, idolatram e chupam. Me odiando pra escrever, me amando pra então travestir o banal da normalidade,estou quebrado por dentro, sensível como vidro e cortante como tal.

Apesar da minha dor, faço de todas as minhas palavras, um pequeno gesto de amor.Unha na carne pra sentir a palavra cruzada que sou, gota de sangue que ainda lateja e pede clêmencia no escuro, é também uma ex-metáfora pronta para secar corações faceiros.

Tenho que sair daqui, preciso ejetar, lançar pra fora tudo o que meus olhos não sabem demonstrar e que você não pode entender.
Por favor, não insista.

Em silêncio, um anjo se colidiu com a terra, perdeu suas asas, seu dessernimento e salgou-se no mar. Água viva queima, viva água sara. Em silêncio, me tomo conta, me envorgonho, me corto e tenho prazer...Medo,tenho muito medo de ser só mais uma idéia abstrata, ingrata e sem graça...

Coração frio, coração amargo. No meu balde de café, navego, penso e (re)penso em trancar mais uma porta. Só vai doer um pouquinho enquanto corrói o sistema nervoso poético.

Mamãe, está tudo bem, só preciso do meu álcool de volta, não odeio mais ninguém nesse mundo, por um segundo, criança.

Amanheceu, eu, tempestuoso e inspirado.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Peneirando.

Noite, cerveja, lagoa. A toa, sou artigo, crítica e crônica a meditar... O vento bate, fecho meus olhos e enxergo o quão bom vem de longe, são pequenas particulas e moléculas, que feito purpurina pairam no ar...Parece Prozac, mas não é.

“Te vejo em tudo o que o vento movimenta.”

Salgo-me na espuma marítima.

Não, não, não. Não controlo minhas enxaquecas, náuseas e lá vem o vômito verde de heresia, rodando em volta do meu quarto iluminado. Estou sentado no canto, refletindo sobre a vida estranha e louca, ela é do tamanho de uma merda? Ou é uma merda maior?

Por dentro: um prenúncio e teias de aranha. A minha inspiração é, ops. Sempre foi defeituosa e cheia de manias megalomaniacas, ela adora brincar e me enlouquecer naturalmente. Odeio mesmo a sensatez, ela me faz tão normal. Óbvio é sair do ócio. Mas como?

Artigo, crítica, crônica. Um de cada vez, todos ao mesmo tempo. Sinto uma explosão dentro de mim, vida e morte, doença e cura, tristeza e alegria, tudo na mesma canção, tudo no mesmo eu... Assim como nunca estive tão avontade para ir além... Escolho o caminho que ninguém vai, passo pelos canaviais e com meu facão decepo a minha criação pra você montar o quebra-cabeça. Amanheça comigo.

Viu só? Aqui, você pode ser qualquer coisa. Artigo, crítica, crônica, até mesmo a poesia de um simples poema. Veja o meu caso, aqui, sou o proprietário do tempo e espaço.

Consegues me ver sangrar?

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Dentro pra fora, fora pra dentro.

Inspira. Respira: anais da sociedade.

A minha foi auto-sacrificada...Aliviada, no céus, super-inflada.

Começo a me desordenar. Vejo pessoas marchando pelos centros, como robôs, secos e frios sem a mínima expressão.Ação sem reação. Papéis pelo chão, mal humor passa pelo ar feito gripe A, e eu, canto algo dos anos 90 como remédio imediato.

Paredes pichadas, idéias não concretizadas, fome jogada ao chão.

-Pausa.Sou jovem mais uma vez.-

Só quero saber, por que meu pensamento está aqui e não ali? Não ligo, não me importo.Pela primeira vez posso ver a cor do vento...Aprendi a voar, com você. Obrigado.

-Ignição de mim. Até ano que vem!-

Pela janela do ônibus, esperança, sim. Quem sabe pra sempre. O calor que que se aboleta na gente me faz sentir um fiozinho de vida, as cicatrizes de navalha se foram, não vejo mais aquele ciclo vicioso e pessimista... Sem mordaça, poeta e imperfeito. Qual seria teu efeito?

Bonita. Meus olhos de verão, são seus, como nunca foram de alguém. Queria tanto que você soubesse que viajo contigo para onde você for, me ponho na sua mochila e se tu quiseres, simplesmente vou. Deslizo teu rosto com minhas mãos anêmicas e dedos gravitacionais, desenho teu nome no suor das vidraças, ao lado do meu. Sou jovem e criança ao mesmo tempo, tudo isso numa explosão de sentir.

Lon ge.

Perto.

Incerto.

Dentino. Ou não?

Aonde quer que o mundo nos leve, leve com você, bonita, vou estar. Noto a sua arquitetura, branca e recíproca, nela estaciono agora... Sim, eu sei, que você sabe e isso me faz feliz, como um banho de chuva seguido do mar.

“Você é um sonho pra mim, um sonho pra mim...”*

*The Cramberries – Dreams.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Qualquer coisa entre o Céu e o Infinito.

A natureza se modifica, mas nunca deixa de funcionar em sincronia. Os barulinhos dos matos, o cantar dos grilos , a lagoa, especialmente ela, essa vida que me invadiu nessa manhã de sábado...

Ao natural, fui posto pra secar. Tudo bem, afinal é verão.

Redobre a atenção. Vou dar uma festa de magia pra você. Os ventos aqui, no presente, estão serenos, as nuvens são alegrias doces no céu mais intenso que eu já senti. És bela, oh Floripa!

Mar-gulho. Dentro “deu”, novos caminhos abençoados.

Parando pra pensar...O vento soy yo. Vou soprar, chegar até o belo caminho da tua afeição, colorido e mágico, estás nos meus intensos devaneios e nos insanos eu-diálogos sóbrios.

(Todos dormem, me torno arte)
Transformação unânime. Morrendo um pouco pra ir além...

Espero o dia chegar, só, com as mariposas. Bêbado de pensamentos sóbrios, copos vazios que enchem a imaginação, churrasco que virou cinza , agora, bomba brisa. Não por isso, sou mais poeta que nunca... Minha entrega é assim, sincera. E me pergunto em voz alta ”como podes tanto amor?”: nós, o seres humanos, tentamos explicar... Em vão. Me vejo só-zinho, pequenino, querendo sentir a dor dessa manhã...

Alguém disse “tu és o cúmulo dos modernistas”... Não sei se hoje, ou amanhã, mas me renovo a cada linha. Acabado, me acabo. Pago sim, o preço por ser poeta. Feito Cobain, me mato, faço-me Faulkner e volto a novela da vida, mas não adianta, esse desejo atolado no palácio da locura torna-se real, animal, canibal de inspiração...

É alegria e tristeza, feito bolsa de valores. (Meu coração)

Matamos um rato a pauladas (foi como no palco), o sangue no chão se confundindo com o malbec e como o sábado que virou domingo, timidamente lindo. Amém.

Morrendo um pouco pra ir além...Fumo, fumo, fumo. Bebo também. Drogo-me com a minha estérica ação, milhares de pensamentos e solos de guitarra. Falo-me, só, com sujeira

(Engane alguém com o seu talento. O meu, eu vendo a prazo e ainda gozo.)

Pois bem, longe do capitalismo, faço amor comigo mesmo. E num mundo de criança, amamos e nada mais. A vida é feita pelas belas coisas simples, assim como a prosa que sei o desenho decór e agora você também.

Como é prazeroso, ébrio, se entregar. Mesmo triste e sem pretexto, esse texto me fez. Alguém e outrem igual a todo mundo.

De pulo em pelo, pelas nuvens, rotulo os anjos e formulo o infinito.
A poeisa faz fácil, beijar o céu e amar o impossível...

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Não é uma vergonha?

Ontem eu me li e reli, mas dessa vez com um outro jeito: bipolar...
Conclusão: sou tão pequeno perto de mim mesmo.

(para onde vão as pessoas quando elas morrem?)

Céu. Estrela cadente. Anjo sem asas.

A água da lagoa, cristalina que só ela, me viu chorar pela primeira vez em câmera lenta, como todo o sofrimento. Derretendo de baixo pra cima, essa implosão ocupa todo meu espaço físico e suga todo o psicológico. Os astros se movem em queda livre rumo a minha felicidade artificial.... De todo o meu lixo poético, você até que cheira bem.

Fora de alcance, minha sanidade.
Meu ângulo é subjetivo e está dopado.

Posso ser você, me transformar no que tu és, até masturbá-lo ou espancá-lo em verossimilhança. As coisas que você não imagina possíveis, eu faço. Sim, eu faço.

Fora da orbita e dentro da sujeira, minha sanidade. Isso soa repetitivo?

As músicas nunca me entediaram, como agora. Estou velho e ranzinza, cheio de cicatrizes tridimensionais, frases jogadas e sem sentido...

A deriva, minha sanidade.

De todo o meu lixo poético, você até que cheira bem.
Isso soa repetitivo?

Não me vejo nenhuma graça.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Ex-cêntrico

Soletrada:

O que dizer?
A ternura é silenciosa.
O medo é gritado.
O amor é sentido.
A dor é doida.


Cantado:

Travestido de vergonha, é o amanhã
poço de diarréia, peido de expressão
mergulho giratório é gostoso e espontâneo
submundo notório é a minha internação

Ei, espere!
tenho uma nova sensação.

Engasgado até o talo com a falta de privacidade
a teoria da aleatoriedade, faz-me rir
sujeito ao acaso, morra de rir
me desintegro, e gosto....

Ei, espere!
tenho uma nova sensação.

Restos de lixo: peixes e sobra de imaginação
colchão com marcas de cigarro, atalho
silêncio vertente de solidão
longe, pra quem está longe....

Ei, espere!
tenho uma nova depravação.

Me arrasto em direção a luz, ela não me vê
na fresta, a aresta de dois olhos castanhos
vai e volta, estica e puxa
todos são estranhos.


Soletrado:

Para onde vão os pensamentos esquecidos?
Estou morrendo. Você sente?

terça-feira, 3 de novembro de 2009

A Poetisa.

Aos olhos de quem vê, a poetisa, é apenas uma mulher. Veste-se com simplicidade e olhares genuínos, têm o sorriso como a sua atração principal. Os passos lentos e os olhos grandes: dois poços de mistérios prontos para darem o ar da graça aonde quer que forem, levando uma atmosfera festiva e luminosa.

A verdade é que, ela, conhece a música interior das palavras. E declamando um poema, chegou ao sistema central dos meus ouvidos, num canto eterno e universal, de harmonia única. Tocando-me, como uma sinfonia de pássaros.

Fico a observar a tua inspiração ao natural, e nela é tão benévolo estar. Os mares, as areias, as casas de pedra, as dores e as alegrias. Que por ela descritas ganham da arte, um tapete vermelho e de mim a mais pura admiração e sentimento.

Nela existe uma maneira intima de pensar e sentir, suas mãos nos criam um novo mundo de possibilidades e sensações. A poetisa tem o que eu chamo de “ autêntico fervor poético”, essa capacidade de fazer-nos viajar sem sair do lugar, de amar e experimentar mesmo a distância. Mulher de pressagio, com a peculiaridade de memorizar um poema muito antes de passar para o papel, guardando no fundo do peito, esperando o momento certo para surpreender mais uma vez.

Sei que sua alma respira os puros ares, mesmos nos lugares mais corrompidos, ela é leve e ressoa num simples sopro, como tua capacidade de ser o que é e nada mais.

Aos olhos de quem vê, a poetisa, é apenas uma mulher.
Aos meus, ela é a lei das estrelas e a fórmula da flor.

Devaneio ao Mundo.

Saiba-o, mundo! Os meus devaneios estão a cada instante mais aflorados. Tenho sofrido em silêncio e buscado em alguém o riso que banha de calma. Não me deixo pensar no que os outros pensam, os outros são os outros, eu sou apenas normal, como eu.

Vejo os prados e a cana do interior, ao longo do longo caminho. A estrada que passa como um livro aberto, leva 3 gerações ao mesmo ideal. A família é sensitiva, posso enxergar nos olhos de cada um uma alegria exclusiva ao me reencontrar.

(Muito obrigado, do fundo do meu estomago nauseado)

O sofrimento faz parte da poesia. Me encontro onde nada pode se encontrar, me transformo onde tudo é único –os padrões são guitarras que gosto de quebrar- sou um mero filho de deus em busca de respostas, ou quem sabe de mais dúvidas.

Melhor confundir, do que remediar... Melhor sentir, do que vontade passar...

Mundão, enquanto meus ossos cresciam, eles doíam. As lágrimas que pingavam se petrificaram no meu rosto esculturando uma dor cega e surda. Tudo bem, porque agora o meu medo não é mais de voar, é sim de viver, e não morrer. Ao longo da estrada, a reflexão tomou conta das beiradas... O pensamento é o meu acostamento…

Ambiente rarefeito, mente com defeito. Não importa, ainda posso sonhar, desenhar nas palavras a imagem da imaginação, porém, eu só queria respirar. É possível?

Pode me humilhar de novo, fique à vontade.

A ela dedico meus minutos antes do sono.
Hora sagrada, cócegas no coração.

E, então, voltei e encontrei o verão.